sábado, 18 de janeiro de 2014

ANTE A MULTIDÃO

ANTE A MULTIDÃO



Ante a multidão
Não sou nada
Apenas cascalho
Na corrente dos sentimentos.
Indiferente:
Não importa amor
Ou sofrimentos.
Os cabelos ao vento
Não formam bandeiras
Apenas a biruta
Indicando desalento.
Ante a multidão
Não sou nada
Apenas pedra ao vento
Estática
Parada.

18/01/14

Tony-poeta

QUANTO TEMPO TEM OS TEMPOS?

QUANTO TEMPO TEM OS TEMPOS?


Quanto tempo

Tem os tempos
Nos espaços do viver?

Os tempos que faço
Dormir... Andar... Correr...
Ocupam apenas espaços
Onde posso me mover.

Na noite sonho
Novo tempo, novo espaço
Fantasias e meu correr...

Quanto tempo
Tem os tempos
Nos espaços do viver?

Tony-poeta

18/01/14

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

duas luas

DUAS LUAS


Se a terra tivesse duas luas
Teria que ter duas amadas.
Espero que as luas andem
De forma cronometrada,
Senão não teria amor
Viveria dando trombadas.

18/01/14

Tony-poeta

VIDA

Vida

Moto continuo
Nasce, cresce e
 Volta ao início
Para permitir viver
Nada é acaso
Quero apenas saber
Que ser desajeitado
Reiniciará o meu viver...

Tony-poeta
18/01/14


SOLIDÃO - quadra -

SOLIDÃO  -  quadra  -



Solidão mora comigo
Mas não me faz companhia
Este é o grande castigo
Ela não diz nem bom dia.

17/01/14

Tony-poeta

AUTOCLAVE

AUTOCLAVE


Passei na autoclave o pensamento
Retirei todas as impurezas
Para desfrutar a beleza
E conquistar teu coração.

Não deu certa esta invenção.
Quase fiquei sem emoção...

17/01/14

Tony-poeta

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

dragão

DRAGÃO


A previsão dizia:
“nada do espaço atacará a terra”
                     [a previsão sempre erra]
Foi aí...

           Que o dragão da lua
           Jogou o ovo na rua.

Pariu a musa indiscreta
Do lamento do poeta.

15/01/14
Tony-poeta



A VENDEDORA DE DOCES


A VENDEDORA DE DOCES


Em um carrinho ornado de confeitos,
Ofertando a criançada fantasias,
Uma fadinha sentada sorria
Lendo os contos dos amores perfeitos.


Tinha nas faces o brilhante efeito
Das balas e do amor, pura poesia
Que na mescla dos doces parecia
Que seu rosto de açúcar era feito.


Não sabes quão és feliz vendendo sonhos,
Os devaneios da criançada, tão pura,
Tão simples como teus olhos risonhos.


Seja sempre esta boneca encantada
Que espalha compreensão e candura
Nos sonhos da carrocinha enfeitada.


03/06/1968

www.tony-poeta.blogspot.com

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

JOGUETE

JOGUETE
foto google faishon in


O instinto assassino
Perdeu-se no olhar
Era minha musa
Na nudez exposta...
Virei joguete do amar.

As reviravoltas,
Ódio... Vida vazia
Nas nuvens revoltas
De um poeta... É o sonhar.


A noite profunda
Sangue... Grito e vozes
De versos e prosas
De um caminhar
Pinguela da vida:
Direita era o amor
Esquerda a morte...
Esquivei o olhar
E segui meu rumo
A imagem indiscreta
Que hipnotiza o luar.

14/01/14
Tony-poeta




encontros e desencontros

IMAGEM GOOGLE


ENCONTRO E DESENCONTRO


Que louco mundo nesta louca vida
De dominar e também pertencer
Um jogo que nunca terá saída
Fogo que queima, jogo de sofrer.

E a noite morna após chispas doidas
Afetos como raios, suor a escorrer
Os lábios cerram entre gozo e vida,
Luz do viver e no sono morrer.

Na dança louca: Senhor submisso
Jogo da vida vazia do saber
Dizemos que é a regra e por isso
A sensação estranha que a correr
Lapso de luz, mero hiato de emoção
Momento que apenas risca o viver.

Tony-poeta
14/01/2014




AVE NOTURNA

estrelas tumbir google

AVE NOTURNA



Ave...
Na noite
Facho de luz
Prateada
Anjo errante
Asas levantadas
Mostra que o amor
É instante que passa
Ilumina
A noite do poeta
Solitário
Soltando versos em pó de estrelas
Que cobrem o chão.

14/01/14

Tony-poeta

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

EU PASSO

Eu passo


Eu passo
Sempre alguém fica
No novo passo
Que também passa
Nos passados da história.

Tony-poeta

13/01/14

CONTORNOS

CONTORNOS
imagem google


Será que o mundo tem contornos
Formas tão bem definidas,
Se: é tão volátil a vida
Pelas fumaças do abandono.

Quando olho triste todo entorno
Imagens que guardei do vivido
Vejo espectros entre os contornos:
Segue o vento em rumo perdido.

