sábado, 22 de setembro de 2012

DOIS DESEJOS


DOIS DESEJOS


 

Caminho entre dois desejos:

O desejo de ser

E o de pertencer:

Dependo dos dois para viver.

Neles me reconheço

Mas não me conheço.

Apenas me equilibro

Entre: o querer ser

E querer pertencer.

A cada passo

Sempre indeciso

Tenho que rever

Os atos imprecisos.

 

O que quero?

Realmente não sei

Sei o que preciso

Como sei que tenho fome

E quero comer,

No mais são sensações

E afetos

Afetos de amor

Mas quando agredido

Afetos de guerra

E caminho pela terra

Vivendo o momento

E imaginando

Um mundo harmônico

Que não conheço.

 

22/09/12

Tony-poeta

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SAUDADES


                                                 SAUDADES


 

Delírios de um ser choroso

Voando em um tufão

Busca um passado formoso

Entre verdade e ilusão

Entre o dito e não dito

Na fuga de uma paixão

E olha em busca do sonho

Sente suas faces molhadas

Não pelo beijo risonho

Mas pelas lágrimas choradas

Do que não volta não.

 

21/09/12

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O CUIDAR E OS PRESENTES


O CUIDAR E OS PRESENTES


 

 

Quando iniciei meu trabalho como Médico, Dr. Simão de Andrade Ribeiro me cedeu uma sala, isto em 1975, na cidade de Marilia. Dr. Simão, já aposentado, além de Médico havia sido vice-prefeito pelo PTB e foi próximo a Getúlio Vargas e outros lideres do partido.

Na primeira eleição para prefeito e vereadores que acompanhei perto dele, sem participar, com sua sagacidade falou:- O Pedro Ortiz se elege e, os médicos candidatos, havia vários, não!

Pedro Ortiz era amigo e se aconselhava com ele, visitava o consultório com frequência. Vinha de família muito pobre e continuava pobre; mas era quem fornecia a medicação no INPS, muita das quais receitadas pelos médicos concorrentes à vereança.

Não deu outra. Pedro Ortiz se elegeu e, os médicos ficaram fora. Foi quando ele me explicou:- As pessoas querem sair com alguma coisa na mão. O médico dá um pedaço de papel e ele o remédio. O povo gosta do objeto material. O remédio vai para sua casa.

Realmente o afeto requer demonstração. Os dois lados, tanto os médicos como o Pedro eram pessoas afetuosas, lembrar que a medicina na época ainda seguia a escola francesa e todo doente era examinado minuciosamente. [A medicina de laboratorial de hoje, muito exagerada, veio para atender a pressão dos EUA que brigavam com os laboratórios Europeus e visava, como ainda visa, a venda de material de análise.]. Portanto o Cuidar que é à base de toda área médica, [a cura é consequência] era equivalente nos dois atores. O que diferenciava, era exatamente o presente, representado pela medicação entregue.

Vamos exemplificar. Maria fica doente. João seu namorado vai visita-la. Este está preocupado tenso, realmente querendo cuidar da amada, todos os afetos estão intensificados. A presença e o cuidado dele vão realmente sensibilizar Maria. Ele se retira, toca o telefone, ela começa a conversar com as amigas. O namorado passa para segundo plano e, o papo com a amiga se intensifica.

Agora, vamos supor que o mesmo João levou flores [ou outro presente qualquer, que tenha significado]. Após ele sair, na conversa da amiga ao telefone, as flores serão citadas e João permanecera vivo na conversa. Ou seja, ele permaneceu presente com a demonstração material do afeto. Ele DEU duplamente o afeto, com a sua presença e, com as flores.

Portanto o cuidar tem uma interface pessoal, mas também a material. É exatamente esta que é usada pela propaganda politica e na politica. A compra de votos: pode ser qualquer objeto que toque afetivamente o eleitor.

Creio que será muito difícil definir o quê está ou não comprando o voto, pois a afetividade não é mensurável por nenhuma máquina. Como no exemplo citado incialmente.

Um conselho: Sempre leve um presente para a amada ou o amado, funciona.

