Um lugar
apenas.
Viver é
caminhar inutilmente em busca de um lugar. Este lugar simbólico que imaginamos
quando viemos ao mundo, o lugar perfeito para abrigar uma estranha forma que se
chama viver, sempre distante não passando de fantasias ancoradas em um símbolo intocável.
Os instintos,
estes desconhecidos que nos embaralha a visão e tira o rumo, estão sempre à espreita
para formar quimeras que imaginamos igual os símbolos formados na deformação de
nosso olhar de criança, com a limitação dos campos mal delineados e
desconhecidos de nossos primeiros olhares.
A classe
social, a fortuna, o amor eterno, o gozo sexual absoluto parecem por momentos
atingir a plenitude, mas desfazem-se em nuvens sem cores e sem graça e voltamos
à monotonia que nos acompanha.
Continuamos
a caminhar, sempre a caminhar como infante em campo de batalha, em busca da base
estratégica que nos foi indicada, da qual nada sabemos e as informações vagas,
ficaram perdidas na cabeça do Capitão que ficou na retaguarda, apenas olhando a
marcha e se perdeu de nosso campo de visão.
Todo dia
é nova batalha, com marcas de espinhos que arranham nossa pele e sorrisos de
vitórias que se dissipam ao ver que encontramos apenas fantasmas de nossas
fantasias.
E no
final da jornada, ainda cremos que iriemos encontrar o lugar sagrado, até o
nosso penúltimo estertor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário