sábado, 13 de outubro de 2012

SEM INSPIRAÇÃO

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SEM INSPIRAÇÃO


 

Nos dias de sol

Na noite faceira

A lua aparece.

Sereias com delicadas cestinhas

Caminham pelos céus

Colhendo estrelas

Entoando hinos de amor,

De forma sensual.

O poeta viaja

Lançando chispas apaixonadas.

 

Dia de chuva

Com a noite gris

Poetas se recolhem

E calam...

Nem uivam os lobisomens

 

13/10/12

Tony-poeta

 

 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A NOITE E VOCE


A NOITE E VOCÊ


 

 

Chuvosa, a noite

Leva sonhos

Lava a consciência

Deixa o vazio.

Vazio invadido

Página enterrada

Tua face como manchete

Papel jornal amassado

Noticia policial

Abandono

Penetra...

Invade...

Teu pensamento

Fixa-se no firmamento

Da solidão.

 

13/10/12

Tony-poeta

 

 

 

 

 

COTIDIANO II

 
 
COTIDIANO II

Varias moças

 Brigam entre si

 Gritos quase histéricos...

 Quebrou a garrafa de vinho!
 

 Tony-poeta


COTIDIANO I

 
COTIDIANO I

Carros
andam lentamente...

 enfileirados...

 Enterro?

 Corso carnavalesco?

 Carreata politica?


 NÃO!!!!!!!

 Saida do Supermercado....
 

 Tony-poeta

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

CATO DO MUNDO

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CANTO DO MUNDO


 

A chuva chegou depois de longa estiagem. Veio fria, com rajadas de ventos diagonais penetrando meu ser. Um calafrio percorreu minha coluna e mostrou o desamparo de meu ser errante jogado no mundo, a mercê das intempéries desta desconhecida natureza. As indagações correram em meu intimo, aflitas e sem repostas aparentes:

-Que faz um poeta solitário no frio da noite a andar pelo mundo?

-Existe neste planeta um lugar escondido que agasalhe pensamentos, um canto no mundo jogado no espaço?

Existe neste canto alguma inspiração sobrenatural que me dê agasalho?

Linda Odalisca apareceu num vento obliquo, com cabelos voando ao som da natureza, musica desconhecida tocava numa orquestra que flutuava nos céus. Os seios saltitantes batiam o compasso da música fina que adentrava a alma e, na cintura muito fina, escultural como um cristal soprado por um vidreiro artesão, acompanhava a melodia. As pernas e coxas batiam o ritmo e dentro da chuva, do vento. Um ar de azul no céu se fazia.

Olhou-me nos olhos esta Odalisca formosa que dançava, voava na solidão. Seus olhos meigos penetraram em minha alma. Falava com ela, a musa do espaço e acalmava o vate perdido na noite fria.  Ouvi a frase macia que consolava. Dizia:

- O único alento do ser, jogado no mundo, num canto do mundo: é o olhar de amor que dá agasalho.

Sai pelo espaço, dançando o compasso do som encantado, que me trazia a Odalisca que me agasalhava, com olhar de amor, neste canto do mundo onde eu estava jogado.

 

11/10/12

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LIDERES, IDOLOS E GOVERNOS


LIDERES, IDOLOS E GOVERNOS


 

Como poeta alguma coisa dentro de mim, talvez meu inconsciente, me faz procurar o lado bom das coisas e tentar expressa-lo em forma de poemas. 

Mas, este próprio inconsciente, foi agredido pela minha necessidade de subsistência e, teve que se tornar critico e logico com o que acontece no mundo.  É este raciocínio lógico que usarei. Não fiz pesquisas e não é um trabalho cientifico, é apenas uma constatação pelo que vi e li durante meu trajeto.

Pensa hoje, ao ir ao trabalho em Che Guevara: há dois dias foi aniversário de sua morte e no dia anterior o de sua captura pelas forças ditatoriais da Bolívia, com o apoio dos EUA. Foi severamente torturado e morto sem direito de defesa. Hoje é o símbolo de liberdade entre os jovens; o que vem se sucedendo por varias gerações. A comemoração do líder assassinado é feita por meio de camisetas, bottons e outros materiais evocativos, vendidos no comercio, exatamente pela classe que o mandou matar, ou seja, pelo poder de mercado.

Este mercado não tem mágoas, nem remorsos da morte de Che Guevara, possivelmente o fabricante de quinquilharias até o admire; desde que ele não reencarne e venha quebrar a ordem de seu comércio.