 

21/09/12

Tony-poeta

 

 

 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CONTEMPORIZAR


CONTEMPORIZAR


 

É normal na vida diária, nós mesmos ou alguém próximo com liberdade e ascendência, diante de um pequeno problema falar: - “Deixa pra lá”, ou “Vamos por Panos quentes”; em outras palavras, contemporizar e, dar o assunto com encerrado. Por ser uma coisa sem importância e corriqueira, a parte que se sentia prejudicada ficar quieta. Resolveu o problema?

A resposta é Não! O problema foi adiado e será potencializado assim que houver outra situação, às vezes menor que o anterior. O desgaste será muito maior; e pequenas situações desencadearão guerras, como vemos todos os dias nas relações familiares, de amizade ou de trabalho.

Mas, porque permanece este probleminha, aparentemente sem importância e, que foi deixado de lado?

Tudo se resume a uma questão de espaço. Cada um busca seu espaço e determina seus limites. Numa relação de casal ou num grupo de amigos estes também tem precisão e exigem respeito. Vamos ilustrar com um casal.

João e Maria casaram. Montaram apartamento, ganharam presentes. Passou a lua-de-mel. João acostumou tomar cerveja numa caneca única que ganhara. Maria chega um dia antes dele e, pega a caneca para tomar chá.

Ele ao entrar percebe, fala:

 - uso esta caneca.

- É ideal para o chá, vou pegá-la para mim. Fala ela e, continua com a caneca.

Dias depois, ao chegar, pega o copo de cerveja e não acha o pratinho que fazia jogo com a caneca que fora confiscada. Ia por, como sempre a azeitona que habitualmente acompanhava sua bebida. Estava com as bolachinhas de Maria, para acompanhar o chá.

- Usar a caneca sem o pires desfaz o jogo, alegou Maria. Ele contemporizou.

Uma semana depois Maria vai comprar determinado produto e junto com este compra uma carteirinha de R$ 30,00 com o cartão da casa. A quantia é insignificante para a renda do casal, mas começa a maior briga.

O que aconteceu é que: a invasão de espaço da caneca e do pires não foi assimilada. Tinha que ser conversada com calma e diplomaticamente estabelecer os limites. A briga é inicio de uma guerra que pode se prolongar, com desfecho ruim para ambos. Maria é consciente que invadiu espaço e João certamente, pela sua reação sabe que seu espaço foi invadido. O deixa pra lá acabou em guerra, ou seja, não foi deixado.

Vamos supor que Maria chegou com a carteira e João continuou a por panos quentes, falou; - Você não está precisando de carteira. Ela respondeu em monossílabo ou em defensiva, o que é o mais comum e, o assunto foi enterrado.

Neste caso a abertura de espaços por João, inconscientemente em Maria vai ser interpretada como sinal de fraqueza. As invasões vão prosseguir. Ele na verdade não é fraco e nem inconsciente do que está acontecendo. Provavelmente é seu modo de ver a vida, aprendido em sua casa que tem um dos membros, mãe ou pai totalitário e ele então optou pela paz.

Com o tempo vamos ter um casal que, um fala e o outro se cala. Saem para passear e só um conversa e o outro fica quieto [neste exemplo o João, poderia se Maria em outro caso]. Os amigos vão dizer:” João é um  bundão”. Este relacionamento ao invés de brigas vai a uma falta de diálogos. Pode se perpetuar, e é comum encontrarmos casais idosos onde um manda e outro obedece.  Bastante comum também é que o calado, sem prévio aviso abandone o relacionamento e, vai viver com o amante que arrumou há algum tempo. As comadres vão dizer:- “Era uma brasa encoberta.” E realmente era uma brasa sufocada.

Neste caso também faltou o estabelecimento de limites e conhecimento mutuo dos parceiros.

Devemos discutir pequenas coisas também, não é solução contemporizar. Deve ser levado em conta que o invasor sempre vai estar na defensiva, por menor que seja esta invasão. É prudente, portanto esperar um momento de descontração e, se possível iniciar o diálogo em tom de brincadeira para não virar uma guerra. Os dois sabem que não é brincadeira, mas aceitam.  A guerra uma vez iniciada, sempre se prolonga.

