sexta-feira, 9 de maio de 2014

O ROUBO - CRÔNICA




O ROUBO



Em 2002 com a vitória inédita da esquerda em nossas eleições, o País possuía de 50 a 60 milhões de cidadãos abaixo da linha da pobreza, ou seja, na miséria.
Esta enorme população de quase um terço da Nação, não se encontrava colocada nesta irresponsável situação por desleixo ou vagabundagem, como sempre quiseram que acreditássemos. Na verdade, se tratavam de descendentes de índios expulsos de seu território e miscigenados, descendente de escravos trazidos a força de seu País de origem ou descendente de degredados vindo nas viagens comerciais de antigamente. Esta enorme população nunca fez parte da cidadania deste País.
Para ter cidadania é insuficiente possuir uma certidão de nascimento, uma RG e uma carteira de Trabalho em branco. Cidadania é um conceito amplo. Consiste, conforme os filósofos, em ter e participar em igualdade de condições da distribuição de riquezas de uma nação, ou seja, como escravos e marginais que sempre foram taxados desde, os mesmos consistiam uma massa de pessoas jogadas em nosso solo sem direito algum. Se não fizessem nenhum ilícito, o que é o que acontece com a imensa maioria, podiam andar vigiados, a classe dominante olha com desconfiança para os ex-escravos; caso contrário seriam remetidos a um isolamento desumano, que é nosso depósito de presos, chamado sistema penitenciário.
A ética é baseada na eticidade, conceito do filósofo Hegel, em se tratando de reconhecimento que todos buscam.  A eticidade consiste em um acordo, onde o Estado é fiador, e cada uma das partes cede um pouco e celebram um armistício, que vem a ser a ética de um povo e o reconhecimento entre as classe. Esta massa marginalizadas nunca teve condições de colocar suas demandas em discussão, portanto não pertence ao Estado uma vez que não havia contrato.
Para não haver guerras, comum nos acordos dos humanos, foi proposta uma inclusão paulatina, onde por meio de alimentação, luz, escolas, tratamento médico dentário, a esta imensa quantidade de indivíduos, para que possam ter condições de demandar as reivindicações que acharem justas e se inserir com igualdade no meio social.
A implementação destas medidas necessita de dinheiro. Logo de início, na parte destinada a saúde este foi negado pela não manutenção da CPMF. Para não criar um novo imposto para este fim, havia necessidade de se aumentar a arrecadação. O Imposto de Renda como os demais impostos já eram pagos pela classe trabalhadora com razoável correção, apenas o Imposto das classes de maior posse apresentavam lacunas e sonegação importantes. Aumentaram a fiscalização e melhoraram as leis, para que o Imposto, antes só pagos corretamente pelos trabalhadores, fosse equânime.
Como os sonegadores já haviam incluído o Imposto sonegado como lucro e, contavam com este dinheiro como seu, viram a diferença de dinheiro como aquele correntista de Banco que incluiu o limite de cheque especial como dinheiro próprio, fato que foi interpretada como roubo, não como justiça; já que eles eram os que estavam cometendo o ilícito.
Iniciaram uma campanha contra o Governo por simbolicamente julgá-lo ladrão, com todo apoio de uma imprensa partidária de direita e participante de golpes anteriores no País.
Este confronto de eticidade, que há pouco me referi, onde por meios suaves estava se tentando um acordo, avança a nível de contenda de classes com repercussões imprevistas, acusações caluniosas e mesmo agressões com ameaças e difamações, totalmente incompatíveis com o projeto suave planejado. Este estudo inicial é atualmente reconhecido e premiado em todo planeta, já que o problema é geral e todos Países tem algo parecido a resolver.
Espero que o bom senso prevaleça, não podemos conviver com mais de um quarto do País na miséria e sem reconhecimento e esperar uma Nação prospera e Pacífica com esta absurda diferença. O reconhecimento entre todos é necessário e urgente. Qualquer atitude mais truculenta pode levar a confrontos graves e retrocessos.

Tony-poeta
09/05/14


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