sexta-feira, 25 de novembro de 2011

VENTAROLA - quadras






Minha vida... é ventarola

Que não para de rodar...

Paixão que não se controla

Nunca feita por pensar.





Sigo sempre a ventarola

Sem poder nunca atentar

O embaraço que enrola

Todo passo que vou dar.

PREVER O FUTURO - FINAL







Equilibrar Presente, Passado e Futuro



É o que faz um homem ser Sábio.

DEUS NETUNO





Deus Netuno. Deus do mar,

Mar de inspiração e amor,

Onde as ondas a clamar

Inspirem um sonhador!



Oh! Netuno fazei-me idem

A teu mar inspirador,

Meu coração onde residem

Tristes sonhos de amor

Tenha a beleza que tens

E todo amor que existe

Nas espumas que olho além,

Onde a viração reside

Nas ondas a borbulhar

Fazendo o amor espelhar.





01/1963

PREVER O FUTURO VII







O Deus Khronos, Deus do Tempo conforme a mitologia,



Devorou seu filho.



Este é o alerta:



O tempo mal administrado devora o homem.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PREVER O FUTURO VI





Confundir o futuro



Com todo passado



Embaralha o presente.



A este chamo:



Psicótico.

POEMA DAS FACES






No meio das sombras

Enrugadas

Deslizam rudes formações.

Traços fortes, porém nublados.



Vão crescendo...

Crescendo...

Neste ritmo se acalmando

Em traços tênues,

Cada vez mais tênues

Enfim

Perceptíveis nos detalhes

Que resplandecem sobre o azul.

É ela!... É ela!...

Apenas uma face

Que aparece risonha

Saída das sombras dos sonhos

Para beijar o dia de sol.

É ela,

Se aproxima

Um traço doce

É sua marca.



A brisa da tormenta

Aparece

Deslizando...

Deslizando...

Leva-a.

Simultaneamente

Traços fortes...

Cada vez mais fortes...

Cantam fatídicos

À volta...

Ao frio...

Ao borrão negro.





12/09/1970








quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PREVER O FUTURO V





Aquele que não conecta o passado,



Não pode ter futuro, pois não o forma.



Embaralhando o presente.



Este é o Autista




PREVER O FUTURO IV





Aquele que olha o futuro



Com medo do passado,



Perde o presente e o próprio futuro



Chamo:  Pânico.

O QUE É O AMOR?







O amor, o que é?

É a felicidade?

Não... Não é.

Será então a vaidade?

Para falar a verdade

E com toda humildade,

Eu não sei o que é.

Mas com sinceridade

Descreverei com fé

O que penso nesta idade.



O amor é um... é um...

Bem, é um sonho como nenhum,

Às vezes tristonho,

Outras risonho,

Que se o temos

Tememos perdê-lo,

Caso contrário

Queremos encontrá-lo.



Porém o amor é todo Universo

Toda grandeza do espaço

Todo abismo do mar

Que produz um verso

No doce rufar de aço

Das ondas, a praia beijar



É... os olhos lindos da musa,

É... o corpo melindroso

É... o sonho infinito a vagar.

É uma mente confusa,

[De um poeta que sofria]

Que conheceu o amor um dia,

Sentiu de perto, palpou-o, no entanto

Não o sabe explicar.





1964




terça-feira, 22 de novembro de 2011

PREVER O FUTURO III







Aquele que se amarra ao passado



Perde o presente



E também o futuro.



 Chamo de Melancólico.

PENSAMENTO 22/11/2011






Numa sociedade só de doutores

 junta lixo


                                           nas portas. 

PREVER O FUTURO II





O ser que se amarra ao presente



Perde o passado



E não faz o futuro.



Chamamos: DEPRESSÂO

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PENSAMENTO: PREVER O FUTURO.






A cada momento de nossa vida,

 aquilo que chamamos:  Presente,

 nada mais é que a milionésima fração de segundo,

 onde recolhemos todo o Passado

 e projetamos o Futuro:

 que sempre será de nossa total responsabilidade.

DEU-ME VONTADE DE FALAR.





