sábado, 18 de agosto de 2012

CUIDADO

CUIDADO

Não cuidava de mim,
Cuidava de ti
Que não me cuidavas.
Cova rasa!

Cuidado é amor;
Ausência, solidão.

Vida sem cuidado
É guerra sem vencedor
Terra salgada
Açude seco
Gado secando
No sol escaldante
Queimando o ser
Deformando corações:

Cuidado é vida.

19/08/12
www.tony-poeta.blogspot.com






balanço


BALANÇO.





Lanço cifras,

As parcelas

São satélites e automóveis,

Lotes no solo lunar

Materialismo

Cibernética

Nirvana

Marx

Cristo

Kafka

Dialética

Estética

Inexistência

Amor e ódio

Incompreensão

Grito no éter,

Mensagem não codificada:

Cores no espaço?

Corrida de aço,

Sonho de poeta...

Via Láctea

Universo?

Ausência de conclusão.



17/01/1969

www.tony-poeta.blogspot.com


ESPERA

Imagem Google

Espera





Há pausa.

Um olhar espreita no ar

À espera,

De um compasso que o faça voar.



Aos saltos.

Dimensões...

Espaços...

Novas formas,

Evoluções

No ar em espirais.



Aspiram...

Aquilo que não houve...

Que não virá jamais.



18/08/12

www.tony-poeta.blogspot.com

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

VISITA AO MOTEL


VISITA AO MOTEL






Dr. Francisco e sua esposa iam visitar o Motel recém-inaugurado. Ficava quase na divisa de Vera Cruz. Era encostado a Marilia, onde o Médico trabalhava.

Em 1978 tentaram fazer o Motel no Município, mas tanto a Câmara dos Vereadores, como a Associação Comercial não permitiram aquela pouca vergonha, que desencaminharia as jovens e abalaria as famílias; de modo que no ano seguinte, na divisa de Municípios inaugurou-se o TurisMotel. Provocando grande falatório.  

Já existiam Motéis em cidades grandes e em Bauru a 100 quilômetros, onde a liberação sexual da época começava a se notar, Dr. Francisco e Dorothy sua esposa conheceram na Capital um empresário do ramo, que bem sucedido nos negócios, falou maravilhas despertando a curiosidade do casal.

O médico tinha grande dificuldade de ausentar-se, a medicina exigia dedicação e presença, ele conseguiu que um colega ficasse a distancia, em uma sexta feira. Pediu para a senhora que ajudava a cuidar dos dois filhos passar a noite com eles e, marcou o programa diferente.

Naquela noite de junho fazia muito frio, mesmo assim não os desanimaram, dado os preparativos para conhecer o novo negócio que se instalara. E foram.

Na portaria foi solicitado documentos do casal. Após o registro foram ao quarto quinze, as duas suítes existentes estavam ocupadas. Entraram em uma garagem. O interruptor estava colocado à vista do motorista e o médico abaixou o rolô de lona prata isolando o casal. O aposento ficava sobre a garagem, subindo pequena escada que fazia uma curva.

Finda a escada tinha uma pequena área de distribuição acessando o banheiro e o aposento. A luz era indireta, apenas no quarto de banho tinha a opção de uma luz mais clara; o quarto era composto de uma cama de alvenaria de formato oval, que sustentava um colchão de casal de bom tamanho. Dois abajures e um interfone. Uma opção de musica ambiente, um frigobar e o cardápio.

O banheiro era de aspecto caseiro com chuveiro, bidê e pia com espelho na parede. Havia dois jogos de toalha, dois sabonetes individuais e mais nada.

A cama estava arrumada e não tinha cobertores, nem aquecedor no quarto. Fazia dez graus. Francisco foi ao interfone e pediu um Martini para esposa e um uísque, com objetivo de esquentar. Dorothy curiosa levantou o colchão e, havia um espaço vazio entre o mesmo e o piso, cheio de latas de cervejas e embalagens de salgadinhos vazias.

Tomaram o drink, continuaram encapotados. Retornaram a sua casa.

Alguns dias depois, recebeu a visita de Meire, funcionária da Prefeitura de Vera Cruz. Esta brincando relatou que o casal tinha ido ao Motel. Ficaram sabendo que a ficha de hospedes ia à Prefeitura, para controle de impostos.

Não voltaram mais a nenhum Motel.



17/08/12

Tony-poeta

Fato real,

Nomes fictícios.








