sábado, 24 de março de 2012

A CAMA


A CAMA





Em lençóis brancos de doçura e asseio,

Quatro pés, um estrado e um colchão,

Um cobertor e um travesseiro

Teremos um terço da vida e, então

Veremos quanta coisa que de corriqueiro

A nossa mente não chamou atenção.



Ali, nos brancos lençóis é o lugar

Onde o sonho é televisão

E somos personagens; podemos amar

A quem não nos dá atenção,

Podemos fazer castelos no ar

Sem nenhuma preocupação.



É ali que saramos quando doentes.

É ali que descansamos da agitação,

Esquecendo as dores ardentes

Que nos perturbam o coração,

Dando-nos estados diferentes

E, mudando esta ou aquela opinião.



É ali o palco do ato

Que devemos nossa criação.

É ali que tudo acontece de fato,

Tanto na realidade, como na imaginação.

É um reino em que somos reis

Senhores de toda e qualquer ação.





1967

Publicado em O NEURONIO 07/1969

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COMO GOSTO DE TI


COMO GOSTO DE TI






Gosto de ti

Quanto tua mente aclara

E teu jeito fala

Com decisão.

Tua voz muito clara

Diz que me quer.

E, marchas imponente,

Põe-se a minha frente

E te faz mulher,

Sem aqueles rodeios

Com falsos beicinhos

Sem gemidinhos

De indecisão,



Na hora que te levantas

É a mulher que me acalanta.



24/03/12

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sexta-feira, 23 de março de 2012

PARTIR


PARTIR




Partir

Roteiro sempre triste

Onde o desconhecido espera.

Não importa

são as flores de primavera

Ou o frio do inverno

Partida  é sempre partida

Eterna ida incerta.

Traz no meio de amores

As nuvens de dissabores

Neblinas de angustias

Cantos de sofredores.

Partir... É partir

Rumo incerto ao desconhecido.

O desconhecido apavora.



23/03/2012

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A REUNIÃO


A REUNIÃO






Não fui à reunião

Como poderia?

É noite de lua cheia,

Homens e lobos

Buscam amores

Buscam a amplidão.



Quando do canal

Suas faíscas,

No manto prateado,

O cupido

Nas setas cintilantes

Trazem  a benção de Afrodite

Homens e lobos

Se hipnotizam

Na luz de mil amores.



Se lobos uivam no penhasco

E eu, faço poema no espaço

Com o sorriso da lua,

Como posso trabalhar?



23/03/2012

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quinta-feira, 22 de março de 2012

apresentação


APRESENTAÇÃO

Poema de 66 [brincando] com a carta de apresentação que a Ilia [também brincando] postou na Face





Queres saber quem eu sou,

A mim ser apresentada

Minhas iniciais te dou

Minha linda camarada.



Por A começa meu nome

E, por P meu apelido,

Por G meu sobrenome

E por C o intrometido.



O A também é amor

Que teu ser me faz nascer

O P: Paixão a crescer.



O G é a grande expressão

Que o C que é meu coração

Diz: Amo-te com ardor.



08/11/1966

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SEGUNDA VIAGEM


SEGUNDA VIAGEM





Peguei o ônibus da manhã. Estava com duas malas e dois livros. Eram meus primeiros livros de Medicina. Meus pais o tinham comprado, pedira por telefone. Na semana já teria a primeira prova de histologia. Não tinha assistido a nenhuma aula. Os livros, na verdade tratados, eram grandes, pesados e caríssimos. Teria de estudar os dois primeiros capítulos. Era um problema. Não tinha nenhuma base.

Nas malas estavam praticamente tudo que tinha. Tirando dois ternos que deixei por falta de espaço. Quem trabalha em São Paulo usa terno. Era a regra.

Sentei na janela e tentei me acomodar, eu e o livro de histologia. No ônibus, uma moça muito gentil, era a Rodomoça, oferecia o travesseiro e o cobertor. Ela serviria bolachas Ailiram no trajeto e cafezinho. Realmente, o livro era incomodo de se ler em um ônibus, pelo peso e volume.