As relações entre amigos, menos intimas, portanto, devem seguir o mesmo padrão, senão a amizade acaba. Amigo quieto é mau sinal.

As invasões sempre acontecem, são instintivas, mas o bom senso entre os participantes e um diálogo em hora adequada, mantem o relacionamento no nível necessário.

 

Tony-poeta

20/09/12

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

DAR AMOR PENSAMENTO


DAR AMOR


 

No mundo individualista

O único antidoto é o amor

Mas, tenha prudência e firmeza,

Pois quem o recebe

Tem que saber a origem.

Não se joga amor ao vento.

 

19/09/12

Tony-poeta

 

O JOGO DO SÃO PAULO


O jogo do São Paulo


 

 

Juvenal se preparava para a final do primeiro turno. Era São Paulo e Guarani, jogo difícil, só valia a vitória, se empatasse era disputado nos pênaltis.

Chegou à sala. Uma sala simples que dava acesso a duas portas. Uma à cozinha, onde Maria, sua mulher preparava os salgadinhos para o bar que tinham na frente. Jonas e Deise estavam no bar e ele cuidava do Netinho de cinco anos, o Guto.

Rex, o vira-lata da família andava livremente, já o garoto, só podia ficar na sala, não podia ir onde estava fritando e, muito sapeca não deixavam sozinho no quarto.

Juvenal colocou a cerveja e o copo na mesinha ao lado, dois maços de cigarros; não gostava nem de pensar em ficar sem eles no jogo, a dentadura, o cinzeiro e, começou a assistir.

O jogo estava duro, o menino e o cão estavam o deixando nervoso. Volta e meia dava um:- Fica quieto e continuava fixo na TV.

Intervalo, zero a zero. Foi ao banheiro devolveu a cerveja, aproveitou para despejar as bitucas no vaso sem Maria notar, ela costumava ficar brava. – É para não dar tosse no garoto, pensou ele. Buscou outra cerveja na cozinha e sentou.

Tudo continuava igual, o jogo difícil, o moleque e o cachorro recebendo broncas, ele fumando sem parar e tomando cerveja.

Final do segundo tempo, zero a zero. Iria para os pênaltis. Juvenal estava muito nervoso. Pegou outra cerveja. Jogou as bitucas e sentou. Resolveu por ordem:

- Guto, você senta do lado do vô, não dá nenhum piu até acabar o jogo.

Estava batendo o primeiro pênalti, o menino quieto, o cachorro fazendo estripulia, até que correu para o quarto. Na hora que o São-paulino chutou, Guto puxou o calção do vô:

- Vô...

-Cala a boca, não falei. A bola foi para fora. O menino começou a chorar.

O atacante do Guarani bateu o pênalti, a bola entrou.

- Cala a boca moleque, chora baixo, falou já visivelmente descontrolado.

Acabou o jogo, o São Paulo perdeu. Chateado, quase chorando, às vezes chorava quando o time perdia, foi consolar o menino.

- Não falei para ficar quieto, viu o São Paulo perdeu; o que você queria dizer:

- O Rex roubou a sua dentadura.

 

19/09/12

Tony-poeta

-

 

 

 

CIÚMES

IMAGEM GOOGLE

CIÚMES


 

Se sou tu e tu és eu,

Foi assim que a lei falou...

[Sempre foi assim]:

Como não ficar apreensivo

Se não confio em mim?

 

O ciúme é amor,

Uma parte de mim

Que não tenho o controle,

Outra parte,

Que sou eu

E não confio.

 

Não sei que parte

Vou perder

Parte de mim?

Parte de ti?

Lógica da insegurança

Caminhos da paixão...

 

19/09/12

Tony-poeta

 

 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PODEMOS VIRAR MINHOCAS?


Podemos virar minhocas?


