domingo, 23 de março de 2014

CARTA

CARTA


Longe de mim
Minha voz não te atinge
Levando tudo que tinha a te falar.
O telefone
Veiculo frio e indiferente
Não serve para se expressar,
Mesmo com as nuanças da fala
Não sentiria o vibrar
De meus olhos, que às vezes lacrimejam,
Nem de meus lábios
Úmido, lembrando os beijos
Tremendo de paixão ao falar.
                                             
Só resta a mim a escrita
Nesta necessidade explicita
De em ti me aproximar,
Falo: Vejo-te bonita
Mesmo não a podendo olhar
É que sua imagem cativa
Sempre está a acompanhar.

Se na escrita se perdem
As contrações tristes e alegres
Que acompanham o falar,
Nela imprimo floreios
E as rosas de meus devaneios
Levam todos os perfumes
Só para te alegrar.

A escrita em suas nuanças  
Preserva todas as instâncias
Do que se pode sonhar
Mesmo diferente da fala
Comunica e acaricia
Traz em seu bojo a malicia
Daquilo que não se consegue falar,
E no traçar da caneta
Transfiro para a poesia das letras
Nossos corpos a se roçar
Num êxtase, pura alegria!
Dançam letras em alegorias
Louvando o milagre do amar.

23/03/14
Tony-poeta
Imagem Google






Nenhum comentário:

Postar um comentário