sexta-feira, 12 de abril de 2013

LÁGRIMA SECA



 
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LÁGRIMA SECA


Uma lágrima seca penetra na alma que não sabe chorar, embora úmida continua a jornada, mesmo incomodada sem saber enfrentar, esta gota de dor que quer lhe falar.
Pobre ser caminhante vestido de festa, dançando no baile onde não sabe valsar, e com todo alinho o desalinho da alma que não sabe chorar.
O uniforme engomado, entre campos minados não pode molhar, e a lágrima caída não conta a vida, uma vez abortada para não chorar; a alma agitada, sentindo-se molhada não pode secar, nem soltar o grito, o apelo aflito, quieta tem de calar.
Nos campos de guerra, no barro e na terra, nos seres mutilados, a se desviar, só tem a paisagem sem cor. Tudo é miragem, tem de caminhar com a face inalterada. A alma cansada não pode falar.
Nunca é finda a batalha, um dia a mortalha vem agasalhar, sem glória ou salvas: a vida do soldado é só caminhar e a alma, coitada! Há muito enterrada, nunca pode chorar.

Tony-poeta
12/04/13

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