segunda-feira, 30 de abril de 2012

FAZ FRIO COM RESFRIADO

FAZ FRIO COM RESFRIADO




Caiu a temperatura. O corpo desacostumado deixou que se instalasse uma virose. Um simples resfriado. A noite está escura. A corisa é mais abundante que a normal da rinite, que sempre me acompanhou. A sensação é estranha.

O homem, por mais que demonstre força se fragiliza rapidamente. Não o admite. Dá um sorriso e o tradicional: – Estou ótimo! Mas por dentro sua mente fica confusa. Quer colo, como qualquer criança, que acorda a noite e não vê os pais ao lado. Quando estes chegam tenta abraça-los com um objetivo de captura e, gruda o tempo necessário, até a volta da paz.

Enquanto a mulher fica dengosa e chorosa exigindo atenção, o homem assume a capa de macho e tenta ser autossuficiente e isolado.

O que passa na cabeça de um homem em uma noite fria com um simples resfriado?

O homem, por trás de toda dureza, que tenta parecer, sente-se frágil. Este é o momento que é mais sensível. Se se irrita com qualquer palavra que entende mal, coisas banais e muitas vezes alucinadas, sem a menor intenção de magoá-lo, está apenas mostrando a fragilidade que tenta ocultar. Sua agressividade é um grito. É o chamar atenção para que o olhem e papariquem: coisa inadmissível na sua posição de líder, pelo menos que pensa sê-lo, no dia a dia.

Diria que nesta hora estamos diante do maior poeta romântico do planeta. Sensível sente todas as vibrações de afeto positivas e negativas; esta explosão de afetos,  penetram  em seu âmago . A necessidade de extrapolá-lo, dentro de si, já é um poema. Talvez, neste abandono que lhe impõe a doença, sinta as vibrações do ambiente como acordes de uma melodia que acaricia e o protege.

Se o mundo de hoje exige força, este é o momento de conscientização de sua real vulnerabilidade. Talvez, este vírus episódico, tenha a função de fazer ver o quanto somos fracos e sensíveis e, repensar nosso lidar com o mundo que nos rodeia.

Três dias depois, tudo passa. Tudo é perdido. Há o esquecimento e veste-se novamente a armadura social. Volta-se a alucinar salteadores, onde existem moinhos de vento soprando uma brisa suave de música e poesia.

Boa Noite!

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