HOMENAGEM

  • VOAR NA POESIA

  • Cumpre-nos informar de que a 1ª Homenagem que aqui fazemos relativa a poesias postadas neste grupo dentro do passatempo POEMA DA SEMANA, é ao trabalho
    EGOISMO da autoria de António Carlos Gomes, que obteve 9 gostos dentro dos timings previstos.
    A ele e ao fim e ao cabo a todos os membros os nossos parabéns. Vamos divertir-nos com estes passatempos que para além de saudáveis, homenageiam a Lingua Portuguesa e a todos nós que a usamos.
    Bem Hajam e Muitos Parabéns ao Amigo António Carlos Gomes

  • O tempo e eu


    O TEMPO E EU




    Por mais que corra,

    Sempre encontro o tempo

    Persegue-me e me acompanha.

    Nos momentos tristes...

    Na felicidade breve,

    Que corro para segurá-la,

    Lá está ele, e me adverte:

    Vá com calma, moço,

    Olhe a paisagem, com vagar,

    Desfrute o lugar,

    Que nunca irei retornar.

    O tempo não tem retorno.



    17/08/12

    Tony-poeta




    quinta-feira, 16 de agosto de 2012

    CHUVA FRIA










    CHUVA FRIA





    Da janela olho a rua.

    Noite muito escura,

    Chuva fria... Um ventinho...

    Sob o poste: casal se aventura

    Abraçado, unido...  Juntinhos

    Estão andando na noite sem lua.



    Ao vento, um guarda chuva,

    Uníssonos caminham

    Na cadência, em harmonia

    Na noite fria. Amores os alinham

    Não importando a chuva fria

    Nem o ricochetear das brumas.



    Aonde vão? Certamente amar!

    Exala paixão. A chuva fria

    A pé, na era dos automóveis,

    Reluzem doçura e alegria

    No frio, na chuva. Os seres móveis

    Da noite, vão ao amor se abrigar.



    04/12/2011

    Tony-poeta










    PRÉ-GORDINHA

    Imagem Google

    PRÉ-GORDINHA


    Balsa de Bertioga






    Lucia estava sentada na Balsa sorrindo. Mostrava-se toda contente, afinal estava na hora de mostrar sua transformação.

    Saíra da loja onde era vendedora direta para o Hospital, no dia que entrou em férias. Fez a lipoaspiração em surdina. Não contou para ninguém. Valeu o gasto.

    Afinal não foi barato. Teve que fazer prestação e, seu pai deu a cinta que usava.

    - Vou fazer furor, pensava ela. Falei com todo o mundo e não contei da metamorfose, são as vantagens do face.

    Não que eu vá me tornar magra, queria ser japonesa, Yoko não tem bunda, os orientais são retos. Esta mistura de raça me fez uma tanajura. O doutor falou que não tinha o que tirar das ancas, paciência! A perna vai ficar um pouco fina em relação aos quadris, nada que a calça Jeans não disfarce.

    Gastei mais um bocado de dinheiro na calça e no sapato, tudo para o bem da estética. Esta blusinha; ainda bem, achei na liquidação, está linda!

    Passou creme nos braços e mãos. Carregava uma porção de potes de cremes, todos eles receitados pelo dermatologista.

    Olhou no espelhinho, retocou a maquiagem. A balsa estava atracando. Passou perfume.

    Caminhando, foi resoluta ao trabalho, esperando para ver a reação. Iria causar, pensava desafiando:

    - Quero ver se o Gorducho do Surfe vai ou não me paquerar? Era sua paixão.

    16/08/12

    Tony-poeta






    O ANDARILHO E O TEMPO


    O ANDARILHO E O TEMPO




    Perguntei ao andarilho

    Na calma que caminhava

    Como ele via o tempo

    Pois, não corria, só andava.



    Respondeu:

    - Não vou administrar o tempo,

    Tempo não é negócio,

    Negócio não é natureza

    É apenas invenção.

    Sou ser da natureza!

    Deixe que os dias passem:

    Temos apenas que sorver a vida,

    Espreguiçar nos dias de sol,

    Encolher nos dias de chuva.

    Viver apenas!

    Correr atrás do tempo

    Não passa de escravidão.



    16/08/12

    Tony-poeta

    quarta-feira, 15 de agosto de 2012

    EGOISMO


    EGOISMO.



    Preciso ser egoísta.

    Ser outro,

    Não só depender do outro.

    Preciso recuperar a onipotência

    Da chama da vida

    Que me fez nascer.

    Preciso ser outro.



    Quebre-se:

    -O condicionamento social repressivo,

    De falar amém,

    Ser gentil... Despojado.

