sábado, 21 de setembro de 2013

COINCIDÊNCIAS



 

COINCIDÊNCIAS


Muito difícil coincidir meu pensar com o pensar da vida. Os desencontros são regra.
Tanto faz que colha flores no jardim de minha casa ou dê volta no planeta buscando a pedra verde-amarela-alaranjada de minha imaginação, a vida não consegue se encontrar com o viver, apenas um corre de um lado enquanto o outro se põe a correr em direção oposta; sempre em fuga, sempre em busca, sempre em desalento.
Mas, uma hora há o encontro, tanto faz que seja presencial ou solitário; quase toda noite este encontro existe.
Acontece no espaço curtíssimo entre a vigília e o sono, aquele momento que se tenta entender quem se é e, quem compartilha de sua vida. Na madorna é possível viajar por todo o Universo, sorrir, ser presente em pessoa e solitário na imensidão, é voar, voar por lugares desconhecidos com formas bizarras, mas harmônicas com o coração.
Depois, só o cobertor e o mundo de fantasias da noite me preparam para mais um dia de busca, sempre diferente do anterior.
A vida deste modo é apenas uma repetição de adormecer, até não ter volta, e viajar no lapso do tempo imaginário da eternidade.
Porém, felizes são as andanças dos desencontros, nelas brilham raios de luz esperançosos que despertam sorrisos e ternura. O espaço que ocupo comigo é sempre de luz, não impostam obstáculos, estes como coisa sorriem e incentivam a continuar,
O lapso entre a vigília e o sono talvez seja a realidade do viver, nele encontro, mesmo por instantes a vida e o viver; quem sabe o Universo em sua totalidade, do qual sou parte mesmo microscópica.
Viver é desfrutar o desconhecido, apenas.

21/09/2013
Tony-poeta

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