sábado, 15 de fevereiro de 2014

A ENCICLOPÉDIA

A ENCICLOPÉDIA



É propalado que o Brasil é um País de povo pacífico e que aceita tudo. Não concordo. Acredito que esta falsa afirmação é apenas uma maneira de conter a agressividade nata da população.
Certamente um País invadido com extermínio de antigos habitantes, o que é feito até hoje, não reflete de maneira nenhuma um espírito fraterno. Lembremos que os portugueses ao aportarem e fixaram seu domínio, invariavelmente junto com os prédios de ocupação erguiam o pelourinho para castigar os rebeldes.
A escravidão foi uma experiência por demais traumática, onde além de manter os escravos como gado, inclusive com a venda de crianças nascidas na propriedade, sem respeito à formação familiar, impingia severos castigos nos mesmos.
A história dos estados foi apagada. Quando ainda muito jovem meu pai chegou com uma enciclopédia. Sempre gostei de ler e na época poucas eram as publicações, comecei a ler com certa regularidade o que a mesma trazia.
A história dos estados brasileiros era feita de revoluções e rebeliões, interessei-me na época e comecei a correr estado por estado.  Havia descrição de até três rebeliões por ano em alguns e vários governadores em curtos períodos em virtude de contendas.
As enciclopédias caducam e a última que tive, não constava mais nem uma pequena ameaça de levante. Como as anteriores foram doadas perdi a oportunidade de constatar o desaparecimento histórico.
O que posso notar é que os índices de assassinatos por mais diferentes causas em nosso País é muito alto, o que não demonstra nenhuma passividade, muito pelo contrário.
Irei procurar mais para frente, alguma literatura que esclareça a história apagada das primeiras enciclopédias.

16/02/14
Tony-poeta








                   

COLETIVO

COLETIVO


Tudo é certo...
Não há o errado,
Nada é anotado!
De imediato
Tudo é passado.

Passagens apenas
Paragens amenas
Ou revoltas.
Amor e ódio
Sedução e adultério,
Nada é mistério
Tudo é passagem.

Atores sem script
Navegadores sem navios
Tudo vale e existe,
O momento
Sempre finalidade final
Onde o individual
Tenta ser coletivo
E sofre.

Tony-poeta

15/02/14
imagem google

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EVOLUÇÃO

EVOLUÇÃO?


Antigamente:
- Tudo era proibido –
Atualmente:
- tudo é permitido –
É proibido apenas:
- Contestar a desordem –
Já que foi abolida a ordem.
Pensem nisto.

Tony-poeta
15/02/14


CANTO COTIDIANO

CANTO COTIDIANO



Meu canto
Meu cotidiano
Meu modo de passar,
O mundo
Pagina vazia
A qual tenho de pintar
Sempre indeciso
Entre o sim e o não
[Dois enganos]
Mas tenho sempre que andar.

A vida
Este jogo...  esta opção...
Modo de se deslocar:
Ora plano
[ Pinto flores
Lindos perfumes!]
Ora pedras
[Desfiladeiros
Onde posso tropeçar]
Tudo crio com olhar
Abro o canto ou o choro
Sempre meu e a meu cantar.
Na vida só há o ir
Não existe o voltar.
Canto ou choro
É só meu o meu criar:
As rugas são desenhos
Que rabisquei ao passar.

14/02/14
Tony-poeta


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

TEMPO E VOCÊ

TEMPO E VOCÊ


O tempo marca
Minha posição no espaço
Sem você
Flutuo.

Você é o tempo
tenho presente
Na dança do espaço
Do teu olhar.

Sem você o tempo
Inexistente
Perde-se nas falhas
Do não olhar.

Você é meu tempo
Faz meu espaço
De viver e sonhar
Você é o agora.

Tony-poeta
14/02/14



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SE EU SAIO SEM DESTINO

imagem google

SE EU SAIO SEM DESTINO.


Se eu saio sem destino
Um destino por certo tenho
Envolto neste louco buscar.

Se, jamais consigo me encontrar
Estou tentando olhar para longe
Para ver o que de perto
Não consigo enxergar.