 

 

No filme “sete anos no Tibet”, o personagem representado por Brad Pitt tentava construir um cinema por desejo do Dalai Lama, de quem tinha se tornado amigo.  Teve de interromper as escavações por morarem minhocas no local e, o cinema só sairia após todas elas serem removidas a outro lugar protegido. Os Tibetanos acreditavam que as mesmas fossem reencarnação de seus ancestrais, conforme sua religião.

O que chamou atenção foi a importância dada ao episódio pelo diretor. [Não li o livro e não sei se correspondia em paginas]. Sendo algo inusitado, comecei a pensar poeticamente, já que não sei nada de Budismo, reencarnação e muito menos de vida, que ninguém sabe, mas discutem muito.

Raciocinemos. A vida começou no planeta, pelo fato do mesmo apresentar condições de pressão, temperatura, eletromagnetismo e elementos químicos capazes de gerá-la. Pelo menos é isto que a ciência afirma. Juntaram-se quatro amino ácidos e o planeta mineral coberto de agua começou a ter vida orgânica. Formou um sistema fechado.

Esta vida de inicio alimentando-se de minérios, por excreção dos mesmos fez a base orgânica e pode se espalhar; de inicio como um fungo e cobrir TODO o planeta azul; portanto um sistema fechado, de origem única com condições físicas químicas ideais. Em outros planetas, não o nosso, outras condições a vida diferentes se formariam, tanto é que ainda não acharam nenhum vestígio; pois não sabem o que buscar.

Como sistema fechado esta vida ao morrer não deve apagar que nem uma lâmpada, já que tem uma carga de energia, portanto deve ir para algum lugar. Estou seguindo Lavoisier. No meu pensamento poético lembrei-me do Boitatá. Toda vida orgânica, vegetal e animal ao morrer libera uma energia, no caso em forma de luz: o fogo Fátuo, que sai correndo atrás das pessoas. Na verdade as pessoas imaginam que corre.  Deve ser esta energia se liberando do corpo e indo ao espaço.

Se sai e vai para o espaço, vai a algum lugar. Onde? -Não sei. Mas uma possibilidade é que contribua como reforço as novas vidas que se formam. [duvido que os budistas pensem assim, bem com os físicos, mas... uma ideia é uma ideia.]. Esta forma de pensamento lembra o filme Avatar, onde o autor colocou uma árvore fazendo a ligação de toda vida do planeta imaginário.

Assim sendo, é possível que após a morte sejamos aproveitados como capim, jatobá, leão, gato e até minhocas. Para tanto o homem tem que perder a individualidade, ou seja, ser apenas um aglutinado de energia para a conservação da espécie e ao morrer esta energia será dissipada e aproveitada onde for necessário. O Tony poeta após morrer seria apenas a energia que forma outros seres vivos. Em Platão acreditava-se por inteiro, dizia que podia reencarnar como cachorro, está num dos livros como citação.

Portanto, nesta viagem poética podemos sim formar uma minhoca após a morte, desde que percamos a individualidade, coisa muito difícil de compreendermos.

Gostaria que alguém que entenda realmente do Budismo explique este pensamento de como virar minhoca.

 

19/09/12

Tony-poeta

 

 

LAMURIAS


 LAMURIAS


 

Nunca escolhemos o errado, mas o possível.

Nunca há um só caminho, sempre são múltiplos.

Como saber na sofreguidão buscando o acerto, qual o mais leve?

Como saber o destino se a vida não aponta o rumo, e as paisagens passam sempre de surpresa a nossa frente?

Planejar o quê? Não há planejamento para vida, pois os momentos contínuos são notas isoladas na escala do viver. Nunca saberemos o ritmo e muito menos a melodia.

Se o riso se transforma instantaneamente em choro e se ao chorarmos em desespero ao olhar para o lado vemos a felicidade que sempre lá esteve e; só a enxergamos porque estamos chorando, como tirar conclusões?

Vive! Ri com toda força, chore com todas as lágrimas. Tenha todos os afetos que o momento te obriga. Saiba que os caminhos são muitos e a escolha é sempre às cegas, mas não se lamuries, pois não sabes onde os outros caminhos levariam e com certeza não será muito diferente do que o que tomamos; podendo inclusive se pior.

