segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

JUNENAL MALOA POEMAS - MUDO E TRISTE POR RIMAR


 

 

 

 

 

Do poeta JM – Jovenal Maloa

Heterónimos (Arthur Dellarubia &Lettya Nenny Shantaren)

 

Pobre demente mudo e triste por rimar

 

Hoje falei como quem calou por eternidades

Disso tudo que me vinha a mente satiricamente

Expôs-me a deriva de ser rejeitado e assassinado

Fiz em mim renascer estas vivas mortas e mudas sociedades

Expôs a nudez das nossas tristes verdades veemente

E para alegria dos linguistas rimei, forçado

 

Rimar é uma coisa extinta neste país – de certeza

Salários não rimam com trabalhos – rimam com a pobreza

Mas não falo dessas coisas a que muito nem mais as ligo

És pobre!? O que tenho a ver eu com a sua pobreza mental!

O facto de eu dizer o comum de coisas que temos de mal

Não quer dizer que compreendo-te a alma ou que seja teu amigo

 

Vivo falando nem sempre como hoje – hoje é uma excepção

Há dias que comuns aos outros, acordo e a coragem me foge – sem acção

Calo por saber da logica que isto resultara em um humilhante fracasso

Verei de novo sociedades mortas e mudas e nela, eu inserido

Com a mesma dela preguiça de levantar em mim os nervos de aço

Para não tentar morrer neste dejavu triste moribundo e deprimido

 

Ai lamentar não me basta e nunca me bastara!

Eu sou mais que essa pobre sociedade que ignora e assiste

A sua condenação na farsa do que é esta luta - combate a pobreza!

Que pobreza!? Ele fala de algo que não conhece e nunca o matara

Pobreza talvez tenha esta sociedade em não duvidar essas parvoíces

Parecemos mais marionetas ou palhaços fartos de sorrirem tristezas

 

Ainda continuo rimando! Que raridade é esta hoje?

Eu fiz acima estrofes e versos que rimarem com as verdades

E o poema com a ideia que acordei falando léguas mudas de palavras

Congeladas a muito em minha goela que diz tudo e nenhuma verdade lhe foge

Mas ainda me apoquenta a mente o medo e a deles maldade

Que incinerarão as minhas e trarão a minha família tristezas e magoas

 

É dai que para todo sempre irei calar e calar

Fechar a boca e as mãos minha expressão congelar

Não mover os dedos escrivão e os paralisar

Fechar a boca e sobre as falcatruas e hienas deles não falar

E fazer uma coisa que de certeza aos linguista vai agradar

Rimar desnecessariamente e incansavelmente rimar

 

 

Jovenal Maloa – in textos Soberanos

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