quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ENTENDENDO A VELHICE

ENTENDENDO A VELHICE.


Em 1954 eu tinha nove anos. Era o quarto centenário de São Paulo. Naquele tempo achava todos os adultos grandes e velhos, não sei por que, acho que hoje a molecada é mais esperta.
São Paulo estava cheio de atividades, estava se inaugurando o Parque do Ibirapuera e junto com ele o Roseiral do Adhemar: Lembro que achei feio uma roseira longe da outra, coisas de criança. Fomos almoçar no Restaurante recém inaugurado no Parque, pela primeira vez esperei uma mesa em minha vida.  Eu meu pai e minha mãe, tudo comportado e eu um homenzinho ao lado das pessoas velhas.  Meu tinha 37 anos na época.
Na noite seguinte tinha a famosa Chuva de Prata. Um Teco-Teco iria passar e jogar papel de alumínio que iria pratear os céus.  Fui com minha mãe e alguns vizinhos.  Tinha bastantes crianças junto com os velhos. 
Na hora que foi jogado os souvenires minha mãe deixou que eu saísse de seu lado para pegá-los. Estávamos na Av. Nove de Julho, por cima do túnel do lado Centro, na rampa de grama que contornava o acesso para Av. Paulista.
Corri como todos os moleques. Tinha uma torneira pingando de uma maneira invisível e na grama molhada com barro surfei com os fundilhos e desci todo declive. Fiquei todo sujo.
Logicamente levei uns tapas, hábito da época, creio que deve ter sido difícil dada a penumbra do local, ter achado um sitio limpo para as palmadas. Voltamos a pé, já que não era muito longe, e eu sujaria o ônibus. Mesmo assim consegui levar umas lembrancinhas que peguei antes de escorregar tragicamente.
Meu pai, inimigo de castigos corporais consolou-me em casa. Explicou que eu veria a passagem do Milênio e a festa seria muito maior e eu já seria adulto.
Deitei pensando e fazendo contas mentalmente, o que sempre fui bom.  Estaria na época muito velho, porém deveria estar vivo. Será que conseguiria ir ver as atividades? Pessoas muito velhas têm dificuldades, quase não andam. Assim peguei no sono e o pensamento ficou gravado.
Atravessei a passagem de Milênio, aliás, de Plantão. Não vi nada. Ontem estava me lembrando das conclusões de infância e percebi que não estava careca, não tinha cabelos brancos, apenas uns poucos fios sem cor na barba, não tinha os joelhos duros, estava quase velho, mas ainda não. Aquela conta de gente velha e grande não estava muito correta.

Súbito passou pela minha cabeça uma idéia: Como será que eu verei a passagem para 2.100?

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

CALADO

CALADO


Quando o mundo se cala
Não ouve a fala
Não é que o ser é quieto
Mas não consegue falar
Como ser tagarela,
Se a outras coisas se atrela
Aquele que foi marcado
Para o sujeito escutar?

Não adianta nem os gritos
Não o escuta o infinito
Que se perde no olhar,
O ser que perdeu a fala
Que fala em tom tão mudo
Fica perdido no mundo
Querendo conversar
Mas o mundo não escuta lamentos
E a dor que corroi por dentro
Não se apaga nem com o chorar.

01/01/2014
Tony-poeta


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FAZENDO POESIAS

FAZENDO POESIAS


Poderia viver a vida
Apenas numa sala.
Bastaria colocar em um canto
Um ralo para jogar desencantos.
Noutro colocaria uma fonte sonora
Cantando as alegrias do agora
E sentado no sofá, sem agonias
Faria poesias: todos os dias.

30/12/13
Tony-poeta



domingo, 29 de dezembro de 2013

NA VIDA

Na vida

Riscamos estradas na imaginação
E depois, já no chão vamos conferir.
As estradas que criamos são de alegrias,
Farturas, otimismo e poesias,
O difícil é controlar nossos passos
Nos caminhos sinuosos e nem sempre claros
Que se afiguram em nossa frente.
Para o Novo Ano que portemos a lanterna do bom senso
Para iluminar os caminhos
Que tenhamos muita paciência e amor
Para com os companheiros de caminhada
E possamos distribuir apertados abraços
A todos que se unam em nossa jornada
E que o caminho seja de flores
E cada vez que o iluminarmos
Possamos sorrir e festejar a vida.

Feliz 2014!