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APRISIONAMENTO
Viver é
aprisionar a vida. Não sabemos viver!
A vida
livre que flui em bosques e pradarias, que existe em cada elemento da natureza,
não tem amarras, nem tempo, nem espaço. Apenas vive solta, seguindo seu rumo, cumprindo
sua missão: a de ser vida.
O tempo
não existe, tanto faz uma mosca viver dias ou um carvalho séculos, lá está ela
livre e disponível dentro do ser. A vida é liberdade.
O humano
complica a vida, ao viver a aprisiona e amarra, nas suas garras internas quer
administrar a vida pensando viver. Como pode passar pela mente prender o que é
livre?
Mas,
prendemos a vida, colocamos limite, delimitamos espaços a obrigamos a um tempo
que apenas existe em nossa imaginação, baseado na duração media das existências,
sendo que não sabemos quanto dura uma existência individual, assim a vida é
amarrada.
A vida
se debate com o viver. Este sente, mas não reconhece, se deprime, angustia,
chora, ri histérico pensando que está alegre e mal desfruta de uma alegria efêmera
que se dissipará em segundos seguida de choro copioso, e a vida continua presa
no viver errante do individuo.
Não conseguimos
viver por viver, soltar as rédeas que aprisionam nosso caminhar e deixar que tudo
flua como tem que fluir, sem regras rígidas, sem considerar os outros errados
ou certos, e nos colocarmos em grau de superioridade fictícia se a vida é igual
para tudo e todos.
E na
solidão ante o mundo não conseguimos olhar em nosso viver a vida que habita em
nós. Prendemos a vida, não a soltamos, deixamo-la presa e amarrada e choramos
nossa infelicidade.
Viver é
deixar a vida fluir, pois ela permanecerá sempre. Nós, pobre de nós! Somos
seres passageiros que apenas a capturamos neste fugaz efeito de viver.
02/06/13
Tony-poeta
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