sábado, 29 de setembro de 2012

SOLIDÃO E O CANTO


SOLIDÃO E O CANTO


 

Solidão

Fujo de ti

Mas, não adianta.

Mesmo nas vitórias

Sei que me acompanhas

Indispondo o amor.

Nunca te vencerei.

Não tem importância

Pois sempre serei

O poeta que canta

O hino do amor

Mesmo dentro de mim

Não evitas meu cantar

E te irritas.

Eu que te ponho a chorar.

 

29/09/12

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CIO DO AMOR

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CIO DO AMOR


 

Agitado

Movendo-se sem parar

Olha pra frente e pros lados,

Confere o celular,

Inquieto e irritado

Não consegue nem falar,

Deixa o arroz de lado,

Liga a TV, pra a desligar

De modo chateado,

- Não tem nada pra olhar!

Vai à rua, volta à cama,

Não sabe o que pensar:

Na verdade sente um cheiro

Aspergido pelo ar.

O cheiro do cio do amor

Que o está a perturbar.

 

29/09/12

Tony-poeta

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ESCREVER E AMAR


ESCREVER E AMAR


 

Sinto vontade de escrever, como sinto vontade de amar.

Acho escrever bem mais fácil, basta ter um lápis e um papel, pois ideias de amor não me faltam. Creio que pensamos em amor até na hora que estamos raivosos. Ficamos com raiva por não nos sentirmos amados: Então, com uma ideia na cabeça, por menor que seja, uma folha em branco e um lápis deslizando, o texto se avulta e toma forma, ora em prosa, na maior parte das vezes em poesia e o amor está impresso.

No amor a coisa se complica, não há lápis nem papel e a corrida é sempre incerta. O amor necessita de duas cabeças, dois momentos e duas ideias. Tudo tem que se interligar. Os momentos descompassados tem que entrar em uníssono, as ideias tem que assumirem coloridos complementares para dar uma matiza uniforme e harmônica. Os lábios tem que se sentirem, não como simples contato, mas com integração, que toque os sinos da Matriz perdida no distante vilarejo, onde o padre feche os olhos e as comadres estejam distraídas a olhar os maridos maliciosos que cortejam as vizinhas e então, no espaço dos ipês amarelos, na relva da sensibilidade, os perfumes dos sentimentos se tornam uno e o amor daí se escreve.

É muito mais fácil escrever, amar tem suas dificuldades. Mas o ideal é que os dois se juntem e, nunca mais se separem como nas histórias infantis, que prometem a eternidade.

 

29/09/12

Tony-poeta

PULSA O CORAÇÃO

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Pulsa o coração


 

Não existe calma ou caminho

Quando pulsa o coração

Pensamentos em desalinho

Geram gritos de aflição

E as palavras carcomidas

Pela dor de uma emoção

Caem em enxurrada na vida

Pedindo amor, com devoção.

 

A você amor.  Pausa surda.

Não ouviu minha canção

A primavera se enluta

Quando se dá a aluvião

As aguas que levam vida

Submergem o coração.

 

Grito: a estrela mais bela!

Voo a ela, com peito aflito.

A Via Láctea eu percorro

Com fumaça faço o escrito

O leite que jorra de estrelas

Faz um véu de adoração

Muito mais belos são os sonhos

Que se escrevem na paixão.

 

29/09/12

www.tony-poeta.blogspot.com

 


 

 

NADA PARA


NADA PARA


 

 

Nada para!

 

A vida sempre recomeça.

 

O sorriso do amor

É obra completa

 

O momento sonhador

É a vida do poeta.

 

28/09/12

Tony-poeta

A VENDEDORA DE LOTERIAS


                       A VENDEDORA DE LOTERIAS


 

Esperar a balsa por longo tempo, meia hora como acontece em dias de movimento, nos faz conhecer pessoas interessantes e anônimas.  Existe em volta da única balsa que faz travessia, uma porção constante de visitantes habituais, cada um com sua demanda.

Tem uma Índia, ela diz é parece que realmente é; que pede trocados; dou 25 centavos e esta sai meio contente, talvez se desse mais abrisse o sorriso, mas três vezes por semana, esta quantia está suficiente.

O vendedor de amendoim cumprimenta-me, mas não se aproxima; é que lhe falei que não como amendoins, uma desculpa. Gosto muito, mas como é em casca, vai sujar mais ainda meu carro e terei um acréscimo de reprimendas por não gostar de lavá-lo. Mentiras sociais, necessárias, infelizmente.

O vendedor de canetas para ajudar a clinica de combate as drogas, após receber seus dois reais no primeiro dia, quando dei a colaboração, me acena e não tenta repetir a venda.