A meu lado viajava uma moça, que acompanhava outras duas, no banco imediatamente atrás, não fixei o nome. Como estudante de medicina chamasse atenção, logo  puxaram papo, ao qual aceitei de bom gosto.

Inicialmente começaram a contar das brincadeiras no Iara. Não sabia o que era a tal brincadeira. Onde andava festa a noite era Baile e mais cedo Matinee. Tiveram que explicar como era. Falaram da freqüência, animação, do clube e suas glórias e freqüência. Como eu estava completamente por fora, resolveram apimentar com o Pé de Veludo, fato recente na cidade. Apesar de não adiantar muito, não tinha habito de acompanhar noticias policiais, o relato ficou interessante. Talvez mais pelo folclore criado, do que pelo fato em si. Contaram:  

O Pé de Veludo era um bom bandido. Roubava mas não fazia mal a ninguém e morava próximo ao Iara, numa casa de dois ou três andares.

A característica dele era roubar, sem fazer nenhum barulho, daí o apelido. Disseram que muitas vezes ele avisava a vitima que iria surrupiá-la e por mais que esta se precavesse era roubada. Contaram que o Dr. Akira Nakadaira, explicaram-me que era um rico cirurgião local, de muito prestigio, obviamente não o conhecia, foi avisado e que ele se protegeu de todo modo, mas à noite, com uma varinha de pesca, a carteira com toda a fortuna que ganhara no seu consultório durante o dia foi surrupiada.

Mas que este ladrão nunca tinha agredido ninguém, só roubava, e sem fazer barulho. Mas, chegou um delegado novo e foi até a casa dele para prendê-lo. Pensei comigo, porque não o prenderam antes? Mas não quis interromper.

E o delegado chegou com todo um batalhão, para efetuar a prisão dele e de seus irmãos, após minha pergunta, informaram que os irmãos também o ajudavam.

E o aparato, na casa próxima do clube das brincadeiras chegou armado até os dentes para prender o ladrão silencioso e seus ajudantes. Foram recebidos à bala.

Com detalhes informaram, que a mesa da sala, era destas mesas cujo pé é um baú. Que o pai ou a mãe do Pé de Veludo, não ficou bem clara esta parte, abriu este baú e, lá tinha armas e munições para um longo tiroteio. Que cada membro da família foi a uma janela da casa e começou o tiroteio. Parecia filme de bang-bang.

Por fim, o delegado e um soldado vieram a falecer; fora os feridos do lado da policia. E no lado dos bandidos, os irmãos também morreram e, ele, o herói, em honra aos irmãos lutou até o fim, sendo o ultimo a morrer.

No final da narrativa, o papo praticamente acabou e, fui ler meu livro para a prova, sem saber até onde chegava à realidade e a fantasia. Depois descobri que 90% viraram folclore popular, em termos parecidos e o tumulo era muito visitado. Quem o visita acredita em histórias parecidas.

Acomodei-me no Hotel; fui muito mal à prova, o que era previsto. Por fim, procurei um grupo para formar a república. Estava em Marília definitivamente.





22/03/12

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quarta-feira, 21 de março de 2012

DIZEM QUE É O AMOR

para Ana Luiza 39 anos de casados em 14/04

DIZEM QUE É O AMOR


Fazem planos em fantasias
Formulas estranhas irreais
Onde realidade e poesia
Confundem-se com ideais.

Dizem ser o amor
Um plano de futuro
Num momento presente,
Quantas promessas compartilhadas
Cada demanda, uma promessa
Eterna promessa, de eterna persistência.
Mas, a inconsistência
Da cegueira instalada
Na ânsia incontida
De ser um em dois
Por toda uma vida
Oculta, ignora, não lembra
Que a fantasia é um pedaço do sonho
Guardado encolhido, medroso
De atrapalhar o amor.

Cada um com seus sonhos
Um dia, percebem
Que a fantasia é apenas
Uma parte, um começo da estrada,
O grande problema é um encaixe
Encaixe do sonho
Com as fantasias de amor.
A vida a dois começa aí.

21/03/2012
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AMBIGUIDADE - poesia com a letra A


AMBIGUIDADES





Na busca de novas formas

De sonâncias fulgurantes

Dentre o alfabeto busquei

A letra mais melódica

Para traduzir antigos sentimentos.

