URUGUAI
E COSTA RICA, O JOGO
QUE ASSISTI.
Nas últimas três copas
do Mundo estive de plantão, não vi os jogos. Ontem, depois da baixaria, que me
agrediu realmente, tirei o som e acompanhei o jogo do Brasil com minhas
próprias considerações. Sei muito bem as regras.
Hoje estava
solitário em casa, só com meu cão Lacan. A esposa foi ver os netos. A TV da
sala que até então não queria pegar estava consertada. A moça que trabalha
conosco consertou. Não entendo nada deste aparelho. A Net há duas horas sem
sinal, me deixou sem computador.
Fui assistir ao
jogo. Começava as dezesseis horas.
Procurei um canal movimentando um botãozinho que indica o que está passando. Na
Fox indicou jogo. Nome simpático, já tivemos dois cãezinhos de nome fox. Era
ali mesmo.
O apresentador, que obviamente
não conheço e não gravei o nome, magro e de certa idade, não teve o sucesso dos
apresentadores gordos dos canais badalados. Juntamente com ele havia mais dois
companheiros, dele é lógico. Um mais novo e mais gordinho, que poderia ter
chance de crescer, o rosto era mais redondo. O outro uma figurinha. Já tinha
ouvido falar e visto fotos, o tal de Falcão. Ao vivo parecia que estava se
candidatando a ser rei do baile cafona. Já tinha noção da apresentação ridícula
do mesmo.
Para completar
apresentaram um radialista Uruguaio, normal. Não tirei o som que nem no dia
anterior, afinal voz humana para quem está só é reparador.
Iniciou a
transmissão com o quadro da Fifa, uma apresentação simpática que terminava
focando o estádio. Um prédio novo e imponente. Gostei. Foi quando o Falcão
falou:
- No prédio velho
tinha uma corrente de vento que refrescava. Agora virou uma sauna. Diante da crítica
inusitada acreditei que pelo menos a temperatura dentro e fora deveria ser
informada. Não foi. Nem apareceu ninguém suando em bicas.
Ao filmar o público,
outra observação, do mesmo comentarista.
- Estão vendo os
claros? Não vi nenhum. Continuou, é que os voos de São Paulo e do Rio atrasaram
e ficaram lugares vazios. Não creio que
após a epopeia de comprar ingressos alguém vá pegar o avião em cima da hora
para ir ao nordeste. Os lugares claros não foram mostrados. O estádio estava
lotado.
Ao começar o jogo,
na apresentação do juiz, alemão. Nem eles sabiam o nome. Apareceu o Juiz Japonês
do jogo do Brasil descaradamente na tela, com os comentários dá suposta
mãozinha a nossa seleção. Por não ser interativa a TV o remédio foi ficar
quieto.
O jogo começou. Logo
notei a técnica. Os dois times resolveram jogar no contra-ataque. A bola ia do
campo de um time para o campo do outro e era devolvida. O meio campo os
separava. Após quinze minutos, já estava considerando o jogo de xadrez mais
emocionante que o futebol.
Num dos raros lances
de bola parada o jogador Uruguaio foi bloqueado com a mão dentro da área, nem
caiu. O árbitro marcou Pênalti. Os
adversários reclamaram. Tudo igual ao jogo do Brasil, parece que era orientação
da arbitragem para este tipo de lance. Nossos comentaristas unanimes afirmaram
ter havido a falta.
Bem chutada, gol.
Segundo tempo, Costa
Rica deu três ou quatro passos além da linha divisória e continuaram jogando vôlei.
Num cruzamento. Gol de empate. Os comentaristas falaram de azar do Uruguai, estavam
torcendo para o time azul.
Pouco depois, com a
mesma ladainha, cruzamento e gol. Nem drible, nem passe, apenas bola longa, o
Uruguai estava perdendo. Tenho certeza que o jogo de damas é emocionante.
Os comentaristas não
se conformavam. O técnico fazia substituições que não agradavam os entendidos,
que falavam que o jogador contundido que não pode jogar ia fazer a partida
ficar diferente, eu tentava entender a mágica de um homem só.
O Uruguai atravessou
o meio do campo. Deu dois ou três chutes e tomou um contra ataque e três a um.
Desolação nos comentaristas.
Daí o jogo foi as
cordas, isto é, o atacante de nome inglês da Costa Rica ficou perto da linha do
corner inimigo e chutava a bola no zagueiro de nome português, o Pereira. A
bola saia e o lance se repetia. Após cinco minutos e lances repetidos o Pereira
chutou a canela do inglês. Parecia que ia formar a briga latina do futebol;
lembrei os velhos tempos.
Frustração. A turma
do deixa disto estava eficiente. O Pereira foi expulso e o Inglês foi para o
outro lado, sendo substituído por um nome latino, mesmo. E, o jogo acabou. Acho
o jogo de damas de enorme emoção.
Tony-poeta
14/06/14
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