CARTA
Longe de mim
Minha voz não te
atinge
Levando tudo que tinha
a te falar.
O telefone
Veiculo frio e
indiferente
Não serve para se
expressar,
Mesmo com as nuanças
da fala
Não sentiria o vibrar
De meus olhos, que às
vezes lacrimejam,
Nem de meus lábios
Úmido, lembrando os
beijos
Tremendo de paixão ao
falar.
Só resta a mim a
escrita
Nesta necessidade
explicita
De em ti me aproximar,
Falo: Vejo-te bonita
Mesmo não a podendo
olhar
É que sua imagem
cativa
Sempre está a
acompanhar.
Se na escrita se
perdem
As contrações tristes
e alegres
Que acompanham o
falar,
Nela imprimo floreios
E as rosas de meus
devaneios
Levam todos os
perfumes
Só para te alegrar.
A escrita em suas nuanças
Preserva todas as
instâncias
Do que se pode sonhar
Mesmo diferente da
fala
Comunica e acaricia
Traz em seu bojo a
malicia
Daquilo que não se
consegue falar,
E no traçar da caneta
Transfiro para a
poesia das letras
Nossos corpos a se
roçar
Num êxtase, pura
alegria!
Dançam letras em
alegorias
Louvando o milagre do
amar.
23/03/14
Tony-poeta
Imagem Google