    Necessito ser outro...

    Agressivo...

    Inconseqüente...

    Para poder me equilibrar...

    E recuperar você.



    Tony-poeta

    Sem data


    sempre viva - recordações

    Imagem Google

    SEMPRE VIVA: RECORDAÇÕES






    Quando criança, em casa sempre havia um arranjo de Sempre Vivas na sala. Eu ficava horas admirando as flores em suas muitas cores.

    Como o nome diz: Duravam muito.  Estavam sempre enfeitando e alegrando o ambiente.

    Hoje não mais as encontro. Os arranjos são de flores recém-colhidas que esmaecem rapidamente. Nunca mais as vi.

    Mas, lembrando-me dos amores da vida, as prefiro, elas não murcham como os buques de rosas, que oferecemos como jura de amor e pouco depois são desprezadas.

    Vou encontrar as Sempre Vivas e a cada amor dar um buque duradouro e colorido.



    15/08/2012

    Tony-poeta




    terça-feira, 14 de agosto de 2012

    ORAÇÃO CAPITALISTA


    ORAÇÃO CAPITALISTA




    Quero ser dono de todas as sementes.

    Quero ser dono de todo rebanho

    Quero patentear o Genoma Humano

    Todos habitantes: serão minha propriedade.

    Congelarei meu corpo se doente

    Terei a cura

    Darei as sobras aos pobres.

    Os satélites não encontraram Deus

    Pois Eu Sou o Deus.

    AMÉM

    15/08/2012




    BOM DIA


    BOM DIA




    Hoje não é ontem

    Nem o amanhã.

    Hoje é o dia mais importante:

    Dia de viver!

    Dia de amar!

    Hoje, só será o amanhã

    Quando outro dia amanhecer.



    14/08//2012

    Tony-poeta

    segunda-feira, 13 de agosto de 2012

    VIVER E CANTAR


    VIVER E CANTAR


    Cantar os cantos das cantigas cândidas
    Eis a sina do poeta sonhador.
    Cantar as coisas das correntezas coloridas
    Eis a sina daquele que quer viver.

    Corre...
    Corre correnteza cantarolante.
    As cantigas nas canduras
    Valem sonhos.

    Sabes o que é sonhar?
    É estar vivendo dormindo
    Navegando no rio da realização.
    Canta...
    Canta...
    Canta a cantiga corrediça
    Canta o canto do viver.

    Viver é antes de tudo
    Sonhar, no entanto
    É estar nas brumas,
    Viver no céu
    Até a hora
    De despencar para a terra.


    30/03/1972


    O FESTIVAL


    O FESTIVAL

    Estou defasado
    Das coisas da noite
    Que entre pernoites
    Se encontra com o dia.

    E a lua que queima
    Vermelha alumia
    Complexo! Quem sabe, seria?
    Será que quer ser o sol,
    Ser o sol do dia.

    E o drama da noite,
    A comédia da noite
    O festival:
    Que segue emplumado
    Que segue cansado.
    Segue... Segue...
    Segue o sol do dia.

    14/09/73
    Tony-poeta


    domingo, 12 de agosto de 2012

    O BALÃO


    O BALÃO


    Crianças alegres em algazarra,
    Sorriem cada instante e emoção
    E, um garoto orgulhoso amarra
    Uma grande mecha em um balão.

    Minutos após ateiam fogo,
    A fumaça negra o balão enche
    Elevando-se tão perigoso
    Entre estrelas um lugar preenche.

    Porém um breve soprar do vento
    Faz com que o balão venha inclinar
    Incendiando-se no firmamento
    Para vir em cinzas terminar.

    Bem assim acontece com o amor.
    Nasce belo, cresce se avulta,
    Porém num sopro perde o fulgor
    E entre frias cinzas se sepulta.


    1960
    Tony-poeta


    VESTIDO AMARELO

    VESTIDO AMARELO



    Amor: de quantas cores são as tuas roupas?
    Que fazes: para realçar o que já é belo?
    Ouço tua fala:
    Tagarelas
    Mexe o corpo
    É tão singelo
    Que o teu mexer
    Realce a roupa
    No meu olhar
    De te querer.
    Que paixão louca
    Que envolve,
    Teu olhar
    Marrom adocicado
    Boca pequena
    Vermelha, envenena
    A pele morena
    Moreno inflamado
    Do teu gingado...
    No teu vestido
    Amarelo.

    Triste amarelo!
    Do ignorar
    A paixão
    No meu olhar.

    12/08/2012
    Tony-poeta