quinta-feira, 11 de junho de 2015

AS JANELAS


 

 

AS JANELAS

 

Chove...

Abro as janelas

Para noite entrar...

Entram lentamente

Lembranças apagadas

De um mundo que se foi:

Contornos tímidos

Disformes,

Dançam...

O que passou?

Que fim levou

A moça magra e formosa

Que dançava fogosa

Sem nunca ter ninguém?

Foi embora com seus sonhos?

Será que hoje

Retornará obesa

Me jurando amor

Com movimentos presos

Na marcha de ganso?

E, os olhos tão límpidos

Da loira incandescente

Que sugava no olhar

Mas nunca me olhou?

Será que estão profundos

Nesta marcha do tempo

Com um quê de fim do mundo

Não sendo nem olhar?

Será que o espelho

Do outro quarto

Irá me recriminar?

Não choro, mas olho

As formas passadas

Deformadas

Pela noite.

 

11/06/15

Tony-poeta

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O BARDO


 

foto www.zazzie.pt

O BARDO


 

Poeta não cria,

Recorda,

Recorda a vida

Do mundo ancestral,

Descobre sua dança...

Ritmo...

Poesia...

Poeta canta a terra

Em cada verso

De amor

De guerra.

Poeta é o bardo

Que canta a memoria

Da humanidade

Tentando viver.

 

08/06/2015

Tony-poeta.

PRAZERES


 

imagem google

PRAZERES


 

Apenas três são os prazeres:

Abrigo,

Sexo,

Alimento...

O restante é medo.

 

Abrigo tem sentinela:

Cria a amizade...

Sexo, grande prazer

Cria a continuidade.

Alimento é trabalho:

Cria a comunidade...

O restante é medo,

De um deus

Que dá e tira:

Como nada sabemos

Ou, nos prostramos em adoração

Ou em orgias sem fim...

 

Criamos o ritual

Para espantar a morte.

Caminhamos sem rumo...

 

10/06/15

Tony-poeta