sábado, 23 de novembro de 2013

MELANCOLIA

Melancolia


Tudo cinza, tela vazia.
Vento em rajadas
Remoendo lembranças
Trazendo o vazio
No ser presente.

Pouca luz
Indeciso caminhar
Mas,
Se o triste vento
Revive e abre as feridas
O amanhã de sol
Vicejará novas flores
Até nova chuva.

24/11/13
Tony-poeta


geometria


GEOMETRIA


A cultura humana se baseia na Geometria.
É assim...
Desde a filosofia Grega: sempre é a geometria.
Distorcer a geometria
É fazer poesia
Buscar um novo mundo.

Tony-poeta

23/11/13

INDIVIDUO

INDIVIDUO


Viver,
Brincar de ser individuo
Num jogo de quebra cabeças
Juntando e rejeitando detalhes
Minúsculos... Quase virtuais
Em frenética auto criação.
É
Rodar no piso da sala
Rabiscando paisagens
Fazendo figuras
De ideais descartados
E, idéias fantasiosas.
É
Andar em círculos
Colando verdades
Logo desfeitas
Rindo e chorando
Na fantasia
Do dia a dia.

23/11/13
Tony-poeta


garoa grossa

GAROA GROSSA


Dia gris... Garoa grossa...
Vento frio...
O pensamento transborda
No entorno do ser.
Dentro da alma
Faz sempre nascer
O sonho que clama
O eterno viver
Agarrado no amor.

23/11/2013

Tony-poeta

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CORRUÍRA LIBERDADE

Corruíra falou:


Solte as amarras
Voe
Olhe
A natureza é feita de flores sorridentes.


BOM FINAL DE SEMANA

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

RETORNOS

RETORNOS
imagem google


Um olhar
[com o canto dos olhos]
Um cabelo alisado
[com mãos macias]
Soltos ao vento
Um conversar
Um caminhar...

A vida tem esquinas que confundem...

Novo olhar
Cabelos sedosos
Falas poéticas

Uma avenida que caminha mundo além.

