sábado, 1 de junho de 2013

A MOCHILA


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A MOCHILA


Vou comprar uma mochila,
Destas de aventureiros.
Já comprei,
Na loja de ferragens
Um gancho,
Uma corda de alpinismo
Aquela com uma porção de garras.
Um respirador
De pesca submarina
Um cantil
Igual tinha quando escoteiro.
E um porta-retratos
Sem nenhuma foto.
Vou pendurar em frente minha cama
Onde olho onde adormeço e amanheço.
Assim,
Poderei sonhar
Com as aventuras que não tive.

01/06/13
Tony-poeta.

AVATAR



 

AVATAR



Viver
Fugir e comer
Sonhar com você.

Viver
Cultuar vontades
Agarrar saudade.

Viver
Fingir-se forte
Na hora que chora.
Sentir-se fraco
Ao te ver.

Viver
Avatar de loucuras
Buscando aventuras.

01/06/13
Tony-poeta

sexta-feira, 31 de maio de 2013

ESPERANÇA


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ESPERANÇA


Fantasmas de sonhos alcoolizados
Grito presente
Chamando o passado.
Dor!
Dor apenas
Momentos que se foram...
Volta deformada
Esfumaçada
Enrolada
Em fumos fétidos.
Um presente
Triste
Esperança que insiste
Em machucar.

31/05/13
Tony-poeta

VIVER, UM JOGO DE FANTASIAS



 
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VIVER, UM JOGO DE FANTASIAS.

Um recém-nascido ouve atentamente a voz de quem cuida; olha, observa e, finalmente para alegria dos cuidadores, sorri.
Simultaneamente, conforme seus movimentos vão se soltando ele se auto examina, fica longo tempo olhando suas mãos, seus pés; ou seja, conhecendo seu corpo. Tem por fim momentos de alegria espontânea com grunhidos e sorrisos sem que percebamos o motivo.
Cedo percebe que molha ou suja as fraldas e sente que o incomoda. Chora pedindo socorro.
Tudo é conhecimento. Vamos examinar um povo primitivo que sempre sentou no chão; se levarmos a este grupo uma cadeira, de início só despertará curiosidade e será considerada inútil. Ao ver que nós sentamos nela, olharão com desdém julgando desnecessária, já que o chão está disponível o tempo todo.
Tudo tem uma apresentação no viver. Esta é à base de nossa existência.
Nossa vida é um jogo de objetos, o objeto que denomino Eu ao se encontrar frente a outro objeto, movido pela necessidade, vai procurar a utilidade do mesmo segundo a suas demandas. Inicialmente o contato é com o próprio corpo e as pessoas, já que se nasce totalmente dependente. Este primeiro contato não é livre de raciocínio, as crianças não só choram quando tem fome e riem quando chega o cuidador, mas sentem frio, sensação de abandono, de insegurança com um cuidador relapso e de conforto quando as demandas de seu objeto corpo são atendidas.
Com o desenvolvimento, e acontece bem cedo, estará pronto para caminhar no mundo. A ordem do Universo é caminhar, sempre caminhar, sem objetivo Universal. Cada um faz seu caminho e não há fim possível, pois a caminhada sempre será interrompida com o retorno a força primitiva que deu o primeiro impulso. A caminhada que não conhecemos o que a inicia, não tem objetivo, nem fim; é apenas caminhar.
Ao contatarmos os objetos teremos inicialmente alguns registros. Só podemos considerar três, dada a nossa limitação intelectual no momento, certamente existem outros.
De inicio imaginamos o objeto que está a nossa frente, o imaginamos, pois nossa capacidade visual e tátil é limitada e incompleta. Criamos um Registro Imaginário. Em posse deste, ampliamos e muito as propriedades de nossa descoberta e juntamos a nossa aspiração de grandeza, já que como únicos somos soberanos. Criamos o Registro Simbólico onde o elemento contatado irá se juntar a nossa ideia de poder total.
Entre estes dois Registros, criamos o Registro Real, onde esta junção dos dois anteriores orienta nosso caminhar; não é preciso dizer que ante duas fantasias não chegaremos nunca a uma realidade e, passaremos toda caminhada a fazer a junção do objeto que temos em mãos com todas as virtudes que lhe atribuímos, ao objeto que imaginário acolhe nossas fantasias e ainda simboliza nosso poder absoluto no mundo. Como resultado deste encontro poderíamos desfrutar do gozo total do momento.
Como cada humano é em si um objeto e é impossível a qualquer um deles viver isolado, nossa característica é grupal e, sem o grupo somos claudicantes e não caminhamos. Cada encontro com o outro é uma relação de objetos de imaginário e simbólico diferente. Este encontro é sempre de medo mutuo. Todo humano teme o outro. Como o contato é obrigatório, dada às deficiências de cada um, tateamos e buscamos; cada um por seu lado, pontos em comum para fazer a ancoragem. Pode ser um hábito, um time de futebol, um partido politico e daí reconhecer o outro e com ele conviver. Basta uma palavra destoante de qualquer um das duas partes para a animosidade se refazer.
É neste encontro de fantasias diferentes e incertas que constituímos um grupo e vivemos; caminhando até o final, sempre breve, do ser isolado.
Resumindo vivemos nossas fantasias.

