sexta-feira, 8 de novembro de 2013

MOLDE

IMAGEM GOOGLE

MOLDE


Do mundo
Só tenho um molde
Que eu mesmo moldei.

Este molde engloba
Os seres que amarei.

Vendo a ti morena
É verdade! Bem sei
És pedaço do molde
Que me molda
E, te moldei.

08/11/13
Tony-poeta


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

SONHEI COM VOCÊ.

SONHEI COM VOCÊ


Sonhei com você,
Você é sonhável.
Eu sou sonhador.
Mas...
Mesmo te tocando
Sonhar contigo
É desvantagem,
É coisa louca
Castigo de amor.
Pois...
O sonho faz
Viver a ausência
E é a presença
Que satisfaz.

07/11/13
Tony-poeta


PASSAGENS

imagem google

PASSAGENS


Felicidade
Pertencer à criação
Saber-se complemento.

Complemento
Fusão única
Chamada sentimento.

Sentimento
Dois seres confundidos
Num só sabor.

Sabor
Tempo de sorrisos
Que faz amor.

07/11/13

Tony-poeta

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O TUMULO




O túmulo


Era um reino primitivo, uma planície seca e um brejo. Ali se distribuía a população.
O rei justo fazia saquinhos, dividia a comida e distribuía. Todo dia igual. Depois de muitas gerações a dinastia ficou enfadada.
Um rei recém empossado resolveu melhorar sua casa:
- Já que sou o Líder que minha casa apareça com destaque!
Os auxiliares disseram que ia prejudicar a produção de alimentos, a que respondeu:
- Os que moram na periferia conseguem se virar; vamos diminuir um pouco a ração.
Assim foi feito. Passaram outras gerações. Até que o novo rei ficou enfastiado.
- Vou fazer um obelisco para marcar minha passagem. Apesar dos conselhos assim o fez e a ração da periferia, que não estava presente para reclamar, diminuiu.
Mesmo com algum mal estar a distribuição desigual não foi encerrada, o Rei descobriu que quando o povo reclama por fome, a queixa cessa com a distribuição de alimentos. Teve a brilhante idéia de distribuir a ração a cada três dias; quando a reclamação começava a comida chegava e a revolta parava.
Com o tempo, o novo rei notou que os obeliscos anteriores ficavam abandonados e ninguém mais os notava.  Começou a imaginar uma maneira de marcar sua passagem.
Como era para ficar para posteridade, pensou em sua morte. Não conseguia se imaginar morto, aliás, chegou à conclusão que ninguém consegue. Porém as pompas do enterro eram vivamente fantasiadas com toda população exaltando sua importância. Resolveu fazer um Mausoléu.
A ração mesmo com distribuição irregular começou a ficar escassa. E a tumba se erguia. A população começou a reclamar mais do que o costume. Teve uma grande idéia:
Tingiu os saquinhos de vermelho com urucum e todos se acalmaram pela beleza da nova embalagem.
E assim segue até hoje.

06/11/13

Tony-poeta

A MENTE.

A MENTE.


A mente
Quem sabe mente.
Neste quadro negro
Com riscas de giz
A cor quando embaça
O apagador passa
Esvazia...
Na loucura do nada
No negro da vida
Na razão do viver
Sempre escondida
Tentamos criar o tudo
Recomeçar a colorir
Repetidamente.

06/11/13

Tony-poeta

terça-feira, 5 de novembro de 2013

BAGAGEM - PENSAMENTO.

BAGAGEM  -  pensamento


Do mundo só levo:
Palavras doces
Afagos leves
Cheiro das rosas

A imagem formosa
Dos gestos de amor

Toda matéria
Aqui permanece
Moldada na terra
Conforme o inquilino.

05/11/13
Tony-poeta





MOLEQUE

MOLEQUE


Assim passo a vida
Com cara de despedida.
A idade acusando
Eu moleque me achando.

Vou um barco comprar
Na linha do horizonte navegar.

04/11/13

Tony-poeta

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CHURRASQUINHO DO BEZERRA - conto

