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CONSUMISMO
Oito bilhões
de elefantes comendo a copa das árvores conseguem acabar com as florestas.
Isto é
o que está acontecendo. O consumismo desenfreado está acabando com o planeta.
Esta foi à conclusão que me ocorreu, quando numa pagina de poesia se abriu um
desafio de se escrever como proteger a natureza no dia do meio ambiente.
Não sou
nem economista, nem monge; tampouco prego vegetarianismo ou outra qualquer
filosofia de vida ou modismos. Acompanhem meu raciocínio:
Excetuando-se
dois bilhões de humanos que vivem em miséria absoluta, com centenas de mortes
infantis por fome por dia, o restante da população tem algum consumo, variando
conforme a classe social que ela se encontra. Usarei como parâmetro onde vivo, ou
seja, o Estado de São Paulo.
Nesta camada
de consumo a grande parte consome mais do que precisa. Todos justificam com
propriedade que é para seu bem estar e para não ficar inferiorizado de seus
vizinhos.
Assim,
a partir de certo nível de ganho temos repetições de objetos, por exemplo: Um
celular com máquina fotográfica que se conecte com a internet, uma máquina fotográfica,
um tablete, um notebook, um computador. Portanto repetições, o celular e o
computador seriam suficientes para suas necessidades. Se tiverem uma boa televisão
e no Hipermercado aparecer uma oferta a preço tentador, comprarão outro
aparelho para colocar no quarto.
Em seus
armários encontraremos meia dúzia de toalhas de banho, compradas em ofertas
irresistíveis, vários pares de sapatos, muitas calças, camisas, vestidos,
blusas e assim por diante.
Olhando
bem, consumimos várias vezes mais do que a necessidade básica de viver bem. Não
estou pregando para ninguém não comprar e nem andar em andrajos.
O carro,
se possível deve ser trocado cada um ou dois anos, cada eletrodoméstico é
trocado regularmente em períodos breves, bem como os móveis, sempre que for
possível, acompanhando a moda da época.
Toda
novidade em eletrodomésticos, modas ou lazer é rapidamente adquirida. Se
demorar muito para ter o dinheiro para a compra, a angústia acompanha a
família.
O que
tem a ver tudo isto com a natureza? Respondo: TUDO!
O mundo
atual é dominado por grandes conglomerados incluído superempresas, bancos. A
mobilidade dos pequenos é limitada pelo capital que não possuem e dependem
diretamente do sistema bancário e dos fornecedores, direta ou indiretamente
ligados a uma empresa multinacional.
A lavoura
e o agronegócio, por maior que seja, depende de fertilizantes, sementes e
agrotóxicos, tudo dominado pelo capital Internacional incidindo royalty e
outras taxas.
Resumindo,
o Capital Internacional dirige tudo, direta ou indiretamente e os bancos são os
fornecedores do combustível para a economia funcionar.
Portanto
temos um sistema Internacional [bancos e multinacionais] donos do capital, um
sistema de distribuição [intermediários locais], um sistema de propaganda
[imprensa] e consumidores. A Imprensa é dependente e só sobrevive pelo capital.
Como tudo
que se compre e produz é despesa em moedas estrangeiras, atinge a balança
comercial e incide juros para o País. O que se produz é em grande parte
consumido no mercado interno, sem abater os dólares de custo [insumos, royalty,
patentes, matérias primas]. O Sistema fica sempre deficitário obrigando ao
governo estimular a produção tanto para diminuir o déficit, como para amenizar
a pressão que sofre como devedor. O sistema funciona para o país como um cartão
de crédito que não se consegue pagar a totalidade da fatura e a divida sempre
aumenta, no nosso caso obrigando a aumentar a produção.
A máquina
do Capital por outro lado, tende sempre aumentar o lucro e maquia as bugigangas
que oferece a população, para que esta gaste mais e gere maior receita.
Para aumentar
a produção há necessidade de além de melhor técnica [sempre importada] mais
terra. [tanto para plantio, como geração de energia, transporte e armazenagem],
obrigando a cada vez mais ocupar terras ocupadas por matas para produzir.
Os Índios,
Sem Terras e quilombolas deveriam ser respeitados neste processo. Os primeiros
preservando suas terras sagradas e de subsistência; os outros dois dentro de um
processo de agricultura familiar fornecendo alimentos para a população a um
custo menor. Este procedimento não agrada o capital, que além de necessitar do
espaço para consumir insumos, teria a concorrência de produtos fora das bolsas
de Mercadorias; portanto sem lucro.
Nestes
casos age com a imprensa desqualificando este seguimento e ainda por via
judicial, que sempre é oriunda da classe dominante, inclinada por convicção a
concordar com o sistema de capital.
O sistema
é fechado, portanto. As árvores continuarão sendo destruídas e os mais fracos
expulsos de suas terras. Não vejo como reverter a situação enquanto durar esta
forma de Capital. A única maneira de controle é nossa própria restrição de
consumo para poder quitar este cartão de crédito interminável.
A solução
cabe a cada um dos cidadãos.
Tony-poeta
04/06/13
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