30/05/13
Tony-poeta

quarta-feira, 29 de maio de 2013

MEDICOS CUBANOS



 
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Médicos cubanos



Acompanho atenta a atual polemica da vinda de médicos cubanos e com pouco destaque os espanhóis e os portugueses.
A principio creio que: se faltam profissionais no momento dentro do país, e existe todos estes municípios sem assistência; se anteriormente a assistência não era prestada elas condições econômicas da Nação, o que atualmente não mais impede; creio que falta de médicos tem sido motivo de muitas mortes evitáveis; assim como a falta de alimentos onde já temos movimento para corrigir.
Em medicina, medidas de urgência tem aplicação imediata, depois se verificam os detalhes, portanto, sou a favor da vinda dos profissionais. O que deve ser discutido é: Que tipo de profissional deve se dirigir a estas áreas em caráter definitivo?
A formação médica é uma formação difícil, seis anos em período integral e dois anos no mínimo de Residência Medica, para termos um profissional apto ao exercício pleno da profissão. Com seis anos já é médico, mas necessita trabalhar inicialmente em um serviço com pessoal experiente para poder desenvolver plenamente.
Como toda profissão a medicina tem inúmeras correntes, com duas predominando. A primeira que era a dominante quando me formei em1974, que chamávamos Medicina Francesa, pela forte influencia que este país tinha na nossa cultura; onde prioriza um exame físico demorado e detalhado, com pouca solicitação de exames. Por outro lado temos a medicina de influencia americana, onde o exame físico é mais rápido e a quantidade de exames alta.
Esta predileção por exames complementares com o tempo faz com que o medico se sinta inseguro sem eles, gerando uma medicina dependente de laboratórios clínicos e de imagens.
Esta segunda opção é impraticável em lugares muito distantes, além de necessitar de equipe maior de profissionais, obrigaria a montagem de custosos laboratórios, onde não há demanda e consequentemente teríamos desperdício de material, pessoal ocioso preso em um lugar, acarretando carência em outros centros.
O correto seria um plano de carreira, os locais distantes atenderiam o contato básico. Os doentes de media e grande complexidade seriam encaminhados a centros mais avançados, conforme a doença. Isto já tenta se fazer em grandes centros, sendo de  implantação muito demorada .
De inicio necessitamos uma medicina tipo francesa, onde o medico com poucos recursos, consegue examinando chegar a um diagnóstico. Necessita no máximo de um aparelho de R.X.um microscópio, reativos para exames básicos, hemograma, malária, glicemia e função renal e hepática. [existem kits no mercado]. Em termos de saúde pública, um investimento barato.
As faculdades de Medicina atuais também ensinam esta medicina, pois é a básica, mas acaba dando ênfase a medicina laboratorial, que é o que o estudante vai encontrar na prática. O próprio estudante caminha nesta direção.  
Teremos, portanto a necessidade de criação de um plano de carreira e um direcionamento no ensino para preparar profissionais para esta realidade. São coisas demoradas, como podemos ver.
A meu ver a solução tem que ser dividida em duas etapas, aceitar os profissionais que podem dar cobertura de imediato e, com todo tempo necessário aos arranjos educacionais e políticos, preparar médicos e pessoal de apoio para manutenção definitiva da assistência.
Não podemos deixar a população faminta e doente só por morar em lugares ermos e retirados.

Tony-poeta