As escolhas sempre são por pressão, nunca por planejamento, pois não se planeja nada sobre a tensão do momento.

 

18/09/12

Tony-poeta

AMOR E GUERRA


AMOR E GUERRA


 

Vivo entre o amor e a guerra

Sou vivente.

 

Se viver é guerrear

Nas pausas procuro amar.

 

Não sou insistente

Quero apenas viver:

Para poder ter

O descanso no teu colo

Em teus beijos adormecer

 

Para levantar e lutar

Correr e voltar

Para teu viver.

OUTRO SONHAR


OUTRO SONHAR.

 

Em cada sonho

Existe a tensão da perda.

O coração bate,

Dá uma zonzeira...

Planos...  Mais planos

Começam a girar.

O sonho anda.

Realiza-se...

A tensão aumenta,

Arrebenta!

Por fim desliza...

Incorpora-se ao Eu.

Então:

Começa de novo

Outro sonhar...

 

 

24/01/2009

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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O HORÓSCOPO E A LUA


O HORÓSCOPO E A LUA


 

Dez horas, sai do Guarujá rumo a Bertioga pela linda estradinha, ladeada pelo canal e pela mata. Ouço música na FM como hábito. A rádio começa a dar o horóscopo do dia:

SEGUNDA FEIRA, DIA REGIDO PELA LUA. RECOMENDA-SE CAUTELA. A LUA É O ASTRO DO AMOR.

De imediato olhei a estrada, vazia no horário. – Não deve ser na estrada este alerta de cautela, pensei.

Meus olhos bateram à esquerda. O Canal com águas sempre calmas e meditativas, tinha apenas três botes quase individuais pescando com vara e um Iate branco [como tem destes iates!] inadequados para a pesca, indo a alto mar para o contato da moça que se integra a frente do mesmo, se integrar a natureza, longe de mosquitos, muriçocas, aranhas e outros bichos e fazer seu topless. Vida natural segundo os marinheiros.

No canal não há ondas. A cautela pode ser para os botes. Um barquinho e um peixão pode virar o mesmo. Lembrei-me quando tirei a carteirinha de pescador. Fui ao Rio Paraná com o Dionísio. Ele quem me chamou. No interior de São Paulo nas folhinhas vêm além das informações próprias, as luas boas para pesca. Tem o dia que o peixe morde a isca, o dia que não estão com fome, o dia que estão precavidos e não caem em qualquer simulação e assim por diante.

Era um dos dias bons para peca, peguei a carteirinha de mentiroso e fomos para o Olaria. De cara escapou um dourado bem grande do meu anzol. É verdade o peixe maior escapa. Esta carteirinha não é de mentiroso como tanto falam. Depois disso peguei uma Piapara de menos de 30 centímetros e ele dois Piaus. Mais nada.

 Ele atribuiu que abriram uma barragem e atrapalhou a lua. Pode ser! A cautela deve ser para levar para casa. Ele não quis os dois peixinhos e me presenteou. Levei a pescaria para Ana limpar e fazer uma peixada. Dionísio não esperou para se fartar.

Ana fez cara de quem não gostou, não sei por que. Porém a minha carteirinha de pesca, nunca mais a vi. Deve ser esta a precaução recomendada ao pescador.

Pode ser, porém que esta venha a se referir à saúde. A lua em sua mudança provoca o parto em gestantes que estão no final da gravidez. Isto é verdade. Num de meus primeiros plantões, da meia noite às oito da manhã apareceram oito partos, um parto gemelar, dois abortos, tudo ao mesmo tempo, foi aí que adquiri prática de partos e desisti da Obstetrícia. Pode ser a tal precaução falada.

Pensando bem, não foi falado que fase a lua se encontrava. Não dá para se precaver sem saber o formato da mesma.

Se estiver minguante, é lógico que o amor está diminuindo, tem que se tomar uma precaução.

Caso esteja crescente, é o crescimento do amor, não se apresse. Se a lua estiver cheia: é a dos poetas e o amor está pleno, não necessita mais nada além de desfrutar do mesmo, poeticamente.

