segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O OUTRO



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O OUTRO


O outro, modelo onde me crio,
Encaixo os seres e neles me encaixo,
É o fantasma com que vivo
Que controla a vida
Controla o que faço.

Sou o outro sendo matéria
Como pilhéria julgo-me senhor
Mas este mundo em movimento
Atormenta-me como servo e senhor.

O outro é a mulher amada
Que com ares de bruxa
Ternuras e vestes de fada
Vivo tentando ser senhor
E nesta procura sempre perdida
Do mundo quero ser ator

Pudera como monge ser o outro
Com toda força bruta da natureza
Depois da tempestade, com a calma suave
Da brisa da tarde ou do sol da manhã
Viver entre sonhos de estrelas brilhantes
Pertencer nas entranhas da estrela cadente,
Sendo outro como natureza,
Acharia estranho, sim acharia.
O mundo em sua correria
No jogo infinito do amor.
Talvez fosse a calma da mare baixa
A brisa suave do regato
E neste amor carnal ausente
Seria o duende da cachoeira.

Este outro me atrapalha
Quero invisível neste mundo
Não ter massa nem matéria
Desfrutar as coisas boas
Já que as más: afasto-me delas.
Certamente não me ocupasse,
Sem braços para pegar
As coisas apenas passem
Só poderia admirar
Mas falta não faz não
Possuir de nada adianta
As coisas boas da vida
Duram meia medida
E somem no horizonte
Deixando marcas pregnante.

19/08/2013
Tony-poeta






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