sábado, 16 de novembro de 2013

A.. BUNDA BRANCA

A...BUNDA BRANCA
IMAGEM GOOGLE



A viagem estava pronta. Os dois casais já estavam em Lácio rumo ao Guarujá. Estava muito quente. A viagem de quinhentos quilômetros com carro, sem ar condicionado prometia ser calorenta. O carro era zero, Jovino comprou financiado.  Deu entrada com o décimo terceiro, que retirou antecipado no banco. Prestações só em janeiro. 
- Até lá, dá-se um jeito, dizia ele.
Seriam quatro dias, a quinta feira da viagem e o final de semana prolongado. Voltariam no domingo. Era a primeira viagem de Ester que há um ano namorava Cicinho.
Deu muito trabalho convencer os pais de Ester a aceitarem a viagem dos dois. Afinal, pessoas de quase sessenta anos crescidas e criadas no interior, na mesma casa, não eram habituados a estas modernidades. Além do mais o gasto seria maior que o salário da moça, mais de mil reais entre o aluguel dividido do apartamento, o combustível, os exagerados pedágios de São Paulo, a comida e os biquínis que lá compraria; já que no Interior só tem peças feias, segundo a opinião dela e de Ruth, mulher de Jovino.
Os prestimosos pais de Ester após concordarem abasteceram um isopor com gelo e muita água e suco para que a filha não passasse calor, o que os rapazes modificaram no primeiro empório do caminho, retirando o excesso de gelo que foi substituído por cervejinhas em lata.
A viagem ia bem, o calor de trinta graus com o sol direto fazia um forno, a Rodovia Castelo Branco bem conservada permitia uma boa velocidade. Os vidros iam abertos, Ruth acomodou os pés sobre o isopor e Ester colocou os pés no para brisas dianteiro, além de ventilar era chique e demonstrava descontração.  Pararam uma vez e seguiram tomando muito liquido.
Entraram no Rodanel, logo estariam na Rodovia dos Imigrantes e a seguir na Cônego Domenico Rangoni rumo a praia.  Não deu muito tempo de tranqüilidade. O trânsito parou.  Um congestionamento.  Cicinho lembrou que podia ter pontos de afunilamento, começaram a andar e parar.  Mais uns poucos quilômetros mais paravam do que andavam. O volume de carros era excessivo. O iphone não pegava, a região era montanhosa e estavam sem nenhuma orientação.
Duas horas depois e poucos quilômetros progredidos, os rapazes foram à lateral do carro junto ao acostamento, aliviaram a bexiga. Muita gente estava tomando tal providencia.
As moças cochicharam:
 - eu estou com a bexiga estourando, falou Ruth, a que Ester retrucou:
- eu também.
As pessoas na maioria dos carros desciam, esticavam as pernas, voltavam quando dava para rodar um pouco, as moças morrendo de vontade, até aumentando o suor.
Em um dos carros da frente, alguns rapazes fizeram uma ineficiente barreira de pudor e uma moça abaixou o short e descarregou a bexiga.
- Que bunda branca, exclamou Ester. Ruth começou a rir e os parceiros a gargalhar.
 Foi o sinal para que mais mulheres começassem a fazer o mesmo procedimento. As duas não sabiam como agir completamente envergonhadas.
- Não vão mostrar as bundas brancas falou Jovino, sorrindo.
Venceram a timidez e os dois fizeram a barreira. Elas se aliviaram.
Foram alegres nas três horas seguintes de congestionamento e depois em uma hora rodando tranqüilo.
No apartamento as duas só tinham um objetivo:
-Amanhã na praia, vamos dar uma cor a bunda, pode parar na volta.

16/11/13

Tony-poeta

Nenhum comentário:

Postar um comentário