terça-feira, 26 de março de 2013

QUERIA ENTENDER



 

QUERIA ENTENDER.


Um grupamento animal, incluindo o humano tem como objetivo a dignidade de cada elemento.
Vi na T.V. uma femea de leão, [as femeas são todas da mesma família sempre, irmãs e primas.] que em uma caçada ficou cega de um olho. A mesma precisou provar que conseguia caçar, o que ela o fez, para continuar no bando.
O homem tenta ser mais tolerante, amparando seus deficientes. Isto na sociedade moderna, nas sociedades mais antigas era praticada a eutanásia. Como no caso dos leões. Uma evolução, ou humanização.
O grupo em si, uma vez formado, tanto em leões e outros animais apresenta uma hierarquia com questão de ordem, necessária para coesão do grupo. Cada animal na natureza que vive em bandos a respeita e, a mobilidade quando acontece é a custa de muita luta; às vezes fatal.
A humanização presume um sistema democrático, onde a mobilidade social é teoricamente pacifica e aceita; todos os membros de uma comunidade têm os mesmos direitos, a saber: Dignidade, emprego, alimentação, moradia.  Tanto nos partidários de direita ou de esquerda.
Não é o que vemos. Atualmente as diferenciações em camadas, verdadeiras castas são gritantes, a ponto da diferença de posses do mais pobre ao mais rico ser incomensurável; incompatível a uma pretensa igualdade. Isto é explicado pelo capital de que se trata de um projeto para o futuro. Alegam não utópico. Será?
Vamos observar com mais minucia. O humano não vale atualmente pela sua capacidade nata, mas sim pelo capital acumulado por ele e seus ancestrais. Explico. Um repentista analfabeto ou semianalfabeto, sempre será inferior a um professor de letras numa Universidade. Não se leva em conta que o sertanejo que usa seu instrumento por talento nato e realmente é um artista, e o professor, que não possuindo nenhum talento, escreve seus artigos por técnica apreendida e esforço pessoal. O Talento nato foi desprezado. Só existe o valor estudo; ou seja, o que foi gasto para este professor chegar a sua posição. O valor dinheiro tornou-se a única variável. Todas as outras foram deixadas de lado.
O ser se tornou regido pelo poder econômico de cada parte, isto fez com que a hierarquia fosse acrescida de mais elementos; sem poder de mobilidade onde o de cima desconsidera todos os que se encontrem abaixo, numa perversa relação senhor escravo fracionada. Explico melhor:
Vamos supor que o elemento X seja operário e se relacione com outros iguais no serviço. Tem uma relação de camaradagem com todos os demais, inclusive frequentando ambientes comuns e a casa dos mesmos nos períodos de folga.
Por algum motivo, esforço próprio ou um melhor relacionamento é promovido à função de Líder, passando a ficar ligeiramente superior aos colegas. Em pouco tempo desprezara os antigos companheiros e os criticará sempre que possível.  Há uma nítida mudança de estatus social, mesmo numa pequena diferença, como no caso citado.
Até esta divisão ampliada pode ser considerada como uma evolução social, mesmo perversa.
A situação se complica que nesta divisão da divisão se acrescentam outro fator, a saber:
O desemprego.
Este, como acabamos de ver nos Leões e típico de outras sociedades grupais, não é aceito e considerado não natural. A coisa se complica quando se considera a taxa de cinco por cento desempregados como emprego pleno; e se trata de uma meta, dificilmente comprida, variando em oito a dez por cento, podendo atingir patamares de até dezoito por cento em situações de crise, como vemos atualmente na Europa.
Complicando ainda mais, os Economistas recomendam em situação de crise que se “enxugue a empresa ou o governo”; ou seja, aumente o numero de desempregados.
Oras! esta situação fere totalmente a dignidade e a sobrevivência dos indivíduos, numa perversa exclusão onde estes não são formalmente desligados da sociedade e, ao mesmo tempo não estão incluídos, tendendo a uma população marginal em condições piores que a escravidão. Esta situação não tem referencial em nenhuma sociedade conhecida. Pura invenção humana.
Os economistas, pessoas que trabalham para uma pequena elite detentora do capital, justificam a barbaridade como Fundamentos da Economia.
Não sou economista. Dos 14 aos 15 anos trabalhei em São Paulo numa Multinacional [Gessy Lever] e como boy buscava impressos na Rua Direita nos Impressos Padronizados Record. Cinquenta anos depois, vendo meu filho trabalhar em contabilidade, descobri que os mesmos impressos se encontravam na tela do computador como inovação. Não mudou nada.
É evidente que os impressos básicos não representam a Economia, mas o sistema de controle é à base do protocolo. Dele é derivado. Todas as profissões atuais trabalham neste sistema.
O que vemos é que todas progrediram [o protocolo dá um progresso até se esgotar, pois não trabalha com imprevistos, o que o limita.] Mas na Medicina, aumentou a perspectiva de vida, diminuiu a mortalidade materno infantil, trouxe melhor controle de doenças infecciosas e mesmo doenças com o câncer. Não resolveu tudo, e está longe a solução, mas a melhora é visível. E a economia com seu desemprego programado?
Não consigo ver melhoras. Todo ano Grandes empresas, incluindo as do setor, países e bancos quebram e as crises mundiais parecem ser até programadas. Pelo menos cada dois ano tem uma. O que está havendo? Os protocolos estão errados? O desemprego sistêmico é necessário? Ou os tais fundamentos estão parados no tempo, como estão os impressos de controle?
Está na hora da sociedade cobrar explicações para seus economistas, pois a previsão é de dois bilhões de pessoas na miséria absoluta em poucos anos e os tais fundamentos estão completamente cegos.

www.tony-poeta.blogspot.com





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