O SUSPENSÓRIO
Comprei
um suspensório. Sim! Um suspensório. Não foi sem hesitação.
Estava exposto
em uma loja quando me lembrei da infância, mas que lembrança!
Era bem
pequeno, usava calças curtas, um péssimo modo de tratar os meninos na época e, suspensórios.
Ah, como lembro!
Andava eu
e minha mãe pelas ruas, ela me dava beliscões. É que andava com as mãos nos
bolsos da minha calça curta, com o suspensório levantando a dita cuja e minhas
mãos forçando-as para baixo. Neste modo genial de andar, tropeçava em cada buraco
da calçada e o beliscão era a advertência que estava estragando o bico do
sapato. As botinas eram caras na época.
Não sei
como parei de usar o suspensório; não as mãos no bolso. Conservo-as até hoje.
Depois
desta época, estes apetrechos creio que exclusivamente masculinos, [não é
costumeiro em mulheres], só apareciam vez ou outra em filmes, principalmente os
antigos.
Sabe?
Mulher não precisa dele. Tem cintura. Nos desfiles de beleza vê-se sempre 98 de
busto, 98 de quadril e 45 de cintura. A Marta Rocha perdeu por dois centímetros,
a mais, no quadril. Portanto no sexo frágil é bem definida. Se não for usa
espartilho, faz plástica, ou seja, dá-se um jeito.
Nunca
tive cintura, pensando bem. Agora que sou sexagenário piorou, tenho uma saliência,
dizem que é do sucesso. Mas tentando lembrar, nunca descobri onde ficava esta
tal cintura em mim. Era reto quando mais jovem, ao contrario do roliço atual.
Foi
pensando assim que comprei o dito cujo, que está na gaveta. Só estou esperando
ver mais alguém usando um, que não quero pagar o mico de ser o único a usá-lo.
21/03/13
Tony-poeta
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