JORGE VENTURA E A CRIAÇÃO
Jorge Ventura chegava
A criação se agitava.
Contentes iam o esperar
Os burricos Lucio e Gilmar,
Também a cadela Julieta
Seu marido Cara Preta
E os filhotes a nomear.
Jorge Ventura rabugento
Trabalhador, mas muito
briguento
Não conseguia rir ou chorar
A criação o agradava
Enquanto
ele brigava
Mandando-os a seu lugar.
Os burricos se aproximavam
Queriam o cabra agradar.
Ele então gesticulava
Meia blasfêmia falava
Não queria se
apoquentar.
A cachorrada festiva
Nas pernas do homem subia
Com a língua a acariciar.
Ele então praguejava
Com as mãos os empurrava
Dia: vão se mandar!
Por vinte metros seguia
Da cerca até a sacada
Quando subisse a escada
O portão podia fechar,
Mas, sempre resmungava
Xingava, esbravejava
Nunca ia se acostumar.
E a cria toda contente
Continuava a lhe agradar.
Na sacada olhava feio
Com os olhos de esgueiro
Soltava um impropério
Ia ver o jantar.
Os burricos aí que brincavam
Com os xingos se alegravam
Pareciam comemorar.
E os cachorros corriam em círculos
Faziam mil piruetas
Com os rabos a abanar.
Jorge Ventura nunca entendia
Esta
louca alegria
Dentro da casa entrava
Bravo a
esbravejar.
A criação toda contente
Comemorava alegremente
Este longo conversar
Este dono tão delicado
Que falava e as mãos mexia
Sempre prontas a agradar.
07/09/14
Tony-Poeta