segunda-feira, 21 de maio de 2012

VISÃO HOLÍSTICA E CICLO CIRCADIANO


VISÃO HOLISTICA E CICLO CIRCADIANO




Meu pai contava que na sua infância, isto antes de 1930 o atendimento médico era difícil e complicado nas bandas de Araçariguama em São Paulo. Nesta época morou ali e em São João Novo, cidade vizinha, sempre na zona rural. Quem resolvia os problemas era Sr. Domingos, seu conhecimento e o caderninho.

Nas anotações deste senhor, um sitiante bem estabelecido, estava o que tinha aprendido de uma benzedeira, que provavelmente aprendera dos índios. Tinha “cura” para quase tudo. Graciosamente e por prazer atendia os trabalhadores adoentados, vibrando com os resultados positivos. Nada cobrava e nem necessitava.

Sua orientação para a cura era somente a natureza. Conversando com o doente, detectava o que o afligia, e entrava na mata para procurar a erva que operaria a cura. O importante alem da planta exata era o horário da coleta. Muitas vezes ia à mata, bastante fechada naquela época, na noite para procurar a erva ou o fruto correto e necessário; correndo todos os perigos da Mata Atlântica.

Mais de meio século depois, exercendo a medicina tradicional, me é apresentado uma medicação para a pressão alta, que deveria ser tomada duas vezes por dia, em horários incomuns para quem é habituado a tomar medicação. Um comprimido para o outro deveria ser tomado em intervalo impar, e em horas determinadas. Achei difícil de ser receitado para a população em geral. Este remédio, diziam os representantes do laboratório, respeitava o Ciclo Circadiano, ou seja, os horários em que o organismo produz substancias, variando de órgão para órgão e com horário fixo.

A propaganda desta medicação foi curta para um lançamento e desapareceu, coisa incomum para um remédio novo, que não apresentou nenhuma contraindicação importante. Como com menos de dez anos de formado trazia comigo a imagem da infalibilidade da ciência e suas pesquisas. Nenhuma nova medicação para outros tipos de doença apareceu em continuação, atribui a esta droga e seu estranho modo de administrar a lendas, como por exemplo, de aumentar o numero de trabalho de parto em mudanças de lua. Não associei ao Sr. Domingos.

Com o passar dos anos na profissão, comecei a notar alguns detalhes que, mesmo citados em livros não mereceram maio destaque, por exemplo: A asma dá seus acessos à noite, a cefaleia da rinite é matinal, o cardiopata geralmente vai a óbito pela manhã antes do desjejum e assim por diante. Havia sim um ciclo. Como explicar?

Em um CD sobre as borboletas Monarca, estudadas nos EUA, constatou-se que as mesmas atravessavam o Golfo do México pelo mar para se reproduzirem, e mais, que se alimentavam de determinado capim com o intuito de seu paladar ficar ruim a qualquer predador se fossem atacadas, e que o estimulo da luz era básico para o voo. Tudo cientifico. Havia um ciclo sim. Busquei no Google, não falava da medicação, apesar de crer que ainda se encontra a venda, citava as borboletas e definia o Ciclo Circadiano. Isto é semelhante ao pensamento holístico, cada ser e, cada objeto da natureza tem sua vibração e seu ritmo, sendo influenciado pelo sol em sua posição, intensidade e calor, pela lua e pelo resto da natureza. Tudo vibra e tudo é dependente das vibrações.

Tenho certeza que o estudo cicladiano está andando, se tiver caminhando, em marcha lenta e sem verbas. Não creio que teremos verbas para pesquisa de vibrações de órgãos, outros seres vivos animais e vegetais; a ciência com seu inegável avanço está imponente, com sua engenharia genética modificando plantas e tentando criar órgãos humanos em laboratórios de clonagem. Mas ao mesmo tempo não percebe a volta de muitas doenças como: a tuberculose e a dengue e não notou que no presente momento é mais fácil encontrar alguém incomodado por uma rinite rebelde, do que sem ela.

A ciência tem que andar em um conjunto: técnica e práxis, o Sr. Domingos e os Xamãs sabiam bem deste casamento.



21/05/12

www.tony-poeta.blogspot.com








Nenhum comentário:

Postar um comentário