Este fato me levou a indagação: Qual o problema de um líder. Se Che pegava em armas, muitos outros foram executados ou difamados, apenas pelo que representavam, e por suas ideias. O que chama atenção é que lideres são mortos e excluídos de todos os lados da história. No próprio EUA temos casos como Lincoln e Kennedy, representantes do poder americano, que ao atingir um patamar de liderança, não condizente com o capital, se tornaram souvenires como Che Guevara.   

O numero de lideres excluídos pelo sistema de dominação do capital é incontável: Napoleão e Anuar Sadat, possivelmente envenenados. Nasser no Egito morto com um tiro de canhão num desfile militar, Kadafi morto torturado e, ainda queriam o neto que acabara de nascer em outro país para ser julgado, o sistema tribal o nome acompanha o líder. Sadan Hussein enforcado; lideres palestinos bombardeados em seu automóvel dentro das cidades. Bin Laden executado dentro de casa desarmado e, sem direito a tumulo para evitar visitação. Allende bombardeado dentro do próprio palácio.

Os lideres são na verdade uteis ao capital. Durante os períodos sem turbulências, presidentes fracos são ocultados pela liderança de atletas, músicos, reality show e uma série interminável de artefatos usados para desviar a atenção, sempre com a fiel colaboração da imprensa submissa. Estes governantes quanto menos aparecerem melhor. Todos os tipos de desvio de fundos do país se realizam, indo a parte do leão para o capital e, estes pseudo lideres são iludidos na sua má fé, com a parte pequena e o alto risco do ato.

Nas situações de convulsão social, ou quando o capital resolve fazer lucrativas medidas econômico, lideres fictícios são criados e destruídos assim que o sistema esteja em funcionamento. Como exemplo temos a implantação do Neoliberalismo pelo Collor; a principio apresentado como o homem que resolveria a corrupção, sendo depois execrado por um simples automóvel nacional, acusado como alta corrupção.

Uma vez obtido o que se queria o capital apoia dirigentes fracos e maleáveis, preferencialmente sem projetos.

Enquanto os lideres falsos ou verdadeiros são execrados pela imprensa na hora oportuna, e banidos de cena com assassinato de caráter ou assassinato real; o capital continua escondido atrás de seus computadores, em algum local encantado do planeta e, com a grande característica de ser imune a qualquer ataque, exatamente pelo anonimato absoluto e a criminosa conivência da imprensa.

 

11/10/12

Tony-poeta

 

 

 

 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CAI A TARDE

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CAI A TARDE


 

Cai a tarde

Suave

Reflexiva

Prepara a noite...

 

Chega à noite.

 

Cães ladram

Gatos miam o cio

Predador mata a presa

Rebanho se esconde.

 

Manhã radiosa

Canta!

Orvalho enfeita a flor.

 

10/10/12

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O XADFREZ E O POVO

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O XADREZ E O POVO


 

Rei olha no espelho

Narciso!

Só a ele pode ver

O mundo é alheio

Feio!

Para que olhar?

O espelho não gosta de ângulos.

Ângulos são deformações

O rei não se deforma

Guarda posições.

Casa por casa

Sem preocupações.

 

Protegido pelo bispo em sua túnica

Pode tranquilo o rei se olhar

Despreocupado

A capa preta protege

Cruza todo espaço

Joga sério

Em diagonal verseja

A beleza

Do rei parado

A se olhar.

 

O cavalo faz a corte

Manda mensagem para o mundo,

Deformada!

Como mandar mensagem certa

Se o espelho não retrata?

O espelho só espelha

O que o rei tem que pensar.

 

Aas torres nas laterais

Protegem de forma imponente

Agressivas

Inclementes.

Mal sabe que faz o rei

Mas não precisa saber

O rei está se olhando

Para pensar e viver...

 

No mundo pobres peões

Que só pedem caminhar

Sempre à frente

Não podem voltar.

A vida só tem um caminho

Se errar: é morte

Peão é peça de troca

Jogado a própria sorte.

Nem sabe que rei tem espelho

E não olha além dele...

É o bispo com sua capa

Quem fala por ele.

Vai peão de casa em casa

Para a morte caminhar

Única chance que existe

É o tabuleiro atravessar

Dai será rainha

Poderá se movimentar.

 

Mas, lá tem rainha zelosa

Que protege o espelho

Garante o rei.

Mata todos os peões que se aproximam

Protege bispos e cavalos

Esconde-se na torre

Para de novo atacar.

Peão por peão, morre

Sem ninguém para chorar

E outros peões só olham

Falam:

-este errou de lugar.