Porém os que mais se aproximaram foram os vendedores de Mega Sena. Não se conformavam de nunca ter comprado um volante.

Um senhor, creio que entre 50 e 60 anos, é muito difícil avaliar idade de pessoas sofridas, logo se conformou da negativa de compra. Já a moça, que é a que vejo com mais frequência, creio que seja a responsável pelo ponto da lotérica, foi a que mais se aproximou.

O fato de não comprar bilhetes faz parte de minha filosofia de vida. Demorei muito para compreender que a estabilidade, sem grandes projetos é mais tranquila para se pensar. Tudo que corri para criar uma estabilidade, três filhos e seus estudos, aguentar oito planos econômicos de governos incompetentes, serviu para ver que o desgaste tinha chegado ao limite. Pão, amor e uma cabana é realmente o que nos faz contactuarmos conosco mesmo.

 Se nosso objetivo de vida é amar e por ele manter a espécie para que se perpetue, isto feito, o objetivo tem que ser o amor, mas o amor a nós mesmos, independente de religião, e o respeito ao próximo, que só é próximo porque além de viver como nós; é necessário para que nossa solidão deste individualismo, que creio que seja a base do ser humano, não nos caia como um porrete rachando nossa cabeça.

Este meu pensar, me levou a me adaptar ao que tenho; o que é pouco: um apartamento, um carro, um plano de saúde e uma aposentadoria suficiente para a velhice. Não preciso mais que isto. Ah, tenho meus livros, que são em numero suficiente para ler até o final de meus dias, e ainda continuo a os comprar, é minha fixação consumista.  Tenho todas as livrarias em favoritos na intermete.  

A vendedora, uma moça muito simpática próximo dos 40 anos, um tanto gordinha, sempre sorrindo, nunca a vi séria. De inicio não se conformava em minha teimosia em não tentar a sorte. Em um dia de pouco movimento, expliquei-lhe que sempre que se sai de uma situação que tudo está devidamente colocado e acomodado, para uma situação completamente diferente é um transtorno. Ganhar um prêmio determinado que dê para comprar uma casa, acomodar os pais, um carro e uma pequena poupança serão úteis, uma vez que não separa a pessoa do seu grupo e não provoca um problema de acomodação social, [logicamente na linguagem compreensível para a moça].

Ela tenha e tem seus planos. Possui uma lojinha em frente sua casa, que toca com a família e, o dinheiro que ganha com a venda de loteria era aplicado para aumentar seu pequeno negocio; o que é muito louvável.

Um destes dias ela me falou que parou de comprar bilhetes, só iria comprar o de Natal e mais nenhum. Que era bobagem comprar toda semana. Creio que está aderindo a minha filosofia. [tem gente que a acha louca].

Teremos logo mais um vendedor de prêmios, que apenas vende ilusões, sabendo que é somente uma ilusão.

 

28/09/2012

Tony-poeta

 

 

 

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O BARCO AZUL NO CANAL


O BARCO AZUL NO CANAL


 

Um barco azul

No canal

Um pensamento

De amor.

 

Barco sem tempo

Momento

Eternidade.

 

Barco busca amada

No pisca-pisca

Cores de sonho.

 

Barco te leva

E te traz

Junto a mim.

 

Com cabelos

Em desalinho

E meus carinhos

 

Aninho-me

Me junto

A ti.

 

Alinhada

Aninhada

Acomodada

Sonhas

Sorris!

 

Olhos

Semicerrados

Sonhados.

Encontro que até o sonho

Não viu.

 

Barco azul

Não existe mundo

Não existe tempo

Tempo não corre

 

Vida

Além do pensamento

Aninhada

No momento.

 

27/09/12

Tony-poeta

A BETHANIA

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A BETHÂNIA


 

 

Antes de 1980 fui chamado para atender uma irmã idosa na Bethânia. Logicamente despertou-me uma curiosidade normal: Como seria um retiro de irmãs idosas? Além da preocupação de atender a irmã bastante idosa e gravemente doente, meu espírito observador tentava captar todos os detalhes.

A Bethânia fica situada em Marilia em um prédio de frente ampla, equivalente a três terrenos, ajardinado, apesar de raramente vermos irmãs no jardim. Ao adentrarmos temos uma recepção à esquerda, um amplo salão refeitório olhando para a direita que dá continuidade a uma capela, semelhante a da Santa Casa local. Seguindo em frente acessa-se a clausura, composta de inúmeras celas individuais, com todo o conforto necessário.

O serviço era feito pelas irmãs ainda em condições de alguma tarefa e por noviças que lá estagiavam.

Em comparação a nossos idosos de hoje, o estabelecimento cumpre com vantagens o papel de prolongamento da vida das irmãs, não havendo grandes diferenças da vida das mesmas no retiro em relação de quando ainda atuantes.

