sábado, 16 de março de 2013

PASSA



 

Passa.


Passam as horas...
Passa o dia...
Os anos passam...
A vida passa,
Até a raiva passa
Mas,
O amor
Este estranho sentimento
Que grupa com tanta força
Que não se consegue soltar
Não sai mais...
E,
De hora em hora
Como um despertador
Bate o ponto na lembrança
E lembro-me de você.

16/03/13
Tony-poeta

A DOR DE MEU CÃO LACAN


lacan

 

A DOR DE MEU CÃO LACAN


Lacan, da foto ao lado, encontra-se com dor na coluna cervical. O Veterinário relatou que não é raro cães ter problemas de coluna, cervical ou lombar.
Está em tratamento com analgésicos, acupuntura e um remédio da medicina chinesa, que segundo a tradição é um relaxante muscular, o que acredito.
O que chama atenção é o comportamento. Quando é acometido da dor, ele se recolhe para um canto ou em baixo da cama, fica quieto, não demonstra nenhuma reação nem de afetividade, nem de agressividade e espera a dor passar. Lógico que interferimos e o enchemos de analgésicos.
Como perito, lidei muito com o problema de coluna em humanos. A coluna é semelhante no cão e no homem, a reação do Lacan é completamente diferente do humano.
Quando dói, ao invés de se recolher a um canto, a pessoa fica irrequieta, briga com todos os membros da casa, reclama que ninguém lhe dá atenção, que é um desprezado, realmente logo de início faz um espetáculo, aliás, bem desagradável.
A seguir, toma um analgésico, difícil é encontrar quem não o tenha em casa, e vai buscar socorro, com cara de mártir e reclamando sem parar.
Chegando ao local de tratamento, não quer esperar sua vez, mesmo com a dor bastante atenuada, reclama do serviço, briga e agride verbalmente a tendente, até chegar à consulta.
Feita a consulta vai reclamar que o médico só fez um R.X., e muito demorado e não pediu Tomografia e nem Ressonância, que o médico é displicente.
Feita a injeção de analgésicos e relaxantes musculares [para humanos tem relaxante injetável], recomendada a fisioterapia necessária, vai para casa reclamando que ninguém liga para ele, que o médico não deu atenção, já que não pediu exames e que a fisioterapia:- o vizinho fez e não adiantou nada.  Continua a reclamar.
Chego à conclusão que Lacan é mais lógico e mais discreto.

Tony-poeta
16/03/13

sexta-feira, 15 de março de 2013

COMPLICADO



 

COMPLICADO


O simples
Complica.

O complicado
Não simplifica.
Não há volta
Nem re-volta
Não re-torna
Nem con-torna
Apenas em-torna
Fantasias
E dor.

15/03/13
Tony-poeta

quinta-feira, 14 de março de 2013

OUTONO


imagem google

 

OUTONO


Quando passo pela estrada de Bertioga, as folhas grandes das árvores da Mata Atlântica passeiam pela estrada, levadas pelo vento. De longe não dá para definir se são vegetais ou pequenos mamíferos: é comum na madrugada carros em disparada atropelarem pequenos roedores. Não dá para definir até se aproximar.
Chegando perto, vejo que se trata de folhas mortas, caídas das árvores. Dançam com o vento contando histórias do verão e da primavera. Como dói este primeiro vento fresco do outono, presentifica o passado e dá-lhe mobilidade, fria e sem direção, ora me atropelando, ora fugindo de mim.
Triste passado que tromba e foge em nossas vidas. A minha, já próxima do ocaso, tenta não chegar ao inverno, se apavora no outono. Que adianta a folha seca lembrar os pássaros que gorjearam e os ninhos ali presentes?
A transição do outono é apenas preparação, aliás, sempre existe preparação em todas as estações; mas, talvez a do outono seja a mais dolorida, identifica nossa incerteza, tanto com o ontem, mesmo o anteontem e também o amanhã. Mostra que a vida é apenas amores caídos à beira da estrada, dançando com o vento e tristemente lembrando como fantasmas o que se foi e jamais voltará.

quarta-feira, 13 de março de 2013

NO GINASIO



NO GINÁSIO


Estava lembrando o passado, coisas habituais em mim, quem sabe no ser humano, quando me recordei de uma pequena poesia:
Ela é alta
Quando me mira
Fica gira.
O poema era feito a Altamira; ela e a irmã estudavam na mesma classe que eu, no Ginásio Estadual Alcides da Costa Vidigal, na Av. Paulista, período noturno. O fatio das mesmas pertencerem ao Exército da Salvação, provocava curiosidade e cochichos entre os colegas. Eu achava a Altamira bonita, fiz o versinho, mas não deu em nada. Continuamos simples colegas de classe.
Foi aí que lembrei uma musiquinha. Anterior ao versinho de amor não convincente.  Era um professor chato que distribuía notas baixas, ironizava os alunos e ninguém entendia a matéria. Se não me engano era professor de francês.
Como vingança de uma de suas ironias, fiz uma parodia de um sucesso musical da época. [acho que minha memoria está ficando fraca, pois não lembro todos os detalhes, incrível].
Reuni a classe no intervalo, todos copiaram a letra, a melodia todos conheciam, e após o intervalo, quando este entrou na classe, ouviu a musica de recepção.
Retirou-se, veio a diretora, todos tinham medo dela, Dona Ninpha, este nome não esqueci. Apesar de ser suspeito, ninguém me denunciou. O professor parou de nos dar aulas.
Fim do ano fui injustamente reprovado em francês. Na prova com Dona Gessy [esta também lembro o nome]. Uma senhora avantajada, seca, que havia morado em Paris. Ao fazer a chamada na hora da prova, estava eu guardando o material em baixo da carteira, e respondi o “Présent” meio de surpresa. A professora achou que era gozação, o que realmente não era e fui colocado para fora e recebi um sonoro zero. Estava reprovado.
Como sempre tive sorte, neste ano mudaram a grade escolar e, caiu o francês, acabei aprovado por decreto. Acho que os professores não gostaram.
Em tempo, a caderneta de anotações ficou tão cheia naquele ano que foi feita uma segunda via, logo eu que era o primeiro aluno da classe, quanta coisa faz a criatividade e uma simples musiquinha.

Tony-poeta
13/03/13