quinta-feira, 26 de junho de 2014

RECONHECIMENTO



RECONHECIMENTO



Costumamos falar: que de nada adianta toda imponência que pode possuir um determinado ser humano, se este vai igual a todos os demais para baixo da terra, em destino comum.
Não me agrada tal assertiva, o mais correto seria tentar ver o que realmente adianta, e o que estamos fazendo aqui nesta superfície em constante transformação, a qual chamamos Terra.
O ser no mundo, é um ser individualista. Todos atos giram exatamente em torno de suas atitudes; como é um ser social, tudo que planeja tem um único fim: O Reconhecimento.
Cada época da humanidade o reconhecimento se faz de uma maneira: Pode ser reconhecido como guerreiro eficaz, que mata seus componentes; como crédulo penitente a seu deus; como pai exemplar que é justo com seus filhos, ou atualmente, como homem possuidor de riquezas que seja invejado pelos que não as tem.
Resumidamente a vida baseia-se em olhar o outro e ser olhado por este outro, num jogo de alteridades onde espelha e se espelha no conjunto que de humanos que rodeiam.
Será que o único objetivo do ser individual jogado na natureza é se mostrar e comparar com o vizinho? Será que este manancial de objetos transformados ou a serem manipulados, que encontramos quando nascemos e deixaremos aqui, sem saber para quem, pode ter uma posse tão desproporcional, onde uns tem muito e outros nada? Será que nascemos diferentes em capacidade de posse apesar de ser comprovado que a inteligência e a capacidade de adaptação são iguais em todos seres humanos?
O que importa é definir qual a função do homem no planeta. Se nos conformarmos em manter-nos vivos e espalharmos genes num delírio de buscar sexo ininterruptamente, não justificaria a sociedade que habitamos e, o valor seria dado pelo número de descendentes. Por querermos algo mais, tentamos viver eticamente, com uma eticidade que se modifica a cada nova transformação do grupo, tentando manter tanto a harmonia entre seus membros, como propiciar o bem estar de cada um.
Temos que notar que a tentativa não é individual, tentamos, prestigiando o nosso grupo, diminuir nossa individualidade para um bem comum. A sociedade, dentro de uma concepção teórica, seria: domar o individual para o bem do coletivo, gerando um ideal comum onde este bem estar atingisse todos. Se olharmos com atenção é o que ocorre desde o início de cada grupamento social de humanos.
Certamente estaremos diante de uma busca sem fim, o universo é Vontade, caminha sempre. A ordem de hoje será desordem amanhã para uma nova organização, sempre lábil que será reformada novamente. A Ordem dentro da natureza representa estagnação e o fim. A Natureza exige movimento continuo e ininterrupto. A quebra é ceder lugar para outro grupo em evolução.
Neste difícil raciocínio de cada um se encontrar participando do todo, nos assemelhamos a um cardume de peixes com suas evoluções conforme a situação: reprodução, caça e defesa. Deste modo devemos achar nosso lugar.
Tal qual o exemplo do cardume, que cada um tenha um lugar que possa lhe proporcionar certa independência de movimentos, como exige o ser jogado no mundo, sem perder sua função na dança do todo que mantem a harmonia da vida em movimento.
Só com uma noção de um lugar perante o todo, poderemos conter o desejo desenfreado que atualmente o capitalismo induz, e reconhecer o outro, e ser portanto reconhecido, já que todos estarão vivendo e dançando da melhor maneira possível, num mesmo lugar, num mesmo grupo, a mesma dança e mantendo a individualidade que a natureza lhe deu.

26/06/14
Tony-poeta



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