 

Um peão muito atrevido

Atravessa o tabuleiro

Chega ao topo.

É ungido

Com a liberdade de andar

Despreza o espelho

Vai o mundo explorar

Conversa com os peões

Quer a carnificina parar.

 

Pânico na corte

Peão fora de lugar

O rei está sem espelho

Ele tem que se olhar!

Este é o mais triste desterro:

Desterro de não mandar.

 

Parte ordem

-mate o peão!

O outro rei não importa

Está quieto noutra ponta

Dois reis é a regra

Dois espelhos

A briga é pelos espelhos,

Espelho para se olhar

Não cabe forasteiro

Para atrapalhar.

Os reis são aliados...

Cada um tem seu espelho

O peão não tem espelho

Não tem direito, não!

Como pode um cavalheiro

Conversar com o peão?

 

E o bispo muito aplicado

Para rei deus representar

Vai ardiloso

Lado a lado

Até o peão-rainha matar

E depois rei com rei

Faz o jogo continuar...

 

10/10/12

Tony-poeta

 

 

 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

CICLO DA CHUVA


CICLO DA CHUVA


 

Choram os céus

Lágrimas copiosas

Que molham a terra ressequida:

Deste choro nasce a vida!

Floreiam-se campinas

Perfuma-se o ar.

A luta começa

A luta de amar.

Cores viçosas esmaecem

Grito de guerra no ar

Quando almas ressequidas

Não mais conseguem respirar

Pedem armistício

Prometem amar

E os céus soltam lagrimas sentidas

Esperando o homem se humanizar.

 

10/10/2012

Tony-poeta

 

 

 

direito de amar

Antes do amor todos os animais lutam e conquistam o direito de amar.
Não há amor sem guerra.
tony-poeta

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A GARÇA E A NOITE


A GARÇA E A NOITE


 

Olhava a noite

Anoite me olhava

Parados

Sem movimentos

Jogávamos pôquer

Na mesa estática

Do não pensar.

 

Disputávamos

Quem primeiro veria o sol raiar,

Eu não falava

Ela calada

Parados

Sem sair do lugar.

 

Uma garça branca

Muito branca

Noturna garça?

No seu passar

Lembrou-me dela

Pus-me a sonhar

A noite baixou os olhos

 Lágrimas de estrelas

Encheram o ar.

 

09/10/2012

www.tony-poeta.blogspot.com

 

FASES DA LUA


FASES DA LUA


 

Distante

Lua em minguante

Será nova brevemente

Em outro lugar.

 

Chora tua mente

Agora

A lua cheia

Foge de teu olhar.

 

08/10/2012

Tony-poeta

 

domingo, 7 de outubro de 2012

JURADO DE MORTE - poeta JOVENAL MALOA -


Jurado de Morte

Como se não ouve-se outra vida
Como se o por do sol não raia-se mais pela manha
Na escuridão e na minha voz homóloga do silêncio defunto


Juízes, talvez julgar-me não me cabe
Muito menos sentenciar vivência expressas em mim

Eu sou, vou é me por e raiar
Chorar nas ruas na beleza solar
Mendigar aflitamente versos fantasmas
Como se a morte estivesse em mim ensaiar o deixar de viver
Loucuras, digo que não há como a um manicómio me comparar

Sanidade, talvez seja o meu paralelo
Loucura jurada eternamente alma da minha demência
Em manhas gémeas dos supostos cadáveres dos meus eus
Mudos, talvez inertes, movidos sem vontade própria

Me reescrevo se sou
Chorar de tristezas
Só se furtar versos de Izidine Jaime e seus heterónimos
Para comparar as ideias que roubo de mim
É de loucos escrever nada
E você achar que muito escrevo…

… Reticência para quem pouco pensa
Mas se pouco a minha mente processa
De onde vêem versos forçados a ser
Ou essa tamanha eloquência?

Justifico o muito reescrito somente por reticências
Elevo manicomiamente ao auge
Orbito levemente na transcendência
Ensaiando o meu deixar de viver.
Moribundo escritor de um outro ser


Ex-jurado de morte numa outra vida
Defunto desfrutando do raiar do sol
Heterónimos falando no meu silêncio defunto
Fazendo das minhas ideias cobaias
Para saber como matar a perfeição da escrita


 

 POETA - Juvenal Maloa
Moçambique - Provincia de Nampula
Cidade de Nampula
Grupo - Movimento Cultural Literario "Grupo Kuphalaxa"
Escritor Versátil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Arthur Dellarubia (Heterónimo de JOVENAL MALOA