quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A SACADA










A SACADA





Existem muitas sacadas,

Só um mundo, sempre igual.

Embaralham as palavras.

Toada: um só recital.



Na rua, a velha senhora

Cabelos brancos. No chão

A labuta diária. Hora

De pros netos comprar pão.



Dois guris, como a gente

De bicicleta arrancharam

Atacaram à inocente

Seus trocados arrancaram.



Vi tudo lá da sacada

A pobre idosa gritar

Gritando lá na calçada

Magoada tremula a chorar.



Olhando lá da sacada

Escuto a televisão

Noticia desencontrada

Só passa a repetição.



Na Grécia, pobre agachada

Cabelos brancos. Chorar

Da velha desesperada

Não vai mais se alimentar.



Palhaços, tão imponentes

Falando a embromação

Alegam tão insolentes:

É para o bem da nação.



Se só comer é o bastante

É o que vejo da sacada

O que estes arrogantes

Roubam da pobre coitada?



Trombadinha espertalhão

Que vejo na rua passar

Tem só uma tentação

Do mais fraco ele roubar.





E posso daqui observar

Que o homem e sua ganância

Larápios!  qualquer lugar

É igual à ignorância.



É só descer da sacada

Ir pra rua e protestar

A próxima canetada

É a ti que irá matar.





15/02/2012

tony-poeta pensamentos






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