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SERENIDADE
A guerra é fruto do medo, que é filho da ignorância. Só se
guerreia contra o que não se conhece, um soldado vai ao campo de batalha
enfrentar monstros que mimetizam todos os seus fantasmas, figuras horrendas,
disformes, prontas a devora-lo e destrui-lo jogando-o no abandono. Só cremos na
morte dos outros, nosso castigo é a solidão e o isolamento, e aí de nós se os
monstros vencerem: seremos jogados no campo isolado de nossas angustias com
monstros fazendo piruetas e caretas, mordendo nossos membros e zombando de
nossos valores.
O homem sereno não faz guerra, luta sim pelos seus valores, mas
como numa partida de xadrez onde vê e analisa lance por lance, prevê desfechos
e organiza jogadas. Não tem monstros nem fantasmas, sabe contra quem luta e
sabe que o adversário é humano.
O general não se apavora; não que não tenha medo, é vivente, mas
lidando com discernimento e conhecendo o adversário, a guerra se torna um jogo
conhecido. Porém, para seus comandados apresenta o adversário como desconhecido
e deixa que os monstros passeiem livremente, cada soldado coloque o fantasma
particular que o assombra.
No nosso dia a dia há generais e soldados. Quando a imprensa
começa a colocar chamadas que apavoram, pare e leia sobre o assunto, os políticos
agem como generais e jogam o povo na guerra para sua vantagem própria, usando
os meios de comunicação que dispõe, ativando o medo como base. O único antídoto
possível que o humano comum que trabalha e cuida de sua família possui é se
inteirar do assunto e, tendo a serenidade de pensar, verá que o fantasma não
existe, existem sim homens buscando o poder. Pode ser que você apoie o general de quem
tinha medo.
Seja sereno. Analise com calma. Não guerreie por medo e sim por
causas. Lembre-se: Não guerrear é melhor.
Tony-poeta
29/06/13
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