PÍLULA DA FELICIDADE
Na Grécia Socrática foi longamente discutida a noção de ética.
Os filósofos concluíram que ética seria a procura do Bem, ou seja, da
Felicidade. Nestes anos 600 a.C. longos diálogos
e discussões foram feitas objetivando a formula de encontro deste estado de
espirito.
Como se sabe, na Grécia daqueles tempos todas as discussões
referiam-se a Cidadãos Gregos, uma camada social composta pelos homens livres;
não se contavam escravos, mulheres, crianças e metecos. [estrangeiros que
residiam na cidade-estado]. Talvez a procura da felicidade deve-se a Atenas
estar em crise, governada por um tirano [homem injusto e cruel], sendo que
nesta época Sócrates foi executado, Platão tentou por duas vezes implantar sua
Republica na Cecilia, onde o Tirano Dionizio pela primeira vez e seu filho na
segunda tentativa do filosofo quase o mandaram a morte e, Aristóteles foi
educar Alexandre, que conquistou o mundo pelas armas e sangue.
Interessante notar que além da República de Platão, outras obras
vieram a ser escritas com o mesmo título a posteriori, principalmente pelos estoicos.
A história andou, os Impérios se sucederam e desmoronaram, a
escravidão persistiu até pouco tempo, e foi abolida por lei, as mulheres
entraram no mercado de trabalho e exigiram seu lugar e tanto a ética, como o
objetivo maior desta o bem ou a felicidade continuou hipotético.
No final dos anos 70, um laboratório criou a pílula da
felicidade, resolveria este problema filosófico tão difícil. Era o Prozac. Foi
um fenômeno de vendas, toneladas de comprimidos foram consumidas no mundo todo.
O medicamento persistiu e há alguns anos estava comemorando seu um quarto de
século, com pompas.
O mundo aparentemente continuava igual, o humano tentando
enganar o outro humano, agora potencializado na sua representação dos dois gêneros.
A Ética continuava rara, a natureza destruída e a malandragem atingindo vários
continentes simultaneamente; uma fraude na loteria esportiva da Europa foi
efetuada com participação de estelionatários modificando os resultados dos
jogos em todo o mundo simultaneamente. As guerras continuavam. Eticamente não
demonstrou nenhuma eficácia. Os estrangeiros continuaram estrangeiros, com
xenofobia em alguns países.
Pode ser que a felicidade, a chamada de publicidade da pílula tenha
sido atingida. Eu, particularmente perguntei a uma porção de senhoras com mais
de cinquenta anos, que por todo este tempo tomaram religiosamente a tal pílula:
- Você é feliz?
Não encontrei nenhuma.
Parece que nosso problema filosófico, agora acrescentado o
aspecto médico continua.
Creio que felicidade é um objetivo individual e ética é uma
questão de ter um comportamento coerente com a sociedade que o individuo vive. Pílulas
não resolvem.
16/06/13
Tony-poeta
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