PENSAR OU NÃO
PENSAR... POUCO IMPORTA!
Nos anos
cinqüenta o Brasil era um País predominantemente agrícola, portanto de consumo
restrito mesmo nas classes mais altas, havia uma noção de não desperdício e não
se gastava e não se consumia o desnecessário por cultura e por não ter oferta.
Não havia miséria já que a agricultura da época ocupava muita mão de obra e
quem se arriscava nas cidades tinha condições de se manter. Não havia criminalidade,
poucos casos me vêm à lembrança. O que existia ocasionalmente eram o
estelionato e batedores de carteira. Refiro-me a que vi em São Paulo.
A
escola era prestigiada, os professores respeitados, convidados para todas as
atividades cívicas do local junto ao Prefeito, o Padre, o Delegado e o Médico.
O curso era puxado e se não soubesse não se passava. As matérias eram diversificadas: Musica,
desenho, trabalhos manuais, latim, Frances no Ginásio e no Colegial era
acrescido de Espanhol e filosofia.
Com a
Industrialização que teve inicio principalmente com a Indústria Automobilística
a meta do ensino passou a ser preparar profissionais para a nova atividade. Começou
o êxodo rural para suprir a mão de obra escassa, com pessoal de zona agrícola com
baixa ou nenhuma escolaridade do próprio estado ou dos demais da federação.
Juntamente
iniciou uma mudança na grade curricular, a indústria e comercio nascentes
necessitavam de pessoas para trabalhos subalternos cuja condição básica era
falar bem, não errar em contas e saber datilografia. Desta maneira foi dada ênfase
ao Português e a Matemática. De línguas foi conservado o Inglês apenas, pois o
foco foi desviado ao País do Norte, anteriormente nossa referencia era a França.
A carga das demais matérias que podiam propiciar uma cultura geral foi
começando a ser desvalorizada e assim diminuindo.
As
escolas Técnicas se abriram como Universo paralelo a ponto do Bandeirantes uma
das escolas mais prestigiadas até hoje, abrir na época ensino técnicas. [Não
sei se ainda é mantido].
Este
fato relegou a Instrução básica a um segundo plano, o que se fez acompanhar do prestígio
do Professor, do salário e o mais importante do simbolismo que representava.
Hoje se
formam operários desde a base até o ensino Superior. Quem quiser progredir que
faça uma pós-graduação. A escola prepara
para o trabalho: não para pensar e nem para competir em um nível mais elevado.
Infelizmente
tivemos uma regressão.
Tony-poeta
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