sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A PULGA

A PULGA


Dr. Amauri atendia calmamente quando viu uma pulga andando na manga da camisa branca. Instintivamente levou a mão direita em direção ao inseto, mas este desapareceu como que por encanto:
- Deve ter pulado, pensou ele. Pulgas pulam e longe.
Imediatamente lembrou que há anos não via tal praga. Olhou para a paciente.
Dona Dolores, uma simpática senhora falava dos efeitos da medicação.
- Não me parece que ela tenha pulgas, pensou ele. Enquanto ouvia a senhora pensava:
- Não pode ser. Hoje, dia de acompanhamento, não encosto em nenhum doente, nem nela. Prestou atenção.
- Está limpa com roupa limpa, não, não é ela. Será que foi a Josineide?  Ela parece ter um montão de cachorros. Não! Estava de short e camiseta tudo colorido como usa na praia. Pulga gosta de roupa branca, não! Não foi dela.
Será que o Posto tem pulgas. Nunca teve. É limpo, o encarregado é maníaco por limpeza, aprece freira! Olhou para o chão, tudo reluzente de limpo.
Despachou Dona Dolores e sua ladainha, atendeu Mari rapidamente.
-Será que eu trouxe da casa? Não! Cidinha que trabalha para mim não tem o que fazer, fica o dia todo limpando para justificar seu serviço, lajota não ajunta poeira.
- Então é o Zap! Não pode ser, salsicha de pelo curto com banho semanal com anti-tudo e com medicação no cangote nunca terá pulgas.
Despachou Mari, foi ao banheiro. Retirou toda roupa. Nada da pulga.
-Ela fugiu! Mas de onde veio.
Entrou no carro pensando. Olhou para o chão, cheio de poeira.
- Pode ser do carro. Não! Não é. Nunca fui mordido, se morasse aqui morderia.
Deu a partida, olhou no relógio. Eram três horas, acabara cedo naquele dia. Levou o carro para o Lava - rápido.

06/12/13

Tony-poeta

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