Como necessitei visitar várias vezes; vi que a casa cumpria a rotina habitual das irmãs, com horário de refeições, missas, rezas e recolhimentos. É uma instituição digna de amparo a velhice e tem condições, pelo tipo de opção das mesmas, propiciar todo conforto, sem quebra de rotinas.

Ao terminar a tarefa, na hora do acerto, fui agraciado com uma garrafa de Vinho do Padre. Eram elas as responsáveis pelo vinho da Missa. Minha imaginação fervilhou. As piadas de padres que tomavam o mesmo em excesso e, falavam o que não devia na Missa, era corriqueira nas rodas de amigos; além dos mitos de ser o vinho excepcional e completamente fora de série.

Na época era habituado a tomar vinho seco e forte, o presente se transformou, portanto, num motivo de encontro e comemoração. Chamei os amigos para degustá-lo.

Reunimo-nos, comprei alguns vinhos portugueses e italianos para completar, afinal era uma só garrafa e, com todas as pompas abrimos o Vinho do Padre. Surpresa: era um vinho típico do Sul do Brasil, não encorpado, com baixo teor alcoólico, em nada excepcional e, impossível de dar fogueira a um Padre durante a missa.

Concluímos que as piadas são mentirosas.

 

27/09/12

Tony-poeta

 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

OS VEUS

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OS VEUS


 

Nenhum nu

Substitui a dança dos véus

Da magia do encontro

Na noite de sonhos

E amor.

 

O que atrai

Não é a nudez

Mas o encontro.

O fogo

Malicioso

Doce

Maldoso

Que torna gostoso

O ter e não ter.

 

A beleza do gesto

A mão, o carinho,

O afago da face

É a dança

Que lança

O encontro

De luzes

Das luzes

Do amor.

 

26/09/12

Tony-poeta

TERRITORIO E SOCIEDADE


TERRITORIO E SOCIEDADE


 

Uma senhora portuguesa veio à consulta. Por mais que fosse meu esforço, não conseguia compreender o que dizia; tendo de contar com a tradução do filho que a acompanhava. Estávamos nos finais dos anos 70. Havia saído das terras dos ancestrais fugindo das guerras de libertação das colônias africanas, onde estavam convocando os jovens, no caso seus filhos. 

Na mesma época li o livro Henfil na China, que tinha a absurda população de 700 milhões de habitantes [hoje quase triplicou]. Falava ele da dificuldade de alimentar, vestir e dar moradia para esta população exagerada. Como exemplo citava: cada habitante recebe duas vestimentas por ano. Caso se pense em aumentar um botão na roupa padrão, teremos que fabricar um bilhão e 400 milhões de botões a mais, ou seja, teremos que fazer uma nova fábrica.

Na semana passada, li um artigo publicado versando sobra a sociedade das formigas. Como se sabe um regime absolutista, com uma rainha e, dividido em castas sociais. Nele o autor destacava as formigas que não se adaptavam a esta sociedade. Na maioria das espécies, as mesmas eram mortas; porem, em duas, [evolução?] as “dissidentes” eram aproveitadas em serviços úteis a comunidade. [o artigo, que não recuperei, saiu em uma revista especializada e, na verdade era um resumo].

Comparando com a sociedade humana, poderíamos enquadrar como o aproveitamento dos catadores de recicláveis como se faz no Brasil e como isolamento ou morte como acontece em regimes fechados, em várias regiões do mundo, onde ou o elemento não adaptado é preso indefinidamente ou executado.  Isto me fez observar o seguinte:

A vida se transforma e, as populações apresentam sempre os elementos que se diferencia, caso contrario a vida no planeta ainda seria ainda formada por filamentos de RNA que a originou. Os elementos diferentes são básicos para a formação de novas espécies ou, evolução da mesma.

Um mesmo grupo, mesmo dividido em castas, como o humano e as formigas se mantém estável enquanto o território for suficiente, onde os dissidentes podem ser de uma forma ou de outra, controlados. No caso da minha paciente as guerras territoriais desestabilizaram uma população, que sabe milenar.

O numero maior de elementos em relação ao território faz com que uma população procure outro território e, se este é habitado por elementos diversos tente expulsá-los, originando guerras. [Este é apenas um dos motivos das guerras, mas tem grande peso].

Nos grandes centros urbanos, com milhões de pessoas exprimidas em territórios mínimos, onde até o deslocamento se torna complicado, os Urbanistas tentem disfarçar com áreas verdes, que consistem na maioria das vezes de meia dúzia de eucaliptos cercados de um gramado e algumas pombas ciscando. Este apelo maquiado propicia aumento de preço do imóvel e grande sucesso nas vendas.

