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Agasalho do recolhimento.
Na noite fria e chuvosa, onde o escuro realça a solidão, o
corpo se encolhe com frio e medo, se agasalha fica pequeno, sente-se pequeno.
Na verdade está tentando esquentar a alma também retraída,
que perdida, não consegue se expandir achando que a vida no frio da madrugada
não é plena. Apavorada treme e chora, ouvindo o sibilo uníssono da madrugada,
que o vento traz de forma desastrada, sem variar a melodia, formando um canto
de desespero que talvez não deixe o ser encontrar o dia.
O vento assobia uma só nota, o corpo encolhe a alma cada vez
mais e se recolhe na ausência da sinfonia dos prados tremulantes em suas
flores, dos esquilos ágeis subindo as arvores e, as borboletas coloridas se
misturando as flores fazendo o cantar da esperança do dia a dia, buscando a
poesia de existir.
Cada vez mais se recolhe o corpo e espreme a alma já
doentia. Anoite assobia o silencio cortado do vento, a alma já não chora apenas
balbucia seu canto de solidão.
Súbito reage, pulsa o coração em fortes batidas, o ritmo
quebra a inercia da noite parada e do vento maldoso, refaz o ritmo, canta a
canção, agita a razão.
É que o Amor, medroso, andando nas paragens frias,
desgostoso parou para conversar com o coração, e o encontro aqueceu a noite. Luzes
de magia inundaram o horizonte.
17/07/2013
www.tony-poeta.blogspot.com
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