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UM POEMA PARA GISELDA
- Giselda...
Giselda... Pensava João. -Não é um nome muito fácil de fazer poesia... É um avião, que delicia antes de ontem na
praia... Que corpão... Vou fazer um poema, telefonar... Quem sabe vira alguma
coisa.
- Vou
faze o que o Rubens me falou, como estou por fora! Quinze anos enfiado naquela cidadezinha
de Interior, casado com uma mulher criticando tudo o que fazia... Só restava o
boteco do Mané... Bandida foi embora... Mas tem a Giselda, vou escrever uma
poesia, falar ao telefone com voz bem macia. João disse que ela é muito
sensível e depois ir jantar e começar alguma coisa. Eta mulher bonita!
-Vamos
lá: Olho a lua
Você toda nua...
Não lua
com nua não dá, é muito ruim. Vulgar. Mas a lua está tão linda...
-Já
sei, vou juntar o mar, foi lá que a conheci, vai dar certo!
A lua
O mar
Você
nua...
-Nua? Lua? -Era de dia, todo mundo olhando,
tem que ser uma ilha deserta, não! Vou mudar:
Clamar somente à noite.
Na noite
que chama
Teu nome na cama
Nua me
inflama...
-Será
que ela dorme nua? Não sei como ela faz com todo aquele silicone dos peitos. Li
que uma vez estourou num exame de mamografia. Será que ela consegue dormir de
bruços? Acho que só tira a roupa na hora H e depois coloca alguma coisa para
ajeitar...
De baby-doll na noite
Na noite que ferve...
Não! Não
sei escrever e nem sei se ainda se usa Baby-doll. Será que é pijama? Como se chama hoje? Sei lá! Não posso aparecer
caipira. Vamos mudar...
-
Porra! Oito horas, Lena me disse que: se ela pegar no celular fica duas a três horas
e miou o passeio. Acho que ela falou: - Lá pelas oito...
-
Caracas! Vou telefonar sem poema.
-
Ocupado. Fudeu! Já grudou no aparelho...
SILÊNCIO!
- Já
sei, vou fazer o poema de amanhã. Telefono às sete. Não tem erro. Ótima ideia. Deu
uma gargalhada.
Eu e você
Você linda e nua
Do outro lado da lua
Só com o Universo a olhar
Faço amor, faço versos,
Só nos dois no mundo
Livres para amar.
Agora é
só colocar a métrica. Será que ainda usa... Não sei... Tenho que pensar...
31/03/13
Tony-poeta
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