Churrasquinho do Bezerra



Cinco horas da tarde e lá estava o Bezerra com um pedaço de ferro batendo no poste metálico para espantar urubus.
Bezerra, um senhor de quase setenta anos possuía um quiosque numa praia bastante frequentada.  Há quarenta anos tocava seu negócio sem nunca faltar e cuidava da família com todo rigor da honestidade, conforme a religião. Como o trabalho não permitia que fosse a missa, Marieta sua esposa cumpria a função enquanto ele trabalhava.
Os três filhos homens estudaram e trabalhavam na Capital com bons empregos e família bem formada, telefonavam quase diariamente, porém pouco o visitava devido ao trabalho exaustivo. Já a única filha mulher, não deu sorte no casamento, com o marido desaparecendo no mundo. Ela e o filho Jose ficaram com ele, até que ela veio a falecer após longa doença. O neto, tratado que nem filho era a única companhia do casal, um rapaz sério e que estudava sem apresentar problemas.
Estava na cidade há cinqüenta anos, começou como servente de pedreiro e nas férias foi à casa dos primos em São Paulo. O Parque do Ibirapuera a pouco tinha sedo inaugurado. Com os parentes foi visitar a estatua e comeu o churrasquinho de gato, como os paulistas chamavam. Percebeu que formava fila ao anoitecer de tanta gente comendo aquele espetinho com carne.
Voltou várias vezes ao local, ficou olhando como faziam, até que um conterrâneo explicou os detalhes. Voltou com planos na cabeça:
- O pessoal que come lá, é o mesmo que vem aqui nas férias e final de semana. Vou vender na praia.
Um ano de economia, comprou um carrinho, improvisou para colocar a churrasqueira e começou o negócio. Deu certo.
Comprou um terreno retirado em pouco tempo, um terreno grande, não gostava de lote pequeno. Na época o preço era muito baixo, fez uma casinha de três cômodos de madeira e buscou Marieta.
Certo domingo ficou preocupado. Logo ao entardecer uma criança pediu o churrasquinho ao pai e este falou:
- Não vê que tem até urubu no poste. Realmente, os novos postes de iluminação, perto do mar atraiam aves que sentavam no topo; à maioria eram garças e gaivotas, mas também vinham os urubus que dividiam espaço.  Ficou chateado e não deu maior importância.
Algum tempo depois, Severino seu amigo e conterrâneo o alertou, o José está namorando a Miriam, cuidado, esta menina é perigosa. Ficou desconfiado, mesmo sabendo que o filho neto era um rapaz direito.
A noite falou com Marieta e, esta acreditando que o marido tinha trabalhado o bastante na vida, que tinham sete casinhas de aluguel no fundo do terreno que foram construindo durante a vida, mais a aposentadoria e a poupança, achava que este não precisava mais trabalhar.
- Está me chamando de velho, o povo compra batatinha, refrigerante e água. O churrasco é o que chama o pessoal, só eu faço e gosto de fazer. Vou trabalhar até morrer. E foi deitar.
Dia seguinte cada urubu que pousava ia lá espantar, logo descobriu que o abridor de garrafas, metálico, batendo no poste fazia vibrar e com o barulho espantava a ave.
O namoro do neto ficava cada dia mais sério e ele desconfiado. Josefa, mesmo com o ciúme normal da vó, começou a gostar da menina e a colocava para dentro de casa.
Cada vez mais nervoso, descarregava nos urubus. Espantava o tempo todo do poste ao lado, até que descobriu que eles iam a um poste vinte metros adiante.
Não deu outra, servia os fregueses, corria aos dois postes e retornava ao quiosque, até que os urubus fossem dormir.
José engravidou a moça. Ele mesmo contou para o vô na praia.
- Ela deu o golpe da barriga, bem que o Severino me falou, falou ele ao neto.
- Eu gosto dela e vou casar. Retrucou o rapaz.
- Como? Você não trabalha. Vai morar e comer aonde?
- Já arrumei uma barraca no fim da praia, vou fazer a mesma coisa que o Senhor e se me alugar a casa que está vazia vou lá morar.
Severino saiu de perto enfurecido. À noite Marieta concordou com o garoto.
- Vai morar sim! E vamos ajudar.
Bezerra não dormiu. Pela manhã começou a perseguir os urubus antes de os mesmo pousarem, mal deu atenção a barraca.
Os amigos o levaram ao psiquiatra e o neto ficou tomando conta do negócio.
O bisneto nasceu. José continuou com a barraca do Bezerra e este, a conselho da psiquiatra foi fazer seu churrasquinho na barraca retirada que o neto comprara, já que lá não havia postes com urubus.

04/11/13
Tony-poeta



O BARQUEIRO

O BARQUEIRO.


A marola dançava
Via ela...
Era o cabelo dela.

O mar esbravejava
A onda formava
Era ela!

Ia e vinha
Marola fazia...
Desfazia...
Os cachos agitados
Do cabelo da donzela.

O balseiro
Ia e vinha
Navegando nela.

04/11/13

Tony-poeta

domingo, 3 de novembro de 2013

BEIJO LEVE

BEIJO LEVE.


A vida:
Muito dura,
Na forma e estrutura,
A guerra leva.

Leve
É o sonho de candura
Num beijo breve:
Se ama, no infinito.

03/11/2013
Tony-poeta