O ser humano, desesperado por alimentos, busca. Busca verdades
ocultas sob os véus do próprio desconhecimento. A mesa farta e a penúria andam
juntas.
Heidegger, Lacan seguindo os antigos gregos destacaram o véu de
desconhecimento que cobre a palavra Aletheia: Que mais é o homem, este ser de curtíssima
vida, apenas efeito de um processo do Planeta, que na efêmera passagem busca
alimento e amor?
Este véu se abre e fecha com verdades momentâneas e forjadas apenas
refletem a ânsia de domínio dos objetos que aqui estavam desde o início da
Terra e ficarão, modificados ou não, mas sempre objetos, na hora que o ser
movente volta a ser um torrão inerte pertencente ao solo.
Na agressão: própria do Universo que caminha para o isolamento,
destruição e reconstrução, o individualismo espalha a fome e a miséria, sempre
repudiada pelos que a provocam e temem, sempre presente nas multidões que se
movem sem Pátria ou território, apátridas no Planeta proibidos de desfrutarem o
que o mesmo oferece a todos.
Grandes líderes são destruídos pela ânsia de Midas destes
irracionais que querem que tudo se transforme em ouro para uso próprio e que o
restante rasteje como escravos para louvarem sua grandeza forjada.
O véu cobre e descobre os seres alucinados que se julgam eternos a
cada movimento espalha morte e penúria. Pobre do líder que quer justiça! Os véus
primitivos, puramente instintivos de uma animalidade sempre presente e nunca
abandonada, fará que os masseteres façam os dentes ranger em uivos de guerra,
as garras se mostrarem e a destruição antes coberta por uma frágil rede de
poder, se insurgir com destruição para quem tentou reconstruir o bom senso,
diminuir a penúria e tentar uma igualdade utópica nesta matilha irracional que
se julga culta, [tanto é que até usa conceitos que desconhece,] e como manada
caminham para se jogar no abismo da necessidade.
Assim, a sociedade humana, que queremos racional, volta as savanas
que secam e vicejam imutavelmente no ciclo de destruição e volta ao início.
04/03/16
Tony-poeta
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