INVEJA

INVEJA

Quando cismava

Na noite nublada

Vi que as nuvens correram

Não sei para que lugar

E as estrelas

Invejosas olhavam

O vate solitário.

Pensava eu:

Cada instante

É sempre eterno

Com toda a potência

De viver e sonhar,

A vida são momentos

Plenos para se amar.

199/10/2013

Tony - poeta

A HISTÓRIA E O MÉDICO

Cada doente tem sua história. Temos de escutá-la. É sempre uma recordação de amor e como este, alegre e triste.

A bactéria não atinge o corpo se a alma é plena, a genética não se manifesta a não ser que aja hesitação, O corpo se defende, mas quando a alma sente-se sozinha a doença aparece. Corpo e alma conversam e se protegem, quando a comunicação falha a doença aparece.

O médico é um escutador antes de tudo, escuta o corpo e ouve a alma. O linguajar que vacila é o momento da intervenção e da técnica.

Antes da ciência temos que ouvir a alma, porque a bactéria entrou no organismo? Que louca paixão deixou cego o paciente a ponto de permitir que ela entrasse? Que amor impossível criou uma fenda na barreira da vida e a doença apareceu, ora como diarréia, ora como uma falta de ar que não cede à medicação? Que louca paixão proporcionou o angor no peito onde o coração claudica em seus batimentos? Qual o peso da paixão que faz as ultima vértebras se achatarem e a dor irradiada pelas pernas impede o amante se movimentar? Que paixão é esta que atinge o corpo e debilita o sujeito em dores e choros quebrando a harmonia do viver?

O médico escuta a poesia de amor e paixão antes de agir. Vê onde o amor se transformou em peso e abandono causando dano na matéria que sente a pressão da alma.

Só ouvindo a história tem-se a chance do cuidar, o médico é um cuidador e como tal, tem que saber onde está a interrupção do fluxo da fantasia para restabelecê-lo. Se assim não o fizer a paixão continua intocada a espetar a alma que sente a dor e reflete no corpo e, nova história e novas dores surgirão pela mesma narrativa não resolvida. A medicação interrompe uma narrativa permitindo que outra cante a mesma melodia, só a escuta restaurando o diálogo alma corpo permite que a paixão cá embora e o doente sare.

O médico tem que antes de tudo escutar o poema de dor do doente que sofre.

18/10/2013

Tony - poeta.

RABISCOS

RABISCOS

Olhando rabiscos

Vi...

Aquele que não entendi.

Era a poesia

Do dia que te perdi.

Tony-poeta

17/10/2013

COMETA

Sempre é hora de partir

Andante errante do planeta

Não importa aonde ir

Na terra somos cometas.

Qual cor colocar nesta jornada

Incerta, tímida, indecisa,

Sempre sem se deter em nada

Neste passo que se chama vida?

Cometas perdem-se no Universo

Como nos perdemos em amores.

17/10/2013

Tony-poeta

MUNDO DAS AGUAS

imagem google

MUNDO DAS ÁGUAS.

Montanha esfumaçada

Vida sem nada

Aguardo o clarear.

Chuva fina

É choro

Do mundo que se atina

Querendo amar.

Encontro das aguas

Choro do céu e mar

Origem da vida

Busco sonhar.

17/10/2013

Tony-poeta

LANÇAMENTO: TO MORRENDO

LANÇAMENTO: TO MORRENDO.

- Em Cadeia Mundial iremos entrevistar o Cientista Brasileiro Juvenildo Santos. Falava o entrevistador. Como vocês sabem e estão curiosos, há quinze dias foi lançado mundialmente o “Aparelho To Morrendo”. O sucesso foi tão grande que estão sendo construídas vinte novas fábricas para o fabrico deste aparelho do tamanho de um relógio de pulso, que colocado avisa quando a pessoa vai morrer. Este pequeno aparelho digital de ultima geração em um dia vendeu mais que as pílulas para potencia sexual, as campeãs de vendas anteriores.

Repórter [R]- Dr. Juvenildo, como se formou a ideia deste aparelho.

Dr. Juvenildo [J] – Foi uma mera observação. Um paciente meu, o Sr. José de Souza falou que iria morrer. Estava na U.T.I. Todos os aparelhos ligados mostravam normalidade. Observei que a afirmação dele era absurda, não iria morrer naquela hora. Fui enfático. E segundos depois o mesmo morreu. Foi o que originou a pesquisa.

R- Como de uma observação pode-se chegar a este complexo aparelho?

J – Como vocês sabem; todos os aparelhos dentro da U.T.I. Tem seus registros gravados, salvei os do Sr. José, mesmo normal. Nos pacientes seguintes tanto aqui, como em outros países que morreram com a aparelhagem acusando normalidade, foram salvos para comparação.

R- Mas se eram todos normais, como se chegar a algum dado.

J- Aí que está a grande descoberta. O normal tem uma faixa de variação, tentamos junto com pesquisadores de todo o mundo ver quais alterações eram constantes.

R- Sim,

J- Colocamos todos dados no computador da Agencia Espacial e obtivemos dentro do normal, a faixa que se alterava em cada aparelho.

R- Assim nasceu o aparelho?

J- Sim, com os dados em mãos, com auxilio da Engenharia, conseguimos esta maravilha que acusa exatamente esta faixa.

R- Foi testado?

J- Exaustivamente no mundo todo. Todos os pacientes realmente morreram.

R- Quer dizer que sabendo que o paciente está morrendo, podemos salvá-lo?

J- Não dissemos isto, como ninguém sabia como era morte, criamos o aparelho que detecta a morte.

R- Certo, e a cura?

J- Isto não estava na pesquisa, a pesquisa era para saber quando ia morrer dentro de alguns segundos.

R- Aqui se encerra a entrevista. Boa Noite.

Tony-poeta

15/10/2014

Moita

Estrangeiro

Broto deste mundo

Exótico

Excêntrico

Imprevisível...

No zig-zag do viver

Esconde-se o ser

Atrás de cada arbusto.

Atrás da moita

Escondido

Come uma costela

Com medo.

A vida não tem prazo de validade.

Tony-poeta

15/10/2013

PASSAGEIROS

Na Terra

Somos passageiros.

O problema

É que não achamos o cobrador.

Sem a passagem paga

Temos que andar escondidos

De modo a não encontrar amor.

BOA NOITE!

Tony-poeta

imagem google

Viver é

Cortar sonhos

Recortar projetos

Reportar afetos.

Viver nunca é completo.

Tony-poeta

14/10/2013