sábado, 25 de agosto de 2012

PESADELOS


PESADELOS

 

Despertou...

Era um pesadelo.

Gosto ruim no fundo dos sonhos...

Era... Pensamento do mundo.

Não traz coisas boas

Foi noite mal dormida.

É carrapato

É lança

Que aguçam feridas.

Coisas boas...

Nem lembranças

Foram-se sonhos de uma vida.

 

Olho o espelho

Mostra o passado

E o desconhecido.

Tudo depende do hoje.

É agora!

O amanhã só virá

Se eu deixa-lo entrar

O ontem só ira embora

Se eu mandar.

Não será trocando os móveis

Que arrumarei a casa.

Basta apenas sorrir,

O espelho é quem muda tudo.

 

25/08/12

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A CORRIDA DOS TATUZINHOS


A CORRIDA DOS TATUZINHOS


 

Notei um ponto amarelecido em uma folha do antúrio em meu pequeno terraço. Fica onde moro, no quarto andar de um condomínio. Pelo aspecto julguei ser um pequeno caracol e fui olhar intrigado. Como chegou ao quarto andar, se há muito não aparece nem mosquitos e, a tela de proteção colocada para proteger minha netinha, não permite que os beija-flores venham se alimentar das poucas flores que o espaço permite?

Olhando mais de perto vi que se tratava de um pequeno machucado na folha, feito provavelmente no horário da limpeza. Foi aí então que me lembrei dos pequenos tatuzinhos.

Eu era muito criança, nem lembro se já começara a frequentar o Grupo Escolar. Morava na Alameda Lorena, nos Jardins em São Paulo. Todas as casas tinham jardim e quintal.  Meu vizinho tinha até um galinheiro nos fundos. A quantidade de insetos era grande. Tinha besouros, joaninhas, minhocas, louva deus, os barulhentos grilos, que não deixavam ninguém dormir, quando conseguiam entrar nas casas e o tatuzinho ou tatu-bola.

Este pequeno inseto tinha em abundancia nos locais mais úmidos, geralmente em baixo de alguma pedra. E apostavam corrida para a gurizada.

Sim! Apostavam corrida: Na época um doce ou uma bala, não me recordo corretamente, trazia de brinde um pequeno carrinho de não mais que dois centímetros. Bem primitivo e mal acabado. A época era escassa de brinquedos; um brinde mesmo mal acabado incrementava certamente as vendas. Toda turminha tinha destes mini carrinhos: O Joãozinho, as gêmeas Isadora e Ieda e eu.  Não sei quando e, nem porque alguém colocou um deles em cima do pequeno inseto. Descobrimos que o mesmo era carregado com facilidade; ou seja, andava.

Já apostávamos corrida de barquinhos nas enxurradas, ora com barquinhos de papel, ora com a cortiça que amorteciam as tampinhas das garrafas na época. Daí a ter corridas sempre, sem depender da enxurrada foi um passo. O tatuzinho era devolvido para sua casa depois da corrida. Não havia agressão. A brincadeira durou muito tempo de nossa infância.

Hoje, morando em uma cidade beira-mar, sem nenhum inseto na minúscula área verde que me restou, lembro com saudades dos tempos sadios sem progresso.

 

25/08/12

Tony-poeta

 

dilema: para que serve o rabo?

DILEMA

 
Para que serve o rabo?
É que tinha um boi na avenida.
Aliás, vários.
Ficou a dúvida:
Para se equilibrar?
[conheço humanos desequilibrados]
Para proteger o ânus
[É por isso que usamos cuecas]
Para sinalizar direção?
[os carros tem seta]
Como enfeite?
[usam- se vestidos com muito panos no traseiro]
Afinal!
Qual a utilidade?
 
Pensamentos idiotas
25/08/12
Tony-poeta
 
 

AVENIDA DA MENTE


Avenida da mente.

 

 

Poderia escrever para você

Se ao menos você existisse.

Mas... Que fatos existem

Em seu não existir

 

O reino das sombras

Habita na indiferença humana.

Você é apenas um ser vulgar,

Perdido como milhões nas sarjetas,

[Ou melhor, nas ruas]

Incompreendidas que amanhecem

Solitárias e desertas.

 

Você nunca existiu,

Jamais existirá,

Pois todos seus predicados

São poesias,

Apenas poesias,

 

Você atravessou maliciosa

A avenida da mente

De um poeta que sonhou...

Sonhou com outro ser.

 

 

05/10/1971

www.tony-poeta.blogspot.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

prelúdio


 

 

 

PRELÚDIO.

 

 

Incerto

Vagueia

Com medo,

Vê perto

S’esguia.

Receio?

Se inclina.

 

Cauteloso

Olha e espia,

Não vê nada

É irreal

Perigoso...

É uma via

Prateada

Nupcial?

 

Então se cora

Todo vermelho

Por entre os montes

Leve s’esguia,

E treme... E chora...

E vê no espelho

Do mar, a fronte

Que inicia o dia.

 

Mas inda é incerto

Bambeia, tropeça,

E n’um raio fundo

Faz uma poesia,

E vê bem de perto

Que uma onda começa

A beijar o mundo

No brinde do dia.

 

O mar grita e se exalta

Ao ver a pura praia

Manda um brinde ardente

Em suas vagas sonoras.

A brisa que peralta

Num deleite s’espraia

Se agita e, num repente

Ergue o véu e a praia cora.

 

Um raio misto de rubro e ouro

Cai na floresta que sonha

Se expande, brinca e grita,

E tudo fica encantado,

Voa o mosquito, voa o besouro

Vai lá ao alto a cegonha...

O macaco o galho agita

Dança o ninho orvalhado.

 

Vindo a luz qual sinfonia

Começa o suave bailado,

Zig-zags doces de andorinhas

Vôos rápidos de pardais,

Tons monumentais nas poesias

De aves mil, tudo encantado,

A flor que estava quietinha

Perfuma-se muito mais.

 

As luzes do palco em cores

Com um modo mais brilhante

Brindam o som perfumado

De gala, e no céu as nuvens

Coloram quais lindas flores.

E, lá no azul, deslizantes

Criam passarela ao reinado

Em formas alucinantes.

 

Todos os instrumentos vibram

A vida começou bem no instante

Que toda tímida e encabulada

No leito nupcial, a poesia

Em raios, que puros se equilibram,

Chegou com um clarão inebriante

Com amor em formas encantadas

Brindando ao mundo na luz do dia.

 

08/06/1969

ANTIPODAS – Tony-poeta pensamentos.

 

 

 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PENSAMENTOS DIVERSOS DOIS

PENSAMENTOS DIVERSOS 2
 
 
Amor...
Há dias
Que não são dias...
É qualquer coisa:
Informe...
Infame...
Disforme...
 
Amor...
Há dias que não são dias...
Não importa.
Te amo tanto!
 
 
13/07/1973

HOROSCOPO HUMANO


HORÓSCOPO HUMANO


Do Tony poeta


 

Eu sou:

Obsessivo

Agitado internamente

Complicado

Sonhador

Apaixonado

Um pouco criança que não cresceu.

Faço sonhos repetitivos de amor

Tenho raiva de errar

Tenho revolta quando erro.

Traço a rota do caminhar

Acabo voltando onde estava

Como cão não amestrado.

[o meu]

Pareço uma criança animal

Que sempre faz tudo igual

Mas sou animal humano

[as coisa martelam na minha mente]

Repito a sociedade

[ela também me repete]

Até o não ser.

[A sociedade não saiu do lugar]

[nem eu]

Observação: Válido por toda vida.

 

23/08/12

Tony-poeta

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CASA DAS ROSAS


CASA DAS ROSAS

 

Sexta feira voltarei a Casa das Rosas. Fui convidado pela NET para lançamento de um livro de meu amigo virtual Carlos Bueno. É sobre Haicai. Interessa-me bastante conhecer o amigo e o livro

O convite trouxe recordações, muitas, por sinal. Estudei no Rodrigues Alves, praticamente encostado. Ali fiquei do primeiro ano primário até terminar o Ginasial. Nove anos seguidos.

Nunca entrei na referida casa; na época ainda residência. As roseiras chamavam a atenção em duas casas da Avenida Paulista. A primeira, atravessando a rua, bem ao lado da escola, e a Casa das Rosas que se situava quase na Praça Oswaldo Cruz. Nas duas, o roseiral era caprichoso e bem cuidado.

A atual Casa das Rosas, que ainda guarda todas as características da época, eu passava sem muita constância, pois meu caminho era oposto.  Era o caminho do final de aula apenas.

Era ali que evitando o Bullyng, tão divulgado hoje, a molecada passava para resolver suas pendencia nos jardins abertos da Praça. A briga era diária, sempre incentivada no começo e interrompida pela molecada se alguém se machucava. Brigar em frente à escola era arrumar encrenca: ter anotação na caderneta e, os pais serem chamados à diretoria. Nunca houve nada de grave nas lutas da saída.

No primário, na época de final de ano era o caminho do pirulito. A Sears, que ficava no lado oposto da praça, uma loja de estilo americano, já apresentava um Papai Noel nesta época festiva. Por anos seguidos foram distribuídos um pirulito por criança. Este era de creme com menta. Era branco com o miolo verde, diferente de todas as guloseimas que conhecíamos.