E no A de amor parei.

Dele descerrei um Universo

No qual, como satélite,

Adentrei seu campo gravitacional.



Amor, ábacos assoberbados

Abençoando a alma apaixonada

A qual alcança alturas

Alucinando o abrir das asas afetuosas,

Mas?

Aconteceu...

Apavorou!

A ambição avara acalentada

Abacinou a arte alcovitante

Ásperas alcatéias anuviadas

Do azul ao agre acinzentado alteraram

As ambíguas alienações abstratas

Nas almas amaradas e amarguradas



15/10/1969

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O VENDEDOR E O DIA A DIA


O VENDEDOR E O DIA A DIA




Carlos era um vendedor compenetrado, sempre de terno e gravata, como era costume nos anos sessenta. Fazia algum bico nos fins de semana, sempre de gravata.  A esposa dizia que logo mais iria dormir com ela também. O que ele prontamente rebatia, dizendo ser seu ganha pão.

Na verdade estava começando uma área nova.  Na Rua Santo Amaro havia aberto o Shopping News, o primeiro jornal grátis, onde o dinheiro dos anúncios mantinha a empresa.

Tinha passado logo após a sua criação nos escritórios e se credenciado para ser corretor de anúncios. Dizia para Dona Déia, muito mais prática do que ele, que na propaganda estava o futuro. Que em São Paulo só havia a Mc Ellison e duas ou três americanas, que faziam as firmas grandes que estavam no Brasil. No futuro teremos milhares de agencias, uma será a minha. Era na verdade um visionário apaixonado, sob o olhar desconfiado da esposa, que aguentava tudo. Não por devoção, mas que queria morar nos Jardins, mesmo com o preço alto do aluguel; não iria demonstrar que estava passando dificuldades com a crise, que era geral.

Sr. Carlos tinha por hábito, no fim do expediente tomar um aperitivo no Sr. Joaquim. Era o bar do português da esquina, que também vendia leite e o que faltasse no dia a dia; era quase um mini-mercado. O português falava alto e não tinha papas na língua, sempre com os ditados da terrinha, - Os incomodados que se mudem, ou – Quem não tem competência não se estabeleça; sempre com uma fala agressiva pronta. O que contrastava com seu jeito formal.

Por ser encostada a casa era lá que se fazia boa parte das compras.  Ali que parava, tomava um Cinzano com um pouquinho de pinga num cálice, destes que se usa para tomar aguardente.  Apesar do bar neste horário ser lotado, raramente conversava com alguém e solitário ia para casa. Naquele dia, após o aperitivo tinha de sentar com a esposa e fazer as contas. Era o vencimento do aluguel, da escola da filha que a mãe não deixava estudar no Grupo, e as contas da casa. O dinheiro que tinha recebido era pouco.

Feita as contas, era organizado, quando casou tinha um escritório de contabilidade, abriu a planilha e foi conferir o dinheiro. Na época pouco se usava bancos.

Reparou que o português tinha lhe dado troco a mais, muito a mais. A nota de dois era de cor

Amarela, que confundia com a de mil. O português tinha no movimento de inicio de mês, onde o botequim estava muito cheio, com muita gente pagando a caderneta, se enganado e aquele valor alto, próprio de quem comprava por mês, se misturado aos trocados.

De imediato falou que iria devolver. Não se sentiria bem com um dinheiro que não era seu. A esposa perguntou: se a nota errada, somada ao que ele tinha, dava para pagar tudo.

-Ainda sobra, falou ele.

-Então não devolva, oras!

- Não posso fazer isto, tinha tido uma criação muito religiosa e, realmente não ficaria em paz e assim o fizesse.

A esposa armou a maior confusão. Falou que o comerciante aumentava na conta, que era estúpido, que enganava todo mundo e estava ficando rico só de roubar os outros; todos os argumentos que lhe vieram à cabeça foram usados. Não adiantou.

Nervoso e abatido pela discussão saiu, esqueceu até de coloca o paletó, sua marca registrada que até para ir a praia usava, e de manga de camisas, bufando foi até o bar.