Se eu saio sem destino
Um destino por certo eu tenho:
Desejo encontrar você
Tentando me encontrar.

Eternamente ando sem destino.

11/02/14
Tony-poeta






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

HORA DA CHEGADA

imagem www.picstopin

Hora da chegada


Hora da chegada
Preparo para despedida
Assim é a vida.

Catamos afetos
Que voam na estrada.

Hora de ir
Implica
Hora de partir.

Entre choros e sorrisos
Pairam dúvidas.

Afetos voam na estrada:
Se prendem...
Se soltam...
Nos cabelos ao vento...

Caminhamos...

10/02/14

Tony-poeta

domingo, 9 de fevereiro de 2014

PASSO A VIDA

PASSO A VIDA


Passo a vida
Procurando espírito
Escondido em formas,
-formas da mulher que pode me amar-
Tento achar o amor
- e experimento o amor-
Experimento matéria
Com recordações de espírito.
-Matéria não é espírito-
Apenas feições que mudam
Faces que sorriem e choram
Mudando a cada momento
Olhando o corpo que se deforma
Até virar fumaça
-onde não pode mais gozar-
Jamais se alcança o espírito
- escondido e deformado-
Apenas formas se movem
Silhuetas graciosas
Em delirante balé
Que me apaixonam
Remedam o espírito
Que foge aos movimentos
Na hora do descompasso...
-a dança não é espírito-
Se eu: sopro de vida
Feita em forma
Busco o que sou
-em outra forma, forma de mulher amada-
Como alçar o espírito?
Corro desorientado
Trombando em espectros
De espírito distante
- formas desengonçadas -
No fundo então percebo
Que na verdade
Não sou nada...
Mas morro apaixonado.

Tony-poeta
09/02/14





PRAIA DE NUDISMO

PRAIA DE NUDISMO


Acabo de ver em minha linha do tempo a imagem de uma Praia de Nudismo na Argentina; postei ao lado. Interessante é que o convívio com pessoas vestidas é livre. Recordei-me de minha infância: apareceu uma revista de nudismo em casa na época de despertar dos hormônios. Foi o seguinte:
O corpo humano na época era pornográfico, proibido totalmente, o nu era criticado e imoral, isto há uns sessenta anos. O sexo não existia e tínhamos vindos ao mundo de uma estranha ave que por cá não existia. É claro que não havia novelas na época com sexo explicito, a televisão esta bem no início e engatinhava na rígida moral vigente.
Os moleques da minha turma, quando arrumavam o escasso dinheiro compravam “Os Catecismos”, revistinhas mimeografadas que a tia bonita iniciava o sobrinho na arte do amor, isto com desenhos rabiscados e uma história que indicava a mesmice. Era bem guardada e as reuniões acompanhadas da masturbação, esta atitude que provocava retardo mental em quem a praticava. Tudo era feito conjuntamente, com disputa de quem ejaculava primeiro.
Meu pai escondeu e, muito bem escondida a tal revista pecaminosa; mas moleque é moleque e tudo que é escondido é um desafio. Foi achada rapidamente. Estava em Inglês, era uma revista do Consulado Americano, onde tinha um amigo que mandava mensalmente.
Nosso “inglês na época se resumia ao “to be” ou a musiquinha” “My Darling have a farm, ia,ia o”. Sobraram as fotos. Nossas reuniões eram acaloradas e comentadas.  Queríamos estar lá para ver as mulheres e invejávamos os felizardos masculinos que podiam desfrutar de tanta coisa proibida: o corpo das mulheres.
Hoje pensei que tudo estivesse mudado, a praia não era restrita ao nu e todos conviviam normais com e sem roupas, até que num dos comentários, em espanhol, criticava a presença de uma criança que aparece na foto: -“Onde já se viu levar uma criança a este lugar”. Logo notei que na Argentina a educação foi igual a do Brasil de meu tempo e o comentarista, que deve ter a minha idade, parou naquela época.
Ainda bem que mudou, pena que não foi para todos.
09/02/14
Tony-poeta