O presente
é o vazio deixado pelo passado que só pode ser preenchido pelo futuro. É sempre
passagem, breve e dolorosa ou alvissareira e gozosa.
Vejo o
presente como um ratinho, que aprisionado numa caixa corre inquieto os quatro
cantos, buscando uma brecha que lhe oferecerá a saída; mas o acesso sempre é camuflado,
incerto e produz ansiedade.
Só a
doação ao amor acalenta o presente. De nada adianta a performance sexual,
estudada em cursos de eficiência, onde cada parceiro quer cumprir sua tarefa,
como em uma competição de resultados. A saída estará sempre oculta e o rodar no
nada dos quatro cantos será uma tarefa estafante, continua e inútil. Nunca
haverá saída.
Na transposição
do presente doe-se ao amor. O tempo perderá a existência, o futuro por certo
virá, mas não será importante neste momento, onde o Universo está capturado e
você será parte dele: o tempo deixará de
existir, até que o futuro apareça.
Doe-se
ao amor e viva o prazer.
05/07/14
Tony-poeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário