terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DESPERTAR JOVEM


DESPERTAR JOVEM


 

 

Oito horas, tocou o despertador. Picolé [assim era seu apelido] levantou automático sem pensar. Foi ao banheiro, lavou mal e mal o rosto, passou uma pasta nos dentes, tomou o café que estava pronto.  Sua cabeça continuava vazia, era um montão de letras batendo nas paredes do cérebro sem formar uma só silaba.

Não pensava em nada, nem dava: as letras não se entendiam dentro de sua cabeça, não formavam nem silabas, nem notas para algum solfejo. Ficou parado por tempo indeterminado olhando o nada, só podia olhar o nada, para olhar alguma coisa tinha que nomeá-las e as letras insistiam em ter individualidade e não se juntarem. Deitou novamente.

Meia hora depois abriu os olhos, olhou ao redor sem diferenciar nada, a mente começou a batucar... Tum!...Tá... Tum... Tá... Bem lento e cadenciado. O tambor ficou algum tempo batucando em sua cabeça, mas já havia um sentido, pelo menos uma sequencia.

Tum... Tá... Teca...  Sim! Teca ficou de sair hoje. A musica ficou agitada, mais rápida que a Cavalaria Rusticana em seu movimento máximo. Teca... Teca... Como não lembrei?

Rapidamente vestiu-se e foi tentar vender um titulo, já que era vendedor. Tinha que namorar: à noite e precisava do dinheiro para pagar a conta e dar uma rosa, afinal tinha que ser romântico.

Saiu apressado com sua pastinha, pensando: Hoje juro que não vou emprestar de meu pai...

 

04/12/12

Tony-poeta

 

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