O grande risco é a lua nova. Quer dizer novo amor. Novo amor é amante. Dá um rolo danado. É melhor nem pensar.

Realmente precisa informar a fase da lua para a precaução. O astrólogo deve achar que não cabe a ele. É bom que a emissora acrescente um astrônomo.

Estou chegando à balsa. Vou trabalhar. Fui.

 

18/09/12

Tony-poeta

 

ESTOU DE PASSAGEM


ESTOU DE PASSAGEM


 

Estou de passagem

Procuro um albergue

Que no cardápio

Conste amor.

É o que

Levarei comigo.

 

17/09/12

Tony-poeta

O CULPADO DA DOENÇA


O CULPADO DA DOENÇA.


 

 

Os doentes crônicos, que são atendidos hoje em dia, trazem uma coisa em comum na consulta: Quem é o culpado?

Geralmente vem acompanhados, e o acompanhante, sempre reprovador começa:

- Foi porque fumou.

- Foi porque bebeu.

- Porque trabalhou de noite.

- Não fez esportes.

- Come demais. E assim por diante.

Temos que explicar que, uma doença é multi fatorial. Tem o fator familiar e genético, os fatores de desenvolvimento, a qualidade de vida, as condições climáticas, atmosféricas, de poluentes, a presença possível de bactérias e assim por diante.

Costumo nestes casos fazer uma pergunta para o doente:

- Foi bom para o Senhor esta época em que saia a noite, fumava, bebia, tomava sereno, cheirava gasolina e chegava de madrugada.

A resposta costuma ser um sorriso amarelo, com os olhos espionando a reação de quem o acompanha.

É nesta hora que afirmo que o porquê não importa e, se foi bom mesmo fazendo mal, deve ser guardado com carinho.  Daqui para frente, não vai dar mesmo para voltar a fazer as “loucuras”. Não é mesmo?

Temos que pensar que mesmo ante o avanço da medicina, não sabemos quase nada. Agora, ficar jogando culpas a esmo, sem nenhuma base de apoio, só irá piorar aquele que tentamos tratar.

A função de quem trata, tanto parentes como o pessoal que cuida da área medica é o cuidado. Cuidar é dar alivio e trazer coisas boas, não recriminações do passado.

Pensem nisto.

 

Tony-poeta

 

 

 

 

 

o retrato da realidade


O RETRATO DA REALIDADE – DE 1964 -


 

Ai daquele que procura

A mulher ideal que viu em seus sonhos:

Sua face era brilhante,

Pele rósea

Olhos esmeraldas

Dentes pérolas emolduradas

Nos lábios de rubi.

 

Ai daquele que moldou

Um corpo escultural

Fino e delicado.

Um coração que

Só conhecia o bem

Desconhecia o mal.

 

Ai daquele que criou par sua musa

Uma inteligência fora do normal,

Uma voz doce e repousante

E se pôs a procurar...

 

Entre as musas

Que por sua vida passavam

Procurava encaixar nela

Tudo que sonhara.

 

Fez-se um infeliz;

Dos lábios de rubi:

Ouviu duras falas.

Dos olhos de esmeralda:

Olhares de desdém

Onde pensou inteligência

Encontrou ignorância.

O bem que atribuía, não existia;

O mal sim!

 

A musa perdeu também

O corpo delicado

Que lhe deu o poeta.

Os olhos apaixonados

Tornaram-se embaçados.

O rubi se fragmentou

Falsas eram as pérolas...

 

Só depois de tanto errar

Percebeu:

Não se constrói nos sonhos

O retrato da realidade.

 

 

 

domingo, 16 de setembro de 2012

A FALAR VERSOS DE AMOR


A FALAR VERSOS DE AMOR


 

Presença ausente insinuosa

Que invade todo meu ser

Teima: a falar versos de amor

Que jamais irão acontecer

 

E se a vida insana, saudosa,

Que chora a ânsia de querer

Teima: a falar versos de amor

Em cada novo anoitecer.

 

Se procuro de forma ansiosa

Mágico modo de te ver

Teimo: a falar versos de amor

Se por um milagre, eu te ver.

 

16/09/12

Tony poeta