sábado, 12 de outubro de 2013

NOVOS VALORES


           NOVOS VALORES

 

Nos versos que faço

Não mais acho as formas

Mudaram...

Mas não mudei...

Num dos planos estou morto

Mas não quero morrer

Só quero gozar

E não sei onde se esconde o gozo

 

Olho velhos amigos

Todos solitários

Maníacos...

Neuróticos...

Buscando o invisível

Criando vazios...

Ora rodando na sala,

Ora ruminando na mesa

Num copo de cerveja,

Tentando sonhar...

Mas, se lhes fogem as imagens

Nem sonhar conseguem.

Morreram? Não!

Foram a outra dimensão,

Não pertencem mais ao mundo da televisão...

Ali é exterior...

No interior, nem lembranças sobram.

Pois lembranças se ancoram em valores

E  os valoras aprendidos não mais existem.

 

E, como eles,

Rodo a sala... olho  a TV

Navego no computador

Rodopio... rolo no infinito

Tentando renascer.

 

WWW.tony-poeta.blogspot.com

POETA


POETA

 

Poeta

É um ser estranho

Que vive o momento

Acalenta o próximo

Sendo,

 No entanto impenetrável

`

É o padre no confessionário

Que consola... dá penitencia

Dá conforto...

Mas está envolto numa nuvem...

Divinal? Diabólica?...Impenetrável

 

É o psiquiatra que fala

Pontua... compreende...orienta

Mas está atrás...  inexistente

Só se manifesta como sombra.

 

Poeta é um ser que não pertence.

Que anda, agita, blasfema

Mas no fundo é ausente

Que passa de modo esquizóide pela vida

Tentando se compreender em vão...

E, ao seu redor, todos os enxergam

Como ponto de interrogação.

 

                                      Guarujá, 10 de abril de 2009.

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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DEPRESSÃO


imagem google

DEPRESSÃO


Converso com o papel
O mundo é surdo
Os ais são individuais
O sorriso mudo.

Me alinho...
Mesmo com a mente
Em desalinho
Choro nas letras.

Sorrio em caretas
Os olhos no horizonte
Perdem-se no instante.

A vida é um alçapão
O passo mecânico
Segue o compasso do chão
Mudo... Surdo...

10/10/2013
Tony-poeta

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CORRENTE ELÉTRICA



CORRENTE ELÉTRICA


Somos energia
Que se fez matéria
No curto circuito
Do desejo.

Buscamos
Refazer a harmonia
No doce circuito
Chamado amor.

09/10/2013
Tony-poeta

terça-feira, 8 de outubro de 2013

POSSIBILIDADES



POSSIBILIDADES


Toda vez que passo entre o mar e a montanha tenho uma estranha sensação de pertencer a tudo, sinto estar integrado a floresta que imponente sobe as encostas e o mar sereno, inabalável do Canal, com suas aguas meditativas e transparentes.
Na verdade tudo me pertence e pertenço a tudo. A minha matéria é igual a das árvores e animais, apenas o mar e as rochas são anteriores, de resto todos temos a mesma idade, fazemos aniversário no mesmo dia e temos uma única mãe, no viajar de possibilidade deste estranho espetáculo chamado vida.
A vida se espraiou na superfície dentro das possibilidades dos elementos, quatro foram o bastante. Dentre todas as possíveis comunicações criaram-se seres que se alimentam do oxigênio, movem-se ou se expandem e num bailado com passos variados tentam permanecer em suas formas.
As formas móveis criaram o barro e o barro repôs a vida, a vida se alimenta do barro e quando fenece torna-se barro novamente e dá outra vida nesta dança de formas exóticas e variadas: ora na musica calma do riacho, ora no clamor das tempestades.  Tem cores apagadas e discretas que se contrastam com cores fortes de grandes guerreiros. Ora o cheiro é pútrido da renovação, ora o cheiro é doce e meigo da procriação.  As formas dançam e não descansam, correm a superfície tentando alcançar um objetivo ignoto. Entre alimentos e predadores ao mesmo tempo seguem a dança, sobreviver é a base, reproduzir o objetivo e todos tem o mesmo fim, um retorno: reintroduzir os minerais no seu reino e ser substrato de novas vidas.
A vida é sempre possibilidades neste compartimento fechado chamado Terra. Daqui ninguém sai, as substancias fixas não mudam. Metamorfoseiam-se apenas as formas que bailam continuamente. Se pelo acaso a vida começou, esta também a mantém, nunca se sabe o próximo minuto o que trará, se será vida ou não, a expectativa antecede a possibilidade e corremos para vencê-la, ora devorando vidas para nosso fortalecimento e postergar o inevitável momento que seremos devorados e novamente juntaremos ao todo, aos outros animais, as plantas, ao lodo do chão e continuaremos sempre dentro das possibilidades, bailando na dança desconhecida chamada viver.

09/10/2013
Tony-poeta

O VENTILADOR DO VENTO



 

O VENTILADOR DO VENTO.


O vento frio corta minha pele e eriça os pelos, onde se encontra o interruptor que o desliga? Mas se desliga-lo:
Não chegará a Amazônia as areias que trás do Saara, nem tampouco o oxigênio para o cume dos Andes e das Rochosas, neste caminho que faz sobre o Planeta levando sonhos e misturando fantasias.
Mágico caminho do vento que levará o Gelo das montanhas ao centro do Pacifico refrescando o casal nu de amantes que flutuam apaixonados em suas aguas.
O cheiro de amor fará mistura com a sabedoria do Oriente, com a Magia de Bagdá de Simbad e seguirá para capturar a luz de Osíris em suas Pirâmides que orientam a vida eterna.
Atravessando o Atlântico voltará a minha janela trazendo-me a inspiração de poeta.
Não se desliga o vento: ele vive em arabescos pelos ares como as borboletas que noticiam o amor.
Deixe o vento soprar!

Tony-poeta
08/10/2013