quinta-feira, 11 de junho de 2015

AS JANELAS


 

 

AS JANELAS

 

Chove...

Abro as janelas

Para noite entrar...

Entram lentamente

Lembranças apagadas

De um mundo que se foi:

Contornos tímidos

Disformes,

Dançam...

O que passou?

Que fim levou

A moça magra e formosa

Que dançava fogosa

Sem nunca ter ninguém?

Foi embora com seus sonhos?

Será que hoje

Retornará obesa

Me jurando amor

Com movimentos presos

Na marcha de ganso?

E, os olhos tão límpidos

Da loira incandescente

Que sugava no olhar

Mas nunca me olhou?

Será que estão profundos

Nesta marcha do tempo

Com um quê de fim do mundo

Não sendo nem olhar?

Será que o espelho

Do outro quarto

Irá me recriminar?

Não choro, mas olho

As formas passadas

Deformadas

Pela noite.

 

11/06/15

Tony-poeta

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