Todas as cores já desmaiadas
Antes tão vivas; apagadas
Nas ilusões da caminhada

Sonhos, matizes coloridas
Soltas no tempo, sem guarida
Um fogo fátuo que era vida.

13/01/14
Tony-poeta




domingo, 12 de janeiro de 2014

POETA DA LUA

POETA DA LUA         




Olho para a lua
Pela minha janela
A lua também me olha
Como olho para ela.

Será que quando eu morrer
Como energia que serei
A lua irei pertencer?

Nesta data
A moça que olha
Pela janela
Olha lua que faz
Poesias para ela.

Nas noites de lua
Que se abram as janelas
Que o poeta da lua
Fará poesias belas
Pras moças que olha
Que olham pra ela.

12/01/14
Tony-poeta


DANÇARINA

DANÇARINA


Domingo no Guarujá, estamos em plena temporada. O dia está nublado, porém muito quente, choveu durante noite e agora, perto das duas horas da tarde, o sol ameaça a sair. O mormaço é presente e queima.
O Pátio de estacionamento do Hipermercado está cheio, principalmente automóveis, já que a população local que prefere bicicletas e motos está trabalhando. Todos moradores arrumam o que fazer na temporada e executam com afinco sua atividade. Durante o ano emprego é só ocasional e difícil. Há congestionamento na saída do estacionamento, vez ou outra alguém buzina como que isto fosse fazer a fila andar.
Três moças dançam numa das coberturas de carros ao som vindo de uma Perua estacionada atrás delas. Faz parte da animação que acontece em toda a cidade durante a temporada. São ninfetas que acabaram de completar a maioridade; o que dá para perceber facilmente pelo corpo, com a bunda arrebitada e os seios proeminentes; tronco e pernas ainda em desenvolvimento. Todas têm aproximadamente um metro e sessenta, cabelos longos soltos as costas e vestem um conjunto de short e blusa de um amarelo vibrante.
Dentre elas se destaca Inês. Enquanto Mirtes de pele clara, muito branca desaparece na roupa e Marta de pele bronzeada forma um conjunto discreto com a vestimenta; Inês de pele negra contrastando com o amarelo forte forma um conjunto de grata harmonia complementado pelos olhos grandes e sorriso aberto e simpático. Realmente um belo destaque.
A apresentação consiste com a colocação de som no carro de apoio, o que é feito por Zezão, o motorista da emissora, Paula é a supervisora, que até o verão anterior dançava do mesmo modo que nossas moças e tem o poder de admitir e demitir, o que a torna severa. A música, selecionada pelo estúdio leva em consideração não o estilo, mas sim a batida. Quando mais cadenciada esta for, mais adequada para animar o ambiente, apenas tem que ter algum grau de conhecimento pelo publico, tão variado de veranistas.
O dia começou às sete horas, foi dada a orientação, ensaiado alguns passo e a seguir a dança continua e exaustiva, com a sola dos pés marcando os movimentos, seguida de todos os movimentos de joelhos, coxas, bunda e tronco.  Além do movimento da cabeça destacando os cabelos longos e o sorriso sempre presente e o olhar para o possível público. Uma difícil coreografia para amadores como são as moças.
Há duas horas as três dançam; já se aproxima da hora da refeição. O esforço é enorme e ninguém olha. Ninguém se dignou a parar, poucas pessoas batem o canto dos olhos para nossas atrizes que são consideradas parte da paisagem de verão. Ninguém bateu uma única foto. Todos estão apressados em desvencilhar logo das compras e curtir o passeio.
Inês enquanto caprichava nos passos pensava: - Pode aparecer alguém da televisão e ver meu talento.
Na verdade por gosto seguiria uma carreira voltada para artes, já participara de algumas peças teatrais na escola e fora elogiada. Tinha uma voz suave e afinada, mas sem cursos na área e sem condições de fazê-los longe do município a idéia foi abandonada. Não que vivesse na pobreza, seu pai trabalhava registrado, todos da família, ou seja, a mãe e os dois irmãos ajudavam em bicos na temporada e épocas de maior movimento, o que conferia um padrão de vida bom, sem excessos, mas sem condições de investimento. A casa era própria e bem montada, não faltava nada em termos de conforto.
Iria fazer pedagogia e ser professora:- não faltam empregos apesar do baixo salário. Estava envolta nestes pensamentos quando parou um Camaro amarelo, quase da cor de seu conjunto. Dentro um senhor de meia idade, sério, muito sério, fez sinal para ela:
Imediatamente lembrou-se das recomendações: sorriso nos lábios, falar pausado, arfar os peitos, encolher a barriga, ser simpática e agradável. Escondendo a ansiedade deu os longos quatro passos até o carro. Sorriu:
- Pois não, senhor...
- Onde fica a tenda que vende cerveja? Indagou seco o motorista.
- Ali. Ainda sorrindo, escondendo a decepção apontou com o dedo.
- Ta! Foi a resposta seca do homem e colocou o carro em movimento na direção indicada.
Inês voltou a dançar, logo chegou o morno almoço na embalagem de alumínio que dizem quentinha.

12/01/14
Tony-poeta

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