- Sr. Joaquim, o Sr. errou no troco. O bar estava realmente lotado.

- Pois conferisse na hora, depois não aceito, falou mal humorado o português.

-Mas... Tentou falar ainda,

-Vocês são engraçados, vão para casa, veem que o dinheiro não dá e vem aqui achando que sou pai de vocês. Não nasci ontem falou secamente.

Nestas alturas Sr. Carlos estava pálido, envergonhado pela situação, completamente trêmulo e arrasado, falou ainda:

-O Sr. é muito mal educado, eu...  Não completou a frase que indicaria que o dinheiro era a mais.

-O bar está cheio, tenho que trabalhar arrematou o comerciante.

Envergonhado foi contar à esposa o que aconteceu. Após ouvir escutou:

- Bem feito, quem manda ficar dando uma de bobo.

Não dormiu direito à noite. Dia seguinte, a esposa já tinha se apossado do dinheiro e pagado as contas; antes que algum fato novo ocorresse. Não ficou convencido de usar dinheiro não dele para as despesas. Mas tinha chegado a uma conclusão:

-Não devo ter percebido o erro porque tomei o aperitivo. Nunca mais bebo. Realmente nunca mais colocou uma gota de álcool na boca.

-






terça-feira, 20 de março de 2012

SOLIDÃO


SOLIDÃO




Buscando olhos emprestados

Para poder enxergar o mundo

Ando em voltas no desconhecido.

Caminho, que não é caminho.

Apenas espaço...

Que ocupo

Dentre devaneios.

Busco a luz!

Olhos que me darão vida.

Mas,

Não brilham neste espaço,

Sigo o traço do errado?

Como saber, se não enxergo?



20/03/2012

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POETICO E RACIONAL


POETICO E RACIONAL




Todos têm dois seres pelo menos dentro de si: o poético e o racional. Isto é visível claramente nas histórias infantis. Vou exemplificar. Quando falamos de fadinhas, estamos na realidade nos referindo a borboletas, coloridas e alegres, nas metáforas dos contos; trazem a alegria do dia e da visão da beleza e a paisagem de paz. Juntamente com os seres que as cercam; sempre pessoas tranquilas, quando não esquilos, pássaros e a sabedoria da coruja. Dão equilíbrio.

 Se a situação aperta e as coisas não estão conformes, aparecem as mariposas, as borboletas da noite, do escondido, do obscuro com seu séquito de morcegos, sapos que coaxam a noite e aves negras anunciando tragédias e a mariposa maior, forma grande bruxa; o contrário das delicadas borboletas.

Joga as pragas do mundo e a princesa, dorme, dorme o sono dos séculos; ou seja, foge dos problemas até aparecer a solução como príncipe encantado. [Freud diria a presença paterna].

O mundo real é o que corta a fantasia, sempre corta, não há espaço para deleites. Olhemos nos animais em seu comportamento, uma mãe acariciando a cria inspira amor, está como nós no mundo da poesia, mas a aproximação de um predador, seu olhar muda, sua fascies de guerra transforma sua atitude.  Cerra os dentes, transporta rapidamente sua cria pela nuca e a coloca em lugar seguro; pronta para guerra aguarda o combate. Realmente não é mais a mãe poética da fantasia das fadas e borboletas.

O mundo real, reforçando, é o mundo da vida e da morte. O ciclo vida e morte é presente tanto nas florestas como na agencia bancária. A falha diante de um predador é igual a nossa falha em administrar a economia pessoal e da família. Ambas são mortais. É um muno de guerra e esta só tem uma regra: Vencer. De nada adianta a ONU fazer uma apologia e uma relação a crimes de guerra. Estes só se aplicarão aos perdedores, o vencedor não tem culpa nem crime, tem a vitória, apenas a vitória.

Nosso viver social é em guerra. A partir da hora que o sustento do homem parou de depender de seu contato e trato com a natureza, passou também a ter que disputar dia a dia, o alimento com outros homens. A disputa nunca é fraterna, o simples fato de disputar implica em guerra, e guerra não em regras, só vitória pela vitória.  