Não conhecemos todas as características da espécie humana, porém sonhamos com uma sociedade justa e harmônica. Creio que devemos urgentemente levar em conta a relação território/habitantes, com todas suas variáveis: terra agricultável, agua, períodos de chuva e estiagem, alimentos possíveis, contaminação ambiental e de sol, desmatamento ecológico, preservação de espécies.

Para estabelecer um local seguro e com harmonia, se não iniciarmos pelo território, todas as medidas serão especulativas, pois a vida se desenvolveu e as novas espécies se formaram em relação ao território, sempre buscando novos locais “seguros” para reprodução e perpetuação da espécie.

A ideia que tudo se move em função do sexo, é obrigatoriamente posterior à fixação do elemento em seu nicho ecológico, portanto, passa inicialmente pelo território, Sem território não progride a vida. Esta se organiza em função do local e o que este oferece, como na China do Henfil com divisão igualitária ou, como nos países pouco habitados, com maior liberdade de consumo.

O crescimento das populações deve orientar o consumo. O consumo capitalista, exagerado em função da relação habitante/território só pode gerar instabilidade e guerras ou internas, ou externas.

Tanto nos países capitalistas, como nos frustrados modelos comunistas, não se levar em conta a necessidade básica da relação território/habitante provoca distorções e uma organização politica semelhante à idade média, da qual ainda não nos libertamos; onde privilegiados se arvoram “donos do território”; a população, com uma parte jogada na indigência, fica sem ter um território mínimo onde possa considerar seu, isto provoca ebulição social e revolta. Os regimes continuam a ser feudal, de forma idêntica ao antigo regime, a custa de opressão.

Cada homem tem direito a seu território, suficiente para que tenha uma vida digna, nenhum homem necessita território maior do que aquilo que satisfaz suas necessidades e, a produção orientada deste modo é que vai proporcionar o consumo satisfatório para cada um, sem excessos.

Uma sociedade justa e boa de viver, se faz com uma igualdade social e, a politica serve apenas como administradora desta igualdade. O Território é o inicio de tudo.

 

26/09/2012

Tony-poeta

 

 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

EU ME PENSO - poema filosofico


EU ME PENSO


Pensamento filosófico


 

Eu me penso

Quando penso o outro

A sociedade me olha

Mesmo que ninguém

Esteja ao meu lado.

Eu a interiorizei

A vigio

Ela me vigia

Somos um duplo

Eu – Sociedade

Sociedade – eu

 

26/09/2012

Tony-poeta

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SONHOS DO CANAL


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SONHOS DO CANAL


 

A água no canal faz mosaicos

Caleidoscópio dos raios de sol

Canto meu canto num rito laico

Vejo-te nua neste arrebol.

 

Se a nudez avança nas nuanças

Silhueta doce voa a bailar

Contigo no amor, formosas danças,

Nas trilhas nuas do verbo amar.

 

Nesta fusão da valsa geométrica

No vai e vem da reza do amor

Caleidoscópio forma assimétrica

Faz a mente de o poeta delirar.

 

 

domingo, 23 de setembro de 2012

INGENUIDADE

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INGENIUIDADE


 

O amor é ingênuo,

Sempre ingênuo!

Para ser amante tem que crer,

Crer não precisa ver:

Está na casa do sentir.

 

Sente o amante o som

A voz melodiosa, a cantata,

Caindo em serenata

No coração.

 

O poeta é ingênuo

Em sua paranoia

Só ouve canções de amor,

E, ainda machucado,

Procura apaixonado

Quem canta a canção.

 

Será ele um masoquista?

Ou todos que amam

São poetas?

Não sei, mas saio na seresta,

Sob a lua canto e faço festa.

Todo amante canta a lua

Todo amante é poeta.

24/09/12

Tony-poeta

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sociedade


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SOCIEDADE



A sociedade é um alçapão

Quando nos damos por conta

Estamos no buraco da solidão.

Dizem que é depressão

Não é não! É o não encontrar

Quem possa ouvir seu falar

É falta de ombro para chorar

É falta de cajado pra caminhar

Falta do riso sincero e humano

Que escute teu choro mundano

E venha te consolar.


23/09/12

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FANTASIAS

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FANTASIAS


 

Sou eu

O Outro

E, a fantasia.

 

Quando o pensamento

Se juntou a fala,

[estranha anatomia]

Criou-se a fantasia.

 

Quando te vejo

Vejo minha fantasia.

Quando me vês

Não me vês

Vês fantasias.

Neste mundo fictício

Formado de fantasias

A única verdade:

É a poesia,

Que co[n]funde fantasias.

 

23/09/2012

Tony-poeta