terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A LEI

A LEI


Numa sociedade humana primitiva os assassinatos eram rotina.
Indivíduos mais fortes frequentemente matavam os mais fracos por qualquer incidente.
A seguir comemoravam e se rejubilavam do repugnante feito.
Os mais fracos, impotentes quanto a força dos agressores resolveram se unir. Eram em muito maior numero.
Foi difícil, após muitas emboscadas conseguiram se impor e criaram a lei:
É PROIBIDO MATAR. QUEM DESOBEDECER SERÁ CONDENADO A MORTE.
Demorou pouco para um dos grandões assassinar um indivíduo.
Foi imediatamente imobilizado e morto.
Os mais fracos comemoraram a execução e gozaram como os fortes.

08/12/15
Tony-poeta


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O JOGO

    O JOGO
IMAGEM GOOGLE

Na aposta
A perda está implícita.

Quem não joga,
Sempre paga.
Também aprende!

Ou somos jogadores
Ou observadores:
Ganhamos e Perdemos
Sempre participamos
E nos machucamos.

07/12/15

Tony-poeta

RELATIVIDADE

imagem Google


RELATIVIDADE

Na verdade, não morro:
Espero o tempo morrer,
Ele não existe sem mim.

Se fechar os olhos:
Talvez o horizonte solte as garras
Tente como louco me prender,
Grite
Agrida
Esbraveje
Lutando para eu viver.

Sem meus olhos
Não há cores
Nem poesias
Nem amores,
Não há dor
Nem tampouco tristeza,
Não há mundo!

O Universo é meu olhar...

Que ele me conserve aceso
Caso contrário,
O sol que explode
De forma psicodélica
A quem vai se mostrar?

07/12/15

Tony-poeta

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

TRILHA






TRILHA

O hábito habita
O cotidiano da vida
Para a morte.

Rotina da trilha.
Busca de alimentos:
Armadilhas, tormentos
Caminhada tumultuosa
Onde viver é o que importa.

01/12/15
Tony-poeta

VIANDANTE



VI-ANDANTE
Imagem Google - pt.dreamstimeI  




Expulso do útero
Parti para o mundo,
Sou retirante:
Sempre partirei!

Encontros,
Promessas de partidas,
Efeitos efêmeros,
Se desmancharão.

Vi-andante
Sempre partindo,
Digo-me
Vivendo...

Tony-poeta
01/12/15

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

HERDADE

imagem Google


HERDADE

Só a poesia
Contém o movimento que se esvai,
Um movimento
Que não voltará jamais:
Nele vive
O desejo e a saudade
Do degustador autista
Vagando na herdade.

30/11/15

Tony-poeta

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

PRESA E PREDADOR

PRESA E PREDADOR


Meditava no terraço de meu apartamento, fica no quarto andar e dá visão as avenidas, a mata Atlântica ao longe, uma série de edifícios e alguns telhados baixando o olhar. Súbito duas aves apareceram na cobertura de telhas. Uma cinza e uma branca. Por um momento acreditei que se tratasse de uma copula. Olhei com mais atenção diante do fato inusitado, dada a agitação e o barulho.
 Vi tratar-se de um gavião cinza e uma linda pomba, muito branca. Era uma luta de vida e morte. Pensei gritar para espantar o agressor, por certo, como era muito próximo, o espantaria e daria oportunidade de fuga para a pobre presa. Não o fiz. Pela minha cabeça passaram memórias do porco que gritou por longo tempo em casa de meu tio na comemoração de Natal; da galinha que eu olhava com tenra idade e, o vizinho, dono da mesma, destroncou o pescoço deixando-a estrebuchando no chão até a morte. O predador tinha fome como nós, era a regra natural.
Continuei, com desagrado e curiosidade, a observar o telhado e as duas aves. Os pés do gavião sufocavam o pescoço da pobre criatura que tentava respirar, e com a cabeça ereta ora olhava ao redor, certamente para se assegurar que não seria atacado por outra ave maior, a seguir olhava a ave que se debatia. Assim o fez até que esta silenciou e, calmamente usando os pés confirmou o abate.
Lembrei então de Viveiros de Castro em seu livro Metafisica Canibais que havia acabado de ler há poucos dias. Citando os Tupinambás, porém estendendo a todos Povos das Américas, explica que as relações entre humanos é de presa predador. O objetivo da vida é o roubo, inclusive da existência. Não há outra opção.
O predador não tem amor nem raiva, apenas objetivo como meu tio e o leitão de Natal onde vi a morte em minha infância. O desejo final é o que move o ato, sem nenhum afeto.
Já a presa submetida tem apenas duas opções: fugir, se der tempo, ou se submeter a morte asfixiada. A Regra Tupinambá, numa filosofia séculos, anterior a Hegel e sua dialética Senhor e Escravo já estava anotada nas Américas com a observação da Natureza e suas metáforas ao ser humano.
Viver é tentar o equilíbrio, caso contrário a regra do Planeta, esta que não entendemos e achamos injusta, prevalecerá. Seremos presa ou predador, conforme o rumo que tomarmos.

13/11/15
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

VETOR

VETOR

Sou
Vetor reprodutor:
imagem google
Função do masculino.

A função
Perde o significado:
Um dia és ultrapassado.

A vida
Anda
Em você parado.

A marca do tempo
É a solidão:
Sem função!

Sou o relógio:
Marca meu próprio tempo!

26/10/2015
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