Aquele viver social, aquela parte poética que todo ser possui começa a ficar com dificuldade de se manifestar, muito difícil ser poeta quando se está sendo atacado. Cada ataque demanda luta, como nosso leão que a pouco acariciava a cria; ou fuga como gazela que vê a aproximação do predador. Borboletas e mariposas podem passar à vontade, nenhum dos dois a verá. A guerra desvia todos nossos sentidos para luta. A poesia de guerra não existe; apenas a poesia da vitória, após o inimigo morto. E não é instantâneo, após a vitória o ser precisa de uma descarga de todo estresse acumulado, não há poesia, temos apenas uma descarga de energia em comemoração, uma catarse não poética. Uma comemoração agressiva com louca sexualidade, orgia, álcool e por fim repouso e, se houver poesia, esta será no novo dia.

Antes a família e as religiões acordavam nosso ser poético, que mais são estas organizações,

reteirando a parte do divino, do que um código de bem viver em paz consigo e com a natureza?

Hoje, por necessidade, até ela, a Igreja, perdeu a poesia.  O chefe de família e os lideres religiosos também lutam por alimento, todos estão em guerra. Há na sociedade uma mudança que historicamente começou na Revolução Industrial; com a expulsão [foi realmente uma expulsão] do homem da terra.  Não há previsão para formação do novo homem e da nova família. Este processo de mudança [não existe mudança boa ou ruim, apenas mudança], que já está próximo de quatro séculos, poderá levar mais outros tantos para um real equilíbrio.

De momento cabe a cada um, tentar resgatar seu ser poético acuado e machucado diante de tantas agressões e fazer, ao menos a seu redor, um ambiente de poesia. Aos que nasceram poetas, que gritem seus poemas, mesmo que ninguém os escute, pois a natureza tem pressa de nossa mudança.

Vejam bem, os leões que sobreviveram, ainda conservam a poesia com seus filhotes e com certeza ainda olham as borboletas. O problema é única e exclusivamente do ser Humano.



20/03/2012

tony-poeta pensamentos

ETERNO SONHAR



ETERNO SONHAR





Não acabes, oh sonhar!

Não sejas passageiro

Mantenha-se o dia inteiro

A me acariciar.



Conserve as linhas curvas

Que me fazem a vista turva

Em pensamentos doiros

Com raias de amor.



Porque os sonhos são breves?

Não quero que este me leve

Junto com a brisa, ao mar.

Sonho fique comigo

Preso e firme na terra

Eternamente a amar.





20/03/12

Tony-poeta pensamentos




segunda-feira, 19 de março de 2012

LEMBRANÇAS DE TI


LEMBRANÇAS DE TI





Lembranças

Flutuam no nada

Em cores fortes.

Com passagem breve,

Não apresentam massa

Neste estranho espaço

Em meu interior.



É feita

De um misto de saudade

Alegria e melancolia

De forma triste,

Colore,

Momentos alegres

Em formas de poesia

Louvando o amor

E somem em fumaça...



19/02/2012

tony-poeta pensamentos.




domingo, 18 de março de 2012

CALMA SIDERAL


CALMA SIDERAL





Necessito da calma sideral

No vale das bombas atômicas.

Como tê-la

Se os átomos a todo o momento

Se desintegram

Possuídos de estranho estresse?

Nele vemos

O condicionamento mais inconcebível,

O caminho da recompensa,

Que de tão ultrapassado pelo castigo

Criou a situação explosiva.



Um dia,

Não tardará,

O vale das bombas atômicas,

Vazio até de átomos,

Um amontoado de desterro

Será calmo e silencioso...

Sem som...

Sem luz...

Terá a calma de não ter vida.

Será irritante!





07/06/1971

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PRESERVAÇÃO DE INSETOS E BACTÉRIAS


PRESERVAÇÃO DE INSETOS E BACTÉRIAS







As joaninhas, os vaga-lumes, sumiram. As abelhas estão sendo procuradas em várias partes do mundo. O que está acontecendo?

Vemos nos meios de comunicação campanha de preservação do Urso Polar, do Mico Leão Dourado e muitos animais em risco de extinção. São realmente válidas, mas e os pequenos? Estão protegidos? Sem risco? Ou apenas mudaram de endereço para algum lugar protegido do homem? Claro que, não!

