quinta-feira, 17 de abril de 2014

AUSENCIA


imagem Google

AUSENCIA



O vazio que cobre o espaço

É rompido por um som

Que partilha, esparso no ar,

Com efeitos luminosos

Unindo corações chorosos.

Uma voz se faz presente

Em dois lados do planeta

São lábios quentes murmurando

Preces de amor em poemas

O eco como melodia

Reverbera a presença

Vultos que eram de essências

Dançam ... Correm... Voam...

Ao som da valsa da ausência

Na presença do lembrar.


17/04/14

www.tony-poeta.blogspot.com


O CORPO COMO MODA




                                 
  O CORPO COMO MODA


               Giovana experimentou oito vestidos, olhava para o espelho fazia feição de desagrado e jogava em cima da cama que estava
     bagunçada. Por fim falou:
· -Vai este mesmo...
· Estava pronta para conhecer os pais de Nando seu namorado.
· O jovem índio Peri está rodeado dos familiares, todos capricham para a pintura da festa anual da tribo. Cores preta e vermelha estão dispostas ao redor para a pintura, feita com todo esmero. É a festa anual da tribo e ele será apresentado como guerreiro pela primeira vez e tem que estar perfeitamente apresentável.
· A moda vem desde o inicio da civilização, o movimento de Giovana e Peri é o mesmo. Os primeiros humanos coletores provavelmente  apenas com gestos corporais e faciais demonstravam seus sentimentos e seu pertencimento  nas atividades do pequeno grupo. Nas regiões de clima frio, o uso de peles para proteção contra a natureza provavelmente originou as vestimentas, necessidade inexistente nos trópicos.
· Com o tempo as roupas e as pinturas, bem como os adereços como ossos, deformações de regiões do corpo, por exemplo aumento dos lábios nos Botucudos e aumento por argolas do pescoço nas mulheres girafas da Ásia completaram a apresentação individual.
· É sabido que o humano, como todos mamíferos, fala pela expressão facial e pelo corpo. O elemento vida, aquele que nos acompanha do nascer ao morrer tem o corpo como efetor.  A filosofia, no caso Hegel acredita que de inicio, antes de termos domínio de nossos sentimentos somos coisa e com melhor conhecimento de si, ou seja, no conhecendo melhor a matéria, isto é, o corpo se torne objeto de nossos sentimentos.
· A expressão corporal e facial é portanto nossa primeira vestimenta evolutiva, como já referido presente em todos mamíferos. Com a formação de grupos fixos, o reforço de nossas expressões tornou-se necessário, tanto para prestigio e reconhecimento na comunidade, como para as guerras e comemorações coletivas com os povos vizinhos. Para tanto a cobertura da pele teve que tomar formas de identidade e sociabilidade incutindo amor e medo, portanto apresentando o ser individual ao coletivo com personalidade própria.
· Hoje, com o capitalismo, a moda virou uma imposição e uma fonte de renda. Com os meios visuais ela tenta ser padronizada, a começar pela postura, pelo corpo trabalhado em academias e dentro de um índice absurdo de massa corporal [IMC] que não abrange totalmente a genética e as mudanças próprias da idade; as tatuagens muito em voga, uma serie muito diversificada de adereços e joias e uma Indústria que muda a cor e os modelos a cada estação
· 
  Mesmo considerando o objetivo de lucro do sistema, este apenas atualiza o fato de que o ser humano tem que se apresentar ao mundo na guerra e no amor e, para cada ocasião há uma vestimenta apropriada,que além de demonstrar o modo que este se encontra internamente com suas angustias e ansiedades; sua predisposição para o amor e para a guerra, o faz pertencente a um sociedade onde tem que sobreviver e reproduzir a espécie.
A moda sempre existiu, na sociedade atual é fator de geração de Capital, porém quem quiser andar fora da moda certamente será olhado com desconfiança pelo grupo e terá grande dificuldade de adaptação.