Deu-me vontade de falar,

Contar ao mundo que a vida

É bólido em disparada

Rumo a uma reta final

Ansiando a láurea xadrez

De preto e branco, a chegada

Aonde já fora partida.



Deu-me vontade de falar

Contar que a vida é flor efêmera

Que o colibri beija buscando

Absorver o amor que a compõe.

E quando murcha, ao ali passar,

Lembrará o colibri o perfume

Sonhando beijar nova flor.



Deu-me vontade de falar,

Contar que a vida é fuligem das fábricas.

(Fumaça espavorida enchendo o ar

E nas correntes se dissipando.)

Mas, voltando na primeira chuva

Ao chão se sedimentar solidamente,

Retornando a terra o que dela era.



Deu-me vontade de falar

Contar que a vida é um sonho e pesadelo

Mal balanceado. Mas vencendo, o sonho

De cada aurora a cada poente rima

Trazendo nas vivas cores do arco-íris

Os louros mais brilhantes da vitória

Sobre a fria e turbulenta tempestade.





19/09/1968








domingo, 20 de novembro de 2011

PRECONCEITO: EFEITO COLATERAL.





Julgando-te superior pelo teu próprio preconceito,

Tentaras levar vantagens, subestimando o próximo.

Na verdade a capacidade de pensar é igual a todos

Humanos. 
Es tu que sairás lesado.

BAILE DO BICHO.







Acontecia o primeiro Baile do Bicho da FAMEMA. Agitação total na sociedade mariliense. Era o debut dos novos estudantes de Medicina. Estamos no ano de sessenta e oito e é a segunda turma que se apresenta a sociedade. A primeira não realizou seu baile do bicho; não havia veteranos. Os acadêmicos, quase a totalidade de sexo masculino, já tinham sido apresentados a sociedade Mariliense, tendo recebido um titulo de Sócio Universitário do Marília Tênis Clube. As moças eram poucas, mulher não costumava fazer medicina e, numa turma de sessenta alunos no máximo cinco representantes do sexo frágil.

Marília, uma cidade muito bonita com avenidas largas de duas pistas, um bom comércio e vida própria; apesar de ter apenas quarenta anos. Já possuía Faculdade de Filosofia e estava montando a de Direito. Três hospitais atendiam a população. A vida era intensa apesar de longe da capital.

O baile, que transcorria no Tênis, tinha sido acertado pelo próprio clube e a direção da faculdade e foi aberto aos associados. As moças solteiras da cidade queriam conhecer os futuros médicos que lá aportavam. Normal para uma sociedade tradicional do interior, onde as saídas e as companhias eram rigorosamente vigiadas.

O conjunto que fazia a animação estava com a maior dificuldade para movimentar o evento. Acostumado com os bailinhos dos sábados e de debutantes, esta apresentação com um público basicamente masculino os inibia. Bem que tentavam animar, mas o ambiente estava morno. Dada hora mandaram os acadêmicos formarem fila indiana e tirarem os sapatos. Começou a confusão.

Bassim, o mais jovem dos “bichos”, não tendo ainda dezoito anos, se recusou sem motivo, a tirar seus sapatos. Realmente agitou o ambiente.

A direção do Tênis interpretou como insulto tal atitude e mandou parar a música. Queria colocar o aluno para fora. A direção da escola tentava contemporizar. Os veteranos estavam perdidos sem saber como exercer a autoridade com o “bicho”. Os colegas de turma avisaram que se ele saísse sairiam juntos. Após uma hora Bassim saiu da fila, continuou no clube. A música voltou. A brincadeira foi rápida e encerrada. Continuou o baile normal.

Dia seguinte foi decidido que a segunda turma não teria direito a ser sócio acadêmico.

Quanto ao Bassim, este nunca contou porque não tirou os sapatos.


O AMOR CHEGOU.





Vou brincar...

Vou correr...

Vou cantar...

Eu vou!



Vou buscar...

Vou sonhar...

Vou lutar...

Vou pensar

Para tentar entender.



Para dizer...

Para contar...

O amor chegou!