Os pequenos insetos estão desprotegidos e sem nenhuma campanha ao seu favor. Vi na imprensa a alguns meses, que numa ilha considerada paradisíaca, as flores que completavam a paisagem, na montanha ao fundo, estavam se extinguindo, devido a falta de um misero e mínimo mosquito, que fazia a polinização, Como não achasse outro tipo de inseto para a função, contrataram humanos mesmos; que com um cotonete iam de flor em flor, com a função de substituto do mosquito.

Diriam: - Isto que é regressão! Na verdade a natureza é a adaptação, por toda a história da vida no planeta, de cada um de seus elementos, desde os invisíveis até as baleias e elefantes. A falta de um deles, sempre vagará uma função, que deverá ser preenchida, senão todos os elementos dependentes dela sentirão e, em muitos casos serão eliminados juntamente com o faltante.

Lembrem-se: pelos nossos conhecimentos somos todos provenientes de uma só forma inicial de vida e, dela, ao mesmo tempo, cobrimos todo o planeta, a ponto de não existir um único lugar que não se encontre. Isto inclui desertos, vulcões e geleiras. Se a vida é abandonada em um local, outra ocupará, mas com mudança da forma.

O que estamos vendo é um descaso, para não dizer total ignorância, com a vida pequena ou invisível [no caso dos microorganismos] Desenvolveu-se uma indústria de extermínio para proteção da agricultura e pecuária, onde os pequenos monomotores singram as fazendas, despejando toneladas de inseticidas, com objetivo de maior produção. Não há nenhum controle, relatado em toda imprensa, de impacto sobre as micro-populações, ou seus riscos, e nem um mapeamento desta espécie de vida; pelo menos acessível a nós população.

Nunca vi uma nota de circulação com a foto de um inseto ou bactéria, pois são seres menores e, no pensar econômico, desprezíveis. Vendo o exemplo da mosquinha, não é um elemento descartável.

Os transgênicos, em todas as discussões, a ênfase é: se na ingestão da verdura ou do grão, vai haver algum malefício a curto, ou longo prazo.

Sabe-se que a toxina deste fica em circulação e já foi detectada no sangue de gestantes, no Canadá, em quantidades significativas e numa porcentagem não desprezível. Mas, estas toxinas feitas para matar micro bactérias que prejudicam as plantas, não matariam também as que vivem normalmente no local, sem participar do processo? Não obtive respostas. Não parece haver um estudo sistemático a este respeito.

Portanto não sabemos todo potencial da arma, e nem seus efeitos colaterais e, pior ainda, se não estamos extinguindo uma forma de vida ainda não estudada que pode ser necessária para nosso equilíbrio.

Completando, estamos com uma obsessão à higiene das mãos com álcool, devido a uma gripe com alarme falso, felizmente não era tão violenta. Até hoje, a nossa lavagem de mãos deu a proteção necessária. Será que é necessário usar uma substancia a mais? Na medicina sabe-se que uma infinidade de bactérias habita nosso corpo. Nossa boca, se fizermos uma cultura específica, veremos intensamente povoada, o que é normal. As mãos de um cirurgião, após toda lavagem dentro da técnica correta, não estará isenta de germes. Sempre restarão colônias. Este é um equilíbrio, no qual todos os organismos estão adaptados e jamais serão causa de doenças. Se desequilibrarmos, e uma mudança para mais ou menos é um desequilíbrio, a nova adaptação, desencadearão a aparição de novas cepas estranhas ao organismo, poderão, aí sim, ser fator de adoecimento. Nosso corpo está em equilíbrio, não é estático. Portanto a compulsão de lavagem, não traz vantagens e se trouxer alguma coisa, poderá ser uma desvantagem.

Existe muito a ser estudado neste pequeno mundo. Temos que sabê-lo antes de uma mudança. Cabe a nossos cientistas o esclarecimento de como este mundo anda, e se está tão prejudicado como o mundo atual de seres grandes.

Até então uma campanha de proteção é necessária e válida.



18/03/12

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