terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O NOVO E O VELHO

O NOVO E O VELHO


 

Estamos numa sociedade onde o novo é louvado e proclamado como o futuro presente, e a solução para todos os problemas.

Realmente a fibra ótica e o sistema de computações aproximaram o planeta e destrincharam elementos antes incessíveis ao ser humano nas áreas de geologia, oceanografia e no próprio corpo do homem.

As noticias chegam instantaneamente, o que antes era feito por telegrafo ou cartas, sendo possível ver instantaneamente o que ocorre em qualquer lugar do planeta.

O estudo da reprodução e genoma permite corrigir pragas da lavoura, melhorar o diagnóstico das doenças e já se consegue realizar clonagens de animais com bons resultados.

Quanto à vida humana, esta segue com suas inseguranças e medos, onde a tecnologia explorando misérias e desgraças o difundem de forma alarmante, a ponto de grandes sociólogos se preocuparem com o Império do Medo imposto a população. Veja Baumann e Sennet com ótimos livros trazendo analises consistentes.

Na vida comum dos habitantes, o distanciamento, individualismo e as doenças nervosas principalmente a depressão avançam a passo largo, como efeito colateral do sistema que quer exigir do vivente, a eficiência e a precisão das máquinas recém-descobertas. Cada resultado em desacordo com as normas é severamente admoestado e se houver a mínima possibilidade de risco a alguém, imediatamente é jogado nos meios de comunicação, linchando o agente da falha e espalhando pânico a população.

Já na parte econômica, politica, jurídica e jornalística a situação muda repentinamente. Não há interesse em modernizar o poder. Toda ideia nova, toda possível melhoria, novos métodos de administração, controle, justiça e jornalismo são imediatamente taxados de subversivos e contrários à modernidade e atacados agressivamente pelos meios de comunicação.

Caso a população venha reivindicá-los em concentração e passeatas ordeiras, como aconteceu no mundo árabe, nos EUA e Europa, os manifestantes são presos acusados de desordem pública e baderna.

A insegurança da população e sua perspectiva de futuro não acompanhou o avanço tecnológico, o relacionamento pessoal cada dia mais se deteriora; já se falando de novas formas de família nas discussões sociológicas, já que este modelo se esgotou.

Somos uma sociedade insegura com o amanhã, impossível de programar, com medo e sem planejamento, já que termos apenas tarefas de trabalho e finda as mesmas, muda-se o grupo e temos que aprender novas habilidades, já que o mercado assim exige.

Deste modo temos uma sociedade moldada como “moderna” com costumes impostos, nem de longe adquiridos, como é o normal dos viventes. Um Mercado que impõe todo nosso comportamento e, um sistema administrativo, que se porta como um sistema de domínio totalmente conservador na sua forma de poder, com resquícios dos Impérios.

Há necessidade urgente de revisão.

 

Tony-poeta

05/12/12

 

 

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