Tony-poeta
20/11/13





O FUGITIVO

O FUGITIVO


Era José, simplesmente José, assim gostava que lhe chamassem. O mundo para ele era uma viagem e José era um nome comum, se julgava comum e por onde passava era apenas José.
Nunca conversei com ele, as noticias que tive foram por ser folclórico. Em um pequeno Distrito de Panorama por onde ficou por três meses e morava meu tio, consegui ter mais informações. Refere tio Nelson que deu morada a José. Era um pequeno celeiro na chácara que morava.
O moço, descreve ele, era uma pessoa boa que me fazia companhia, sabe um velho morando solitário na beira de um riacho gosta de um papo. Era bom papo.
Ficou um tempo ajudando Seu Chico a cavar fossas, o Dé Bebum que o ajudava tinha morrido.
Ele tinha uma rotina, cada troco que recebia comprava um mantimento para pagar a hospedagem, sempre vinha com óleo, farinha, toucinho ou outra coisa, quando ganhava bem trazia uma carne melhor, sabe tenho porcos e galinhas, carne de boi é festa. Não fumava e não bebia, mas não se incomodava com meu pito de corda da tarde.
Tomava o banho, comia comigo e papeava até a hora de dormir, falava direito, como gente da cidade, sabia muita coisa interessante e repetia:
- Não entendo a sociedade, quando vejo que não dá para entender no lugar que estou, busco outro. Nunca falava mais que isto, nem de sua vida, apenas dizia, não brigo, não mexo com mulher de ninguém e não incomodo.
- Perguntei um dia se não tinha medo de sair à toa, sem saber se iria comer ou ter um telhado e Le respondeu:
- Aqui cavo fossa, sempre tem uma sujeira que dá dinheiro suficiente para comer, a sociedade faz muita sujeira e as pessoas não gostam de limpar seu lixo. Sempre tem alguém disposto apagar para limpar um terreno, preparar o estrume para a lavoura, sempre tem um banheiro num bar da estrada que precisa ser limpo. Nunca me faltou serviço e com o tempo arrumo um canto para deitar.
- Um dia à tarde Seu Chico pagou o que devia, ele passou aqui pegou a roupa, deixou um pedaço de carne boa na geladeira e desapareceu, saiu de novo pelo mundo. Todo mundo ficou triste, era um sujeito bom e o compadre ficou inconsolável, estava sem ninguém para ajudar a cavar as fossas.
Poucos dias depois veio um parente do José procurando seu paradeiro. Ele me disse que não era José seu nome, que o nosso José morava na Capital, tinha estudado e estava em um bom emprego, não era louco e não tinha vícios, e num belo dia pegou uma muda de roupa e sumiu. Deixou apenas um bilhete dizendo que gostava de todo mundo, mas não entendia a sociedade e desapareceu sem deixar rastros. Desde então a família o procurava. Ele já tinha morado em um cortiço, uma palafita, sempre fazendo o serviço que ninguém quer e sumindo na hora que dava na veneta.
Pena que o parente chegou atrasado.
Há dois meses soube que passou por um pequeno distrito perto de Marília. Fui averiguar num final de semana. Tinha ficado no Sitio do Joab. Fui até lá.
Joab um senhor desgastado pela idade tinha um roçado e uma criação de porcos que engordava para as festas de Páscoa e Natal. Perguntei por José.
- Também gostaria de saber respondeu o senhor. Pensei que iria ter o filho para a velhice, já que os verdadeiros foram para cidade grande. Ficou três meses comigo. Era uma boa pessoa, me ajudava muito. Todo dia pegava a carroça e ia aos restaurantes pegar os restos de comida para lavagem dos porquinhos. Dava de comer, limpava o chiqueiro, roçava o entorno, cuidava com carinho. Ainda ajudava na roça, sabe estou velho e era grande a ajuda. Eu pagava o combinado, tentei pagar mais ele não aceitou. Um dia depois do pagamento, sumiu.
Acho que foi para [falou um nome que não gravei]
- Como?  Perguntei.
- E um nome dos índios que moraram aqui, quer dizer caminho dos macacos que sai da pedra pontuda. A gente chama aldeia.
- É longe?
-Voltei a interrogar.
- É logo ali. Sei bem que este logo ali pode ser perto ou muito longe, um costume de Interior.
- Como chega lá?
- Pega o asfalto a direita no contorno, depois a seguir tem uma estradinha de terra, depois da estradinha anda um tanto a pé e está na Aldeia. O pessoal lá é bom. Vem sempre para a cidade trazer o que plantam e criam e trocam pelo que falta e querosene.
- Querosene?
- É: lá não tem luz e só passa carroça. São muito pobres, comem o que plantam e a sobra trocam, dificilmente ganham algum dinheiro.
Fui à procura. A estrada asfaltada acabou em um quilometro.  Segui numa estradinha estreita que subia e descia mais trinta quilômetros, na pedra pontiaguda facilmente visível acabava e, mais dois quilômetros e avistei um vilarejo de casas de barro, com alguma criação, uma plantação mirrada e três caos famintos e magros. Fui bem recebido. Os moradores eram caboclos, como sempre hospitaleiros. Tomei um café fraco como é costume local e ninguém tinha visto José em parte alguma. Não tinha chegado lá.
Voltei frustrado até a pedra pontiaguda onde estava o carro. Achei o lugar meio mágico e fui olhar em volta. Em baixo da pedra estava uma calça de brim, desgastada. Roupa de trabalho. Joab havia falado que José comprou uma calça de brim nova e a velha passou para as tarefas. Certamente era ela e ele chegara até aquele ponto. Porque voltou para trás?
Pensei bastante e acho que descobri o ocorrido. Deve ter chegado muito cansado na pedra, saiu a tarde e certamente era madrugada quando ali parou. O lugar um tanto místico, com as pedras apontando o caminho, o céu estrelado deve ter entendido que a sociedade da qual fugia também estava dentro dele.  Deixou a roupa que trabalhava ali e voltou para casa.

Tony-poeta
20/11/13



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

LIBERDADE

LIBERDADE.


Brinca na praia
O mundo é livre
O horizonte existe
É liberdade!

Rola na areia
Como criança
Tem a esperança
Da eternidade
Contem o momento
Da liberdade!

Só há este dia
Rolando na areia
Onde a moça sereia
Esquece a tristeza
Vê a liberdade.

18/11/13

Tony-poeta

domingo, 17 de novembro de 2013

SUBSOLO

SUBSOLO

                                                               Preocupado com a injustiça no    Brasil.


No subsolo
Busco meu tema.

Percorro umbrais
Com a lanterna da vida.

Enfrento monstros
Só para captar perfis.

Na caminhada
Vou deformando
O deformado

Vou colorindo
O apagado

E dos gemidos
Coloco som
Faço sinfonia
No teatro do otimismo.

 Na dança precipito
Poemas e alegorias.

Só da dor
 Sai à poesia.
Nunca revoltem o poeta
Este pode multiplicar choros
E clonar punhais
Retornando a dor
Que acompanha os mortais

Tony-poeta

17/11/13