A SACADA
Existem muitas sacadas,
Só um mundo, sempre igual.
Embaralham as palavras.
Toada: um só recital.
Na rua, a velha senhora
Cabelos brancos. No chão
A labuta diária. Hora
De pros netos comprar pão.
Dois guris, como a gente
De bicicleta arrancharam
Atacaram à inocente
Seus trocados arrancaram.
Vi tudo lá da sacada
A pobre idosa gritar
Gritando lá na calçada
Magoada tremula a chorar.
Olhando lá da sacada
Escuto a televisão
Noticia desencontrada
Só passa a repetição.
Na Grécia, pobre agachada
Cabelos brancos. Chorar
Da velha desesperada
Não vai mais se alimentar.
Palhaços, tão imponentes
Falando a embromação
Alegam tão insolentes:
É para o bem da nação.
Se só comer é o bastante
É o que vejo da sacada
O que estes arrogantes
Roubam da pobre coitada?
Trombadinha espertalhão
Que vejo na rua passar
Tem só uma tentação
Do mais fraco ele roubar.
E posso daqui observar
Que o homem e sua ganância
Larápios! qualquer lugar
É igual à ignorância.
É só descer da sacada
Ir pra rua e protestar
A próxima canetada
É a ti que irá matar.
15/02/2012
tony-poeta pensamentos
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