Diariamente, saiamos da aula e lá nos dirigíamos. Comportadamente na loja chique, em fila cada um recebia o presente. Nunca demos problemas e não havia reclamações.

A outra casa das rosas foi descaracterizada com o tempo.  Esta conservada tornou-se Centro Cultural, onde reverei minha infância e adentrarei em seu espaço.

Na verdade ela pertence também a minha história.

 

23/08/2012

Tony-poeta

 

 

QUARTA FEIRA DIA DE AMAR

QUARTA FEIRA DIA DE AMAR
 
É quarta feira,
Metade da semana
Dia de amar.
 
Acordei sorrindo
Como sempre
Tomei um banho
Expulsei as desventuras
Perfumei-me com fragrâncias fortes
Para aumentar a autoestima
 
Perfumei a boca
Com suco de caju
Fica agradável.
 
Hoje é o meio da semana
Dia de amar.
 
Ontem já são recordações
O amanhã desconheço.
 
Quarta feira é hoje
Meio da semana
Entre o passado e o futuro
Hoje é o dia de procurar o amor.
22/08/12 tony-poeta
 
 
 
 
 
 

O TEMPO E MEU BIGODE


O TEMPO E MEU BIGODE


 

O Tempo e eu

Viemos conversando

Pelos caminhos.

Sem se importar

Com pedras e espinhos

Ficamos a andar

Hoje o tempo está igual

Não mudou suas feições

Mas, Eu não me sinto cansado.

Apenas fiquei intrigado

Que no meu bigode

Alguns fios branquearam.

Vamos a caminhar

O tempo e eu

Para algum lugar.

 

22/08/12

Tony-poeta

 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

o hipermercado


O HIPERMERCADO



Tem um hipermercado bem próximo a minha casa. Se de inicio frequentei-o com constância, hoje minhas idas são esporádicas. Procuro lugares mais pessoais, talvez uma dose de saudosismo.

Quando criança, isto faz tempo, morava na Alameda Lorena, 280 em São Paulo. Digo o numero, pois se localizava entre a Avenida Nove de julho e a Av. Brigadeiro Luiz Antônio. Nesta época, já frequentando o primário, era encarregado de empregar minhas pernas para pequenas compras diárias: Carne, pão, leite e assim por diante. As compras mais pesadas meu pai as fazia. Não tínhamos carro, aliás, na quadra que morávamos só havia três automóveis, as outras casa em pleno Jardim Paulista dependiam do Bonde na Rua Pamplona, ou de ônibus na Brigadeiro ou Nove de Julho.

Portanto, a ida às compras era diária, agravada que a geladeira Consul só começou a ser difundida neste período. Boa parte dos itens perecíveis era comprada diariamente, à custa do moleque, Eu.

Assim diariamente passava no pequeno armazém do Sr. Manuel, em frente à Rua Capitão Pinto Ferreira, onde pegava o leite, o pão que ele revendia e alguma coisa que faltasse para fazer a refeição.  Em frente havia o açougue, que era mais minha mãe que ia. Seguindo para a Brigadeiro havia a quitanda de outro Manuel e um armazém maior na esquina, onde era realizada a compra pesada. Descendo a Brigadeiro, na Padaria Charlu, havia pão quente, apesar de mais distante dávamos preferência, isto quando o tempo era generoso.

Todo este movimento tinha suas compensações, as pessoas eram conhecidas, se tratavam pelos nomes. Havia comunicação, e até amizade. Geralmente tudo era marcado na caderneta e, pago no final do mês; com confiança de ambas as partes. Realmente existiam pessoas, não consumidores.

É exatamente a impessoalidade que me estranha e afugenta quando possível do Hipermercado, ninguém conhece ninguém. É completamente impessoal.

Pensar que: virando a Brigadeiro à esquerda ficava a Doçaria Pão de Açúcar, onde buscávamos os doces amanhecidos, quando voltávamos do Grupo em bando de moleques. Era de graça. Foi aí, que nasceu o Grupo Pão de Açúcar, com os primeiros hipermercados do País e, meu pai foi o contato de publicidade no início, pelo jornal que ele trabalhava.



22/08/12

Tony-poeta

HOJE

IMAGEM GOOGLE

HOJE





Hoje

Entro na rota das incertezas.

Aliás,

Como todos os dias.

Hoje

Saio da rota das incertezas.

Aliás,

Como todos os dias.



Hoje é todos os dias:

Dia de sorrisos,

Dia de tristezas,

Dia de belezas

De luz, de sol,

De choroso luar.

Dia de ser,

Dia de não ser.

É dia apenas,

Dia de viver.





13/07/1971

Tony-poeta