A RAZÃO
Sair da sombra, abandonar a mesa,
Prato saboroso, a água que sacia,
Em outra soleira, mente vadia,
E nem esperou a sobremesa.
Jogar o chapéu na chapeleira
Tirar o paletó, e se deitar,
Acender o fogo na piteira
Recusa insistente de pensar.
A razão coça a cabeleira
Pronta e firme para admoestar
Esticando os pés sobre a cadeira
Faz de conta:- não quer escutar!
- Como penetrar em vida alheia
E pode sem senso navegar.
A aventura sempre sorrateira
Em aguas turvas vai soçobrar.
A invasão imprudente cerceia
Tino, prudência, o raciocinar;
É o canto traiçoeiro da sereia
Que nas aguas turvas vai matar.
Dizer que a paixão entrou na veia
E a razão tem mesmo que aguentar
Tudo que envolve a vida alheia
A razão tenta em vão aconselhar
Mas a paixão quando incendeia
Faz a razão no chão, se queimar